OXITENO AMPLIA TECNOLOGIAS PARA O SETOR DE PETRÓLEO E APOSTA EM ATIVOS NA INDÚSTRIA AMERICANA

Por Luigi Mazza (luigi@petronoticias.com.br) –

alexandre mesquitaEm meio à baixa da indústria brasileira, o momento é de buscar novos mercados e garantir projetos para uma futura retomada do segmento de óleo e gás. A receita vem sendo seguida por grandes players nacionais e o cenário não é diferente para a Oxiteno, que amplia cada vez mais seu plano de internacionalização e investe em ativos de produção para expandir sua base de consumidores em diversos países. Com atividades na Argentina, no Equador e no México, a companhia direciona suas forças agora para os Estados Unidos, onde avança hoje no desenvolvimento de uma nova fábrica de alcoxilação, que deverá somar investimentos de US$ 113 milhões e está prevista para iniciar suas operações no final de 2017. De acordo com o gerente de negócios de óleo e gás da Oxiteno, Alexandre Mesquita, a indústria norte-americana está no foco central dos novos negócios da empresa, que amplia gradativamente seus ativos na região e já conta hoje com uma produção local consistente para atender às demandas da cadeia produtiva do país. “Os Estados Unidos representam para nós o maior potencial para desenvolvimento de negócios no setor de petróleo”, aponta Mesquita. Além disso, a companhia aposta agora na diversificação de produtos para garantir espaço em novos mercados; até o final do ano, serão lançadas uma nova linha anticorrosão e uma base de produtos desemulsificantes. “Temos posicionamento para entrar nessas áreas com uma lucratividade ainda maior.”

Quais são hoje os principais projetos da Oxiteno?

Nós continuamos com nossa atuação no Brasil e estamos expandindo nossa operação para o exterior. Temos vários projetos de cooperação tecnológica ainda sendo desenvolvidos, e estamos agora consolidando nossa filial de Macaé, que é uma solução logística para os clientes. Até o final do ano, temos programado o lançamento de diversos produtos. Devemos lançar uma nova linha anticorrosão ainda este semestre, e uma base de produtos desemulsificantes no terceiro trimestre.

O investimento em Macaé segue a tendência de retomada de projetos em campos maduros na região?

O nosso investimento em Macaé é voltado a soluções logísticas; a ideia é o cliente ter o produto just in time. Nós temos os campos maduros como uma plataforma de tecnologia. Quando falamos em recuperação de óleo e gás em campos maduros, trabalhamos muito com esse tipo de produto na hora de desenvolver tecnologias. É o caso de solventes para estimular as reservas, preventores de emulsão, espumantes, toda uma linha de produtos que consideramos um driver para esses projetos. Se o investimento vier, é bom para nós porque temos mais oportunidades com essas vendas. Temos foco em poços maduros, águas ultraprofundas, assim como óleo e gás de xisto.

Como tem sido o impacto da crise global do setor de óleo e gás sobre a indústria petroquímica?

Com o baixo preço da matéria-prima, o setor até se beneficia. Por outro lado, com nossos investimentos em pesquisa e desenvolvimento (P&D), conseguimos a manutenção dos nossos planos e continuamos com investimentos em nosso portfólio. Estamos buscando a melhoria de soluções logísticas no Brasil e em outras regiões, com o desenvolvimento em equipe, o conhecimento e a geração de valor para o cliente. Estamos nos fortalecendo para quando o mercado reagir.

Quando o senhor prevê que deve acontecer essa retomada?

É muito difícil prever. Nós acompanhamos o mercado, mas não temos condição de avaliar quando acontecerá uma retomada. Trabalhamos com alguns cenários, otimistas e pessimistas, mas não temos posicionamento firme. Acho que ninguém tem.

Que novos projetos a Oxiteno avalia hoje?

Nós temos focado muito na manutenção de market share em algumas regiões onde já estamos presentes e em outras onde não atuamos com muita força. O que temos feito para tornar o negócio mais saudável é internacionalizar projetos, indo em busca de onde há oportunidades. Estamos focando na Argentina e no Equador, principalmente, considerando que houve uma redução de atividades no Brasil. Outro ponto que seguimos é a diversificação de portfólio, então temos investido bastante em pesquisa e novos produtos. Participamos de áreas em que nunca havíamos participado, e isso traz novas oportunidades.

Que áreas são essas?

Os próprios inibidores de corrosão, por exemplo. Não tínhamos participação nessa área anteriormente.

A que passo estão os investimentos da empresa nos Estados Unidos hoje?

Os Estados Unidos representam para nós o maior potencial para desenvolvimento de negócios no setor de petróleo. O faturamento está em baixa, mas a produção continua em patamar bem elevado no país e, em todo seu setor de petróleo e gás, tem um potencial quatro vezes maior que o do Brasil. É uma potência enorme. Estamos fortalecendo nossa base de manufatura no país, que está com investimento aprovado e deve ficar pronta até o final de 2017. É uma planta de alcoxilação. Isso nos posiciona de forma que podemos atender a um mercado que, hoje, não temos condições de atender. Buscamos nos posicionar na região para quando essa planta entrar em operação.

Qual deve ser o foco de negócios da Oxiteno para os próximos meses?

Nós temos um posicionamento bastante sólido com produtos que participam do controle de gases e tratamento de resíduos; toda essa linha é muito reconhecida. Nós estamos atuando com força na manutenção de market shares, focando também em investimentos e ampliação de portfólio para mercados dos quais não participávamos há anos. Temos posicionamento para entrar nessas áreas com uma lucratividade ainda maior. Outro ponto é aumentar nossos projetos de criação, que desenvolvemos juntos e geralmente acontecem de forma rápida e efetiva.

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