PETROBRÁS CONTESTA REPORTAGEM, DEFENDE SUA NOVA POLÍTICA DE PAGAMENTOS E EMPREGOS NO EXTERIOR
A Petrobrás enviou hoje (29) uma nota para o Petronotícias refutando a matéria publicada aqui na ultima quarta-feira (27) sobre a “Nova Política de preços da Petrobrás.” Ela discorda de algumas informações e opiniões da reportagem. Nós vamos reproduzir a resposta da estatal na íntegra, como sempre fazemos. Na verdade, as nossas críticas apenas interpretaram a voz de grande parte das empresas que compõem a cadeia de fornecedoras do óleo e gás, ouvidas diariamente pelo Petronotícias. Empresas que nunca confrontam a companhia, preocupadas em receber represálias. Quando a Petrobrás prefere acreditar que as informações estão distorcidas, revela apenas uma profunda falta de sensibilidade e um completo divórcio da dura realidade que as suas empresas fornecedoras atravessam. Compreende-se que é mais fácil se defender das críticas do que enxergar a obviedade do que elas carregam. Existe um fato claro: há milhões de desempregados no Brasil e uma empresa estatal,
que sempre foi indutora do desenvolvimento, vira as costas para essas pessoas e decide criar milhares de empregos no exterior com dinheiro de brasileiros. Parece ser uma decisão sensata? Para o Petronotícias, não.
Com a crise econômica e a pandemia, o mundo tornou-se protecionista. Todos os países defendem suas populações e os seus empregos. O Brasil, não? Não basta gerar impostos, a indústria petrolífera só se justifica se ela é disseminadora de tecnologia e promover uma cadeia de fornecedores locais. Se a Petrobrás não tem fluxo de caixa para pagar 2% dos seus fornecedores, o problema é interno. O Petronotícias, ao contrário do que a Petrobrás acusa, não distorceu os fatos. Esclareceu. Colocou luz sobre eles. Aceitar que as pequenas e médias empresas estariam livres dessa real política de estrangulamento, só se desconhecer que as grandes empresas compram produtos e serviços de pequenos e médios fornecedores. A Petrobrás quer fazer fluxo de caixa com o sofrimento e o risco dessas empresas?
A ideia é alertar a Petrobrás para esse divórcio que a companhia está do mercado. Fazer com que ela seja mais realista e menos arrogante na relação com as outras empresas. Pagar em 90 dias não é uma prática do comum, como ela diz. Ou a Petrobrás aceita receber por seus produtos e serviços também em 90 dias? A empresa precisa voltar a ser indutora de desenvolvimento ou vai matar a cadeia de empresas do setor e arrastar para o buraco o legado histórico da engenharia nacional. A frase dita ontem (28) por Roberto Castello Branco, PRESIDENTE da companhia, em um evento do Credit Suisse, revela a nova essência da empresa: “NÃO DEFENDO COMBUSTÍVEIS FÓSSEIS, MAS DECISÕES RACIONAIS.” Para quem dirige e lidera uma companhia produtora de combustíveis fósseis, que já foi de longe a maior da América Latina, e ver o que está acontecendo com ela atualmente, ele parece estar no lugar errado.
Veja a nota da Petrobrás, na íntegra:
” A Petrobras discorda veementemente do texto opinativo publicado pelo site Petronotícias nesta quarta-feira, 27/1, intitulado “Nova política de pagamentos da Petrobras pode ser um tiro na nuca das empresas fornecedoras brasileiras”. Mais uma vez, o veículo distorce informações e faz falsas acusações contra a companhia, além de ataques pessoais à sua administração. A Petrobras preza pela boa relação com seus fornecedores e busca constantemente soluções que alinhem interesses da companhia e da cadeia, contribuindo para manter a competitividade e a sustentabilidade das empresas do setor de óleo e gás no país.
As novas premissas de pagamento a fornecedores implantadas pela Petrobras estão alinhadas a práticas de mercado nacionais e internacionais. Prazos maiores que 30 dias fazem parte do dia a dia de grandes empresas, que estão habituadas a essa rotina em seus relacionamentos comerciais. Não se trata de uma novidade no mercado ou uma “política de estrangulamento” – e muito menos de uma prática que interfira na isonomia de competição. Além disso, como já informado ao veículo, a ampliação do prazo de pagamento abrangerá menos de 2% do total de novos contratos. São casos bem específicos e que não incluem pequenas e médias empresas.
Paralelamente, a Petrobras trabalha em uma agenda de soluções financeiras para trazer robustez à cadeia de óleo e gás. A companhia lançou, no ano passado, o programa “Mais Valor”, que busca apoiar o setor, oferecendo oportunidade aos fornecedores de anteciparem as faturas de bens e serviços já entregues ou realizados. A nova solução amplia o acesso das empresas a operações de capital de giro com taxas mais competitivas junto aos bancos parceiros, utilizando o risco de pagamento da Petrobras (risco sacado). Em parceria com a Petrobras, várias instituições financeiras apoiam este programa, e há portanto uma ampla oferta de capital de giro disponível para apoiar especificamente a cadeia de fornecimento local.
Para o nicho de mercado que representa menos de 2% dos contratos – composto na maior parte por empresas de grande porte já familiarizadas com prazos de pagamento mais longos praticados no mercado de óleo e gás e também em outras indústrias que atendem, como por exemplo o de fornecimento de bens de capital que possuem prazos de construção multianuais e desembolsos intensivos – a Petrobras vem dialogando com instituições financeiras e associações de empresas em busca de alternativas de mercado que alinhem interesses e assegurem um relacionamento comercial saudável entre as partes.”
Na ótica do CEO da Petrobras, a dilatação de prazo para pagamento de seus fornecedores é de fato, bom para os bancos. Dá a entender em suas justificativas que tal alteração tem esse propósito.
Sabe como funciona na prática meu caro? Os grandes entram nos programas oferecidos para os bancos, recebem descontando juros e impõe para a grande cadeia de pequenos fornecedores prazos que os enforcam! Daí a quebradeira dos poucos que restaram.
Já que os egrégios funcionários da Petrobras dignam-se a ler as matérias, quem sabe aprendam de um fornecedor de pequeno porte que tudo que a Petrobras impõe ao seus fornecedores de grande porte é REPASSADO AOS PEQUENOS. NO FINAL DAS CONTAS, DESINFORMADOS, QUEM FINANCIA ESSE CONFORTO NO FLUXO DE CAIXA DA PETROBRAS É O PEQUENO FORNECEDOR, AQUELE QUE FORNECE INDIRETAMENTE PARA PETROBRAS. JÁ NÃO BASTA A PETROBRAS SE EXIMIR DA SUA RESPONSABILIDADE QUANDO DA PARADA DAS OBRAS DO COMPERJ E DA RNEST, QUEBRANDO MILHARES DE PEQUENOS FORNECEDORES QUE DIGNAMENTE FORNECIAM ÀS EMPREITEIRAS? Será que fui claro com essa gente que… Read more »
A nova política de pagamentos da Petrobras, não traz vantagens para as partes contratantes, Petrobras e seus fornecedores, mas tende a favorecer os bancos, portanto, torna-se uma política burra concebida pelo presidente Castello Branco e séquito. Na formação de preços, além das despesas diretas, temos o custo financeiro da proposta, isto é, o lapso temporal entre a prestação do serviço propriamente dito e o seu efetivo recebimento além das despesas Indiretas que compõe o BDI (Bonificação de Despesas Indiretas), que consistem em parcelas associadas determinadas por lei, os conhecidos ENCARGOS TRIBUTÁRIOS, nas três esferas do poder: ISS, ICMS, PIS, COFINS,… Read more »
Se a Petrobras defende decisões racionais, quais são as justificativas técnicas ou econômicas que justificam manter aberto o escritório de Santos, obrigando contratualmente fornecedores como a SBM e a Modec a se instalar naquela cidade se todas as operações de logística de pessoas e de materiais é feita por cidades do Estado do Rio? Os FPSO da “Bacia de Santos” operam ao largo do litoral do Estado do Rio e vários empregos e seus impostos foram perdidos. Só os royalties ficam para cidades e o Estado do Rio porque o IBGE determina as nossas fronteiras marítimas. Os governos do estado… Read more »
Ca$tello Pirata do guede$boy. Perdulario, profissional do prejuízo e facilitador de importações caras e em dólar #foraca$tello.
Excelente matéria.