O FURACÃO IDA AINDA DEIXA GRAVES SEQUELAS NAS ÁGUAS DO GOLFO DO MÉXICO
ORLANDO – Por Fabiana Rocha – As sequelas de Ida, o furacão devastador, ainda causa profundas e graves consequências às empresas e às pessoas residentes em Louisiana, nos Estados Unidos. Manchas de óleo na água perto do Refúgio Nacional de Vida Selvagem de East Timbalier Island e da área ao sul de Port Fourchon, em Louisiana, estão deixando agora os ambientalistas de cabelo em pé. A Talos Energy foi notificada sobre um vazamento de óleo na costa da Louisiana após o furacão e a empresa enviou uma equipe de resposta ao local. Como noticiamos, os mergulhadores encontraram a origem do vazamento, um tubo de 12 polegadas, em Bay Marchand. A empresa conseguiu uma cúpula de contenção nele, o que permitiu a recuperação do vazamento e transferência para navios de superfície do óleo.
A Talos, no entanto, também disse que suas operações não foram a fonte do vazamento. A empresa afirmou ter sido contatada por ser anterior arrendatária do bloco onde ocorreu o vazamento, embora ali tenha parado a produção em 2017 e tenha sido isolado seus poços e removido toda a infraestrutura. A pergunta agora é quem será o responsável pelo vazamento. Fica difícil a resposta, porque ainda há outro vazamento ainda não localizado. É muito grande o número de oleodutos antigos e poços abandonados no Golfo do México. A Wilma Subra, química e consultora técnica da Louisiana Environmental Action Network, entidade sem fins lucrativos, disse que o mapa dos oleodutos “parece um prato de espaguete. Há oleodutos por todo lugar”.
De acordo com o Government Accountability Office, o Bureau de Segurança e Fiscalização Ambiental permitiu que a indústria de petróleo e gás offshore deixasse 97% dos oleodutos, quase 30 quilômetros no fundo do mar quando não estivessem mais em uso desde 1960. Importante saber que esse dutos podem conter óleo ou gás se não forem devidamente limpos no descomissionamento. O bureau não tem um processo de supervisão robusto para garantir a integridade de aproximadamente 14 quilômetros de oleodutos offshore ativos e gasodutos localizados no fundo do mar do Golfo do México, segundo os ambientalistas, e nem tem um processo robusto para lidar com os riscos ambientais e de segurança colocado ao deixar os dutos desativados no fundo do mar.
Membros da Força de Ataque Nacional da Guarda Costeira dos Estados Unidos que sobrevoaram a área da Baía de Marchand não viram nenhum vazamento forte de óleo na área. O que foi observado foi um óleo irrecuperável, que está se dissipando. A Talos disse que observou oleodutos pertencentes a outras empresas que provavelmente foram impactados por Ida. A empresa está trabalhando com a Guarda Costeira e outras agências estaduais e federais para determinar a propriedade do oleoduto danificado e para organizar uma resposta coordenada ao derramamento.
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