PETROBRÁS OFICIALIZA NOVO CORTE DE INVESTIMENTOS, DE US$ 11 BILHÕES, MAS MANTÉM META DE PRODUÇÃO

Aldemir BendineNada é tão ruim que não possa piorar. A Petrobrás oficializou o corte de investimentos previstos para este ano e para o próximo, como já vinha se falando no mercado, mas os valores anunciados ainda ficaram acima dos US$ 20 bilhões que eram apontados como a nova faixa de aportes para 2015. Os números oficiais divulgados agora preveem que os investimentos neste ano caiam de US$ 28 bilhões para US$ 25 bilhões, enquanto os de 2016 passaram de US$ 27 bilhões para US$ 19 bilhões. Apesar do esforço para enxugar a máquina e aparar as arestas, tendo em vista a alta do dólar e o barril do petróleo ainda em baixa, o comando da Petrobrás, liderado pelo presidente Aldemir Bendine, pretende gastar R$ 200 milhões com a contratação de arapongas para investigações internas.

O endividamento elevado da estatal, que estava em cerca de US$ 134 bilhões no final do semestre passado, é apontado como o principal fator a impactar as previsões, já que no período o dólar deu um salto muito além do que estimava o plano de investimentos da companhia. Agora, com o corte anunciado, de US$ 11 bilhões em dois anos, a previsão de aportes caiu de US$ 130,3 bilhões para US$ 119,3 bilhões entre 2015 e 2019.

Os cortes atingem todas as áreas da Petrobrás, incluindo a de Exploração e Produção, afetando a contratação de sondas, os projetos de exploração e outros que estavam em compasso de espera. Além disso, o anúncio vem dois dias antes da 13ª Rodada de Licitações da ANP, o que gerou dúvidas no mercado sobre como será a participação da empresa no leilão deste ano.

A estatal estimou ainda cortes de US$ 7 bilhões em gastos operacionais gerenciáveis nos dois anos, seguindo a linha do plano revelado em primeira mão pelo Petronotícias há algumas semanas, que indicava cortes de gastos com viagens, treinamentos e brindes como principal meio de economizar US$ 12 bilhões.

Apesar da redução nos aportes, a companhia manteve as metas de produção de petróleo no Brasil, de chegar a 2,125 milhões de barris por dia em 2015 e 2,185 milhões de barris por dia em 2016. O plano de venda de ativos também teve sua meta mantida em US$ 15,1 bilhões para o biênio 2015-2016, sendo US$ 700 milhões em 2015 e US$ 14,4 bilhões em 2016.

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