NOVA POLÍTICA DE PAGAMENTOS DA PETROBRÁS PODE SER UM TIRO NA NUCA DAS EMPRESAS FORNECEDORAS BRASILEIRAS
A Petrobrás acaba de dar um tiro na nuca de empresas brasileiras que são suas fornecedoras. Sem dó, nem piedade. A nova determinação da atual direção da companhia, presidida por Roberto Castello Branco (foto), é que os pagamentos feitos pela empresa não sejam feitos mais em 30 dias. De agora em diante, acredite, serão em 90 dias. Seja para prestação de serviços ou venda de produtos ou equipamentos. Para as empresas que prestam serviços, a coisa é ainda pior, porque para emitir uma nota fiscal ela precisa ter trabalhado pelo menos por 30 dias. Aí sim, podem fazer a medição. E aí terão que esperar mais 90 dias para receber. Ou seja: terão que aguardar 120 dias. É uma pré-seleção das empresas que serão beneficiadas em detrimento de outras. Não houve qualquer comunicação oficial, apenas uma inclusão dessa cláusula nas licitações lançadas desde o final dezembro do ano passado. Isso alertou o mercado, que a cada
momento experimenta uma mudança na relação com a estatal. Há uma clara desinformação estabelecida.
Ouvida pelo Petronotícias, a Petrobrás justifica sua decisão afirmando que “Trata-se de uma medida de resiliência em resposta à crise atual que impôs uma grande necessidade de adaptação da companhia.” Ao mesmo tempo diz que “ A medida abrangerá menos de 2% do total de novos contratos e não inclui pequenas e médias empresas.” Será que menos de 2% desses contratos são mesmo capazes de sacudir a empresa pelo pescoço e deixa-la em risco? A companhia também admite que “no fornecimento de bens de capital que possuem prazos de construção multianuais e desembolsos intensivos, a Petrobrás vem dialogando com instituições financeiras e associações de empresas em busca de soluções. O objetivo é manter a competitividade e a sustentabilidade da cadeia de fornecimento no longo prazo.” Que efeitos medidas como essas trarão para a cadeia de fornecedores, tão interdependente? O grande fornecedor compra do pequeno e do médio. Os reflexos serão imediatos. É o famoso e popular efeito em cascata.
Cada vez mais a Petrobrás vem sendo menos indutora do crescimento econômico da indústria brasileira. No entanto, existem realidades na economia do país que não podem ser desconhecidas por quem foi professor da Fundação Getúlio Vargas, depois de ter feito doutorado em economia e pós-doutorado na Universidade de Chicago, como é o atual Presidente da empresa. Até entende-se a política que está sendo implantada na companhia, privatizando diversas empresas que tem sob seu controle acionário, mas sabe-se também que, embora esse discurso seja defendido por alguns, também é criticado por outros tantos. O que surpreende é que se desconheça o que vai acontecer logo ali na frente. As óbvias consequências.
O liberalismo da economia americana, aprendido e lapidado há décadas por Castello Branco, já fez água desde a posse de Donald Trump na Casa Branca, há quatro anos, quando ele levantou a bandeira do America First. E agora recebeu uma pá de cal depois das declarações de Joe Binden, logo após a sua posse: o Plano “Buy American” (Compre dos EUA), privilegiando as empresas e os empregos para os americanos. As prioridades são para compras domésticas. A ideia principal desse plano, obviamente, é fortalecer as empresas americanas e os empregos para os americanos. Essa parece ser a nova face do liberalismo, com pitadas de protecionismo, mas também de bom senso para a realidade econômica do mundo moderno, sob crise e sob uma pandemia. Estas novas aulas, Castello Branco faltou.
As empresas brasileiras que são fornecedoras da Petrobrás, em sua grande maioria, estão descapitalizadas. A maior parte delas nem capital de giro possuem. Os bancos que as socorrem cobram caro pelas garantias. Quem suportará a isso? O que parece óbvio de acontecer para quem ainda quiser arriscar, será o endividamento certo, aquele caminho mais curto e mais veloz para empurrar muitas empresas para a insolvência, com reflexos terríveis, resultando em mais desemprego. Os serviços e as vendas de peças e equipamentos só deverão ser feitos, muito provavelmente, por empresas estrangeiras que estejam capitalizadas. Aquelas que possam suportar tanto tempo sem receber. Ainda assim, não serão tantas. Mesmo que repassem um percentual para o preço, a Petrobrás usará o seu escudo para que isso seja evitado. Ou não faria qualquer sentido impor essa política de estrangulamento. A realidade das empresas brasileiras fornecedoras da Petrobrás é a mesma de uma caveira fazendo regime. Ninguém suportará. Basta constatar a venda de aço atualmente. A empresa encomenda, paga à vista, recebe o produto com pelo menos três meses, faz o serviço e depois de entregar, espera mais três meses para receber. Tem uma fórmula mais rápida para se dizimar empregos? Alô, Alô, Petrobrás… São dados oficiais: 14,1 milhões de desempregados; 5,9 milhões de desalentados; 30,3% da população ativa está subutilizada.
O saco de maldades de Castello Branco com as empresas nacionais não parece ter fundo. Para lembrar, ele já anunciou que as construções das próximas 3 plataformas do tipo FPSOs serão na Ásia. No caso da Plataforma de Mero 3, o conteúdo local será zero. Ela já está sendo construída na Malásia pela empresa MISC. As duas plataformas para o Campo de Búzios, P-78 e P-79, que terão a entrega das propostas na próxima segunda-feira (1º), também serão feitas no exterior, onde se criará milhares de empregos. É uma política gêmea a do PT de Lula e Dilma, tão criticada pelo Presidente Jair Bolsonaro, por ter usado dinheiro de brasileiros para criar empregos na Venezuela, Cuba, Nicarágua, Argentina, República Dominicana, Equador, Bolívia e em países de esquerda da África. Tentar explicar essa política para quem é do setor e está desempregado ou para uma empresa que luta para dar empregos aqui, é impossível.
Qual é o objetivo de uma estratégia como essa? Apostar todas as fichas na exploração de petróleo e vender todas as empresas que não tenham ligação com a exploração, ao contrário do que todas as petroleiras do mundo estão fazendo? Algumas estão investindo em energia eólica, em eólica offshore, outras na solar e até no hidrogênio. Quando a necessidade do petróleo diminuir, acredita-se em 30 anos, como estará a Petrobrás tendo vendido todas as suas empresas que tem controle acionário para se concentrar na exploração? Certamente Castello Branco não estará aqui para se responsabilizar pelo seu legado. Só os filhos e netos. Envergonhados, talvez. Quem viver, verá.
Meu presidente Bolsonaro e meu outro presidente Castelo Branco estão de parabéns!
Foi pra isso mesmo que elegemos vocês!
Desculpa, mas não vejo onde está a vantagem da Petrobras em fazer esse esquema de pagamento aos contratantes. Antigamente ouvíamos dizer, se não pode com ele, una-se a ele!!! MAS tbm ouvimos muitos dizerem, que do couro saia correia
Bom dia, estou surpreso que um jornal como o seu pode ter avaliações de noticias como essa. 90 dias de pagamento é na verdade normal por uma empresa do tamanho da Petrobras. 30 dias sempre foi muito curto e era possível porque a empresa é nacionalizada e podia se encostar no BNDES ou Banco Central. Hoje em dia não é mais possível, J.B não tem nada a ver com isso. Para não afundar o pais inteiro, a PBr tem que se desenvolver com menos apoio do estado. A fim de conta as contas são zeradas no pais, mais o dinheiro… Read more »
Meus Deus… Vou responder aos 2 que falaram só besteiras acima: Ô Sr. Custódio, como disse o brilhante jornalista Ricardo Boechat para o Pastor Silas Malafaia, certa vez (Vá no youtube e veja). É o que melhor se encaixa como reposta para você. Pronto! já acabei e te responder. Ao Sr Alexandre Pépin, veja baixo: Mas quanta besteira e ignorância de sua parte. Você trabalha aonde? Sua empresa gostaria de receber em 120 ou 300 dias? Converse com o seu patrão. Mas o seu salario tem que ser pago em dia né? Ao final de 30 dias, não é? Vamos… Read more »
Não vou levar a falta de respeito sua, a fim de conta a internet é local pra covarde berrar seu odio. o link abaixo é pra meu CV, vc pediu saber onde trabalhei. https://www.linkedin.com/in/alexandrepepin/ Por favor se documenta e leia o artigo direito, so empresas de grande porte verão essa mudança: “A medida abrangerá menos de 2% do total de novos contratos e não inclui pequenas e médias empresas”. Larga a bandeira vermelha, tira o tapa olho e observa o que acontece no resto do Mundo (não so EUA, Venezuela e Argentina). E por favor seja mais educado, ninguem é… Read more »
Vejo que o gado vem pastar nessas bandas também, defendendo o indefensável. O complexo de vira lata, como diria Nelson Rodrigues, do brasileiro é gritante. Em qualquer nação desenvolvida do planeta, capitalista ou não, uma empresa como a Petrobras é indutora do desenvolvimento, porque se não for, será apenas uma empresa que deixa buracos. Não basta gerar impostos, a industria petrolífera só se justifica num país sério se ela é disseminadora de tecnologia e promove uma cadeia de fornecedores locais. Isso em princípio se consegue com algum PROTECIONISMO SIM! Protecionismo para os que ficam arrepiados é praticado pelas nações mais… Read more »
Aliás, para ficarmos no campo da coerência, onde está a coerência desse governo, maioritário na Petrobras, quando ataca a China, mas manda as plataformas de petróleo serem construídas lá, gerando milhares de empregos lá? É uma piada para gado ruminar mesmo.
E só fazendo uma pequena correção no texto: o Governo Lula fomentou a industria naval e fez renascer os estaleiros no país. No mandato Dilma, com a senhora Graça Foster na presidência, a Petrobras começou enviar plataformas para China, inclusive cancelando as encomendas do Estaleiro Ecovix e também deixando apodrecer os módulos que haviam sido iniciados próximos a Porto Alegre, uma vergonha absurda. Dilma, não Lula. Sejam honestos.
O pirata ca$tello egresso da extrativista e mortal vale do rio doce , afilhado de guede$ boy é assim :_ contrata gente (quens?) sem concurso por >=33.000/ mês, paga dividendo de um lucro que não existe, mantém Refinarias ociosas, mantém a tinha de sua responsabilidade no fundo de pensão (mata idoso), crava a assistência minguante médica da Petrobas etc. E crava os forne cedores ..e tem mais.
É impressionante o escapismo de alguns comentários bem em sintonia com quem administra a Petrobras. Quem não tem competência para dar soluções bota culpa no antecessor. Culpa infindável! Dizem que não tem cão caça com gato. O gato de agora tem medo do rato e é até amigo dele. Não é parábola não, rsrsrs! As negações de ontem são a salvação de hoje e matar a industria nacional parece ser o mote dos atuais administradores Petrobras e outras, sempre mui bem remunerados pelas empresas que gerenciam, apesar de não gostarem delas e do País proprietário. Triste fim da Petrobras, Banco… Read more »
É uma empresa que so dava prejuízos e agora so lucros.
Esses lucros e que promovem o desenvolvimento e faz crescer a economia como um todo. Ou sera que estou errado.
Claro que está. Qual o balanço o balancete do lucro? No passado, tirando fora os impairments absurdos, era possível ver os lucros. E no presente onde está? Duvido que nos mostre. E crescer a economia? De qual País? Deve ser da Lapônia com Papai Noel e tudo.
So ouco choro de comunista nesse jornal, normal esse procedimento. E se tudo der certo ela vai vender e no final SER VENDIDA para acabar com o cabide
A nova política de pagamentos da Petrobras, não traz vantagens para as partes contratantes, Petrobras e seus fornecedores, mas tende a favorecer os bancos, portanto, torna-se uma política burra concebida pelo presidente Castello Branco e séquito. Na formação de preços, além das despesas diretas, temos o custo financeiro da proposta, isto é, o lapso temporal entre a prestação do serviço propriamente dito e o seu efetivo recebimento além das despesas Indiretas que compõe o BDI (Bonificação de Despesas Indiretas), que consistem em parcelas associadas determinadas por lei, os conhecidos ENCARGOS TRIBUTÁRIOS, nas três esferas do poder: ISS, ICMS, PIS, COFINS,… Read more »
A estória está mais ou menos contada, mas com conclusões erradas. Nenhuma empresa de engenharia entra em uma obra ou mercado, especialmente em um onde supostamente ganha muito dinheiro, para abandonar a obra antes do fim e deixar de pagar até rescisões trabalhistas. A tecnocracia da PB, o corporativismo e os sindicatos, nenhum interessado em ver o empreendimento levado a cabo, em um ambiente onde produtividade era palavrão e todos os 100 (cem!!!) Fiscais de um empreendimento tinham voz ativa e davam sua contribuição para que os custos tendessem ao infinito, respondem – sem serem responsabilizados – pelos resultados. Ninguém… Read more »