OTC TERMINA EM CLIMA DE EXPECTATIVA DE NEGÓCIOS, MAS COM CRÍTICAS À QUEBRA DO CONTEÚDO LOCAL

triunfo OTC TarjaHOUSTON – Termina nesta quinta-feira (4) mais uma edição da OTC aqui no Texas, confirmando ser a maior feira de petróleo do mundo. Das feiras internacionais do setor, apenas a bienal Rio Oil&Gas e a feira de Petróleo de Dubai podem rivalizar com ela. Neste dia de encerramento, sempre mais morno, já sem tantos visitantes em busca de negócios, o Pavilhão Brasil, como sempre muito bem organizado pelo departamento de Eventos do IBP, merece todos os elogios. Agradou a todos e se tornou um espaço atraente para os profissionais que visitaram a feira, dando um considerável conforto para as 42 empresas brasileiras que, mais uma vez, acreditaram neste evento internacional de grande importância para a troca de informações para a indústria brasileira de petróleo. A própria presença do Presidente da Petrobrás, Pedro Parente, prestigiando o pavilhão, foi um fator positivo, diferente dos anos sob o comando de Aldemir Bendine e Graça Foster, quando a estatal brasileira deixou inclusive de colocar um estande na feira. O clima entre os empresários era de um tímido otimismo, expectativa de novos negócios, mas de críticas à quebra do conteúdo local patrocinada pelas grandes empresas petroleiras, incluindo a Petrobrás, o Ministério das Minas e Energia e o próprio IBP. A expectativa agora é pela decisão da ANP em relação à quebra de conteúdo local também na construção dos FPSOs de Sépia e Libra. Se a decisão for baseada no resultado da audiência pública organizada pela agência reguladora, a quebra não será possível. A decisão da ANP poderá mostrar qual é o grau de real independência da agência reguladora.

Alguns empresários ainda  puderam ser encontrados por aqui e expressaram suas opiniões, mesmo com a crise que o Brasil está vivendo, como Cristina Graham, diretora da PH Dutos:

“A retomada da economia no setor de Petróleo no Brasil está ocorrendo lentamente e timidamente. Nota-se uma insegurança geral devido à falta de dinheiro, falta de soluções claras e falta de decisões dos órgãos competentes, como a Petrobrás e os políticos envolvidos nesta retomada. Mas já estamos sentindo um ambiente propício para negócios, porém tudo com regras cristinamais rígidas, devido à alta inadimplência e a todos os escândalos que ocorreram nos últimos meses. Sobre a questão do conteúdo local, deve afetar o nosso negócio, pois muitas empresas do exterior já vêm com todos os equipamentos e materiais necessários para a execução da obra. Mas estamos prontos para a concorrência.”

Iwaldo Miranda, importante profissional, muito querido do mercado, está à frente do MFX, sempre presente nas feiras internacionais no mundo inteiro, como Aberdeen, Noruega, Dubai etc. Novamente a empresa expõe seu produtos na OTC:

“Isso faz parte do plano de internacionalização da empresa. No mercado internacional temos participado de muitos negócios, principalmente no Oriente Médio e na Ásia. Não vou comentar sobre o mercado brasileiro,
iwaldotrabalho focado em vendas internacionais. É possível concorrer com empresas estrangeiras fora do Brasil. O câmbio é favorável  e nem todas as empresas estrangeiras são competitivas como a MFX. O mundo tem muitas oportunidades de negócios abertas a empresas brasileiras com competência para exportar. Temos participado de várias concorrências no mundo inteiro. A MFX já é aprovada na Saudi Aramco, que é o  maior produtor de
petróleo mundial, além de estar qualificada junto à SAIPEM, à SUBSEA 7, à NOV e muitos outros clientes por todo o mundo. Já fechamos contratos com empresas na Europa e na Ásia, e seguimos forte buscando novos negócios internacionais.”

Outra empresa que sempre marca presença no Pavilhão Brasil da OTC é a CSL, que tem 40  anos de experiência no mercado, sendo uma importante empresa do setor de cordas e amarras. Seu diretor, Luis Adilson Corrêa. fala sobre a participação na OTC:

“Temos participado da OTC por muitos anos e não poderia deixar de vir este ano, visto a importância da imagem institucional da empresa neste setor. Nós ainda não verificamos em nosso setor uma retomada, adilsonapenas alguns movimentos, mas nada expressivo. Mas  é possível  sentir um ambiente mais favorável em contato com outros empresários e fornecedores, porém o clima de ansiedade ainda permanece em virtude do ambiente político conturbado em que estamos vivendo. Quanto à quebra do conteúdo local,  afeta em parte, mas, sendo mantida a política relacionada ao Repetro, mantemos nossa competitividade, já que neste regime podemos usar o drawback na importação de matéria prima e insumos. Além disso, acreditamos que as empresas vão sempre privilegiar os
fornecedores locais de seus respectivos países. Temos condições de enfrentar a concorrência estrangeira no que diz respeito ao ambiente produtivo sim, mas quando tratamos de temas como carga tributária, infraestrutura, custo financeiro e encargos trabalhistas, a luta é muito desigual. Já temos uma posição consolidada no Brasil, a participação em feiras no exterior é mais no sentido de expandir os negócios em países que já atuamos e também introduzir nossos produtos em novos mercados.”

Gustavo Leite, da Flexomarine, há mais de 40 anos na fabricação de mangotes marítimos,  importante empresa do setor que tem uma padrão internacional em suas atividades,  participou do Pavilhão Brasil:

“Achamos fundamental a participação na OTC, porque é a principal feira mundial voltada para o mercado de óleo e gás. ainda não percebemos nenhuma retomada nos negócios de petróleo no Brasil e até o mercado gustavoexterno está mais cauteloso. Muitas consultas, mas poucos negócios. Nós temos presença mundial e somos consultados pelo players deste mercado. Por isso a nossa participação aqui em Houston. Temos padrões internacionais de qualidade, produtividade e custo. A grande preocupação é a inflação de custos internos e a taxa cambial. Enquanto o dólar estiver no patamar que está, está bom para a Flexomarine.”

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