PETROBRÁS DEFINE LISTA DE ATIVOS A SEREM VENDIDOS, INCLUINDO ÁREAS DO PRÉ-SAL, USINAS TÉRMICAS E PARTICIPAÇÃO NA BR

ivan monteiroA Petrobrás definiu a lista de ativos que devem ser vendidos a investidores no mercado, com cinco grupos separados, entre os quais campos de exploração do pré-sal nas bacias de Campos e Santos. A decisão, que oferece ao mercado também parques geradores de energia térmica e uma participação na BR Distribuidora, integra o plano da estatal para reduzir o endividamento e levantar caixa. O objetivo é levantar US$ 13,7 bilhões no total.

Os quatro campos de petróleo postos à venda pela estatal que fazem parte do pré-sal são o BMC-33, BMC-36 (Tartaruga Verde), BMS-8 e BMS-24 (Júpiter), de acordo com reportagem do jornal Valor Econômico. Esse ativos podem ser vendidos por serem anteriores à legislação que obriga a Petrobrás a ser a única operadora no processo exploratório.

O bloco BCM-33, na qual a empresa possui participação de 30%, em parceria com a Repsol e a Statoil, detentoras de 35% cada, possui descobertas com recursos de exploração promissores. Entre eles, o campo Pão de Açúcar, cujas reservas são estimadas em 700 milhões de barris de petróleo e 3 trilhões de pés cúbicos de gás. O campo de Tartaruga Verde, por sua vez, apresenta reservas estimadas em 230 milhões de barris e pertence 100% à Petrobrás.

Júpiter, embora tido como uma grande reserva da região, é considerado um campo custoso no que diz respeito a investimentos, devido às dificuldades tecnológicas decorrentes da presença massiva de gás carbônico. Já o BMS-8, no qual a estatal opera e participa com 66%, é onde se encontra o promissor campo de Carcará.

Esses campos estão previstos para iniciar suas produções a partir de 2021. Ao vendê-los, a estatal evita o grande volume de investimentos que teria de direcionar à estrutura produtiva dessas áreas. Havia expectativa por parte de alguns investidores de que o pacote à venda incluísse também campos já em produção, para que houvesse retorno imediato de receita, mas até agora a companhia não deu sinais de que venderá áreas produtoras.

O plano de negócios da Petrobrás, que deve ser divulgado em junho, gera expectativa quanto ao esclarecimento desse e de outros aspectos interessantes a possíveis investidores. O diretor Financeiro e de Relações com Investidores da empresa, Ivan Monteiro (foto), afirmou na última teleconferência com analistas que a meta de desinvestimentos ficará em cerca de US$ 3 bilhões para este ano e US$ 10,5 bilhões para 2016.

Segundo o jornal, a companhia põe à venda também parte de seu parque gerador de energia térmica, um valioso ativo com capacidade de 7 GW. O Bradesco BBI foi contratado para vender parcela de 49% das térmicas, que geram interesse em empresas globais. A atração de sócios para o negócio, no entanto, esbarra no fato de as térmicas não apresentarem contrato de fornecimento de gás com a estatal brasileira.

Foi posto à venda também um bloco de ativos composto pelas 21 distribuidoras de gás natural em que a companhia apresenta participação acionária. A estatal tem como objetivo, nesse caso, atrair a Gaspetro para a aquisição de 49% da holding que controla essas empresas. A Mitsui, japonesa sócia em algumas delas, é também candidata à compra.

A reportagem diz também que a companhia contratou o Bradesco BBI também para buscar sócio minoritário para a Petrobrás Distribuidora (BR), dona dos postos de gasolina com bandeira da empresa. Para a venda de postos localizados em países vizinhos, foi mandatado o Citi. O plano é de que as vendas sejam feitas todas para um único grupo.

Embora não tenham sido postas em pauta, existem ainda expectativas quanto à busca de sócios minoritários para investimento nos gasodutos da companhia e quanto à venda da fatia da estatal nas ações da Braskem.

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Vicente

Temos que ter cuidado pois podem ser realizadas vendas que não são interessantes a não ser para o comprador.