PETROBRÁS VAI AO MERCADO CONTRATAR MONITORAMENTO AMBIENTAL, VISANDO PERFURAÇÃO NA FOZ DO AMAZONAS E BARREIRINHAS
Por Davi de Souza (davi@petronoticias.com.br) –
Com o desafio em mãos de levar adiante e finalmente tirar do papel o projeto de perfuração de poços na Margem Equatorial do Brasil, a Petrobrás está indo ao mercado contratar serviços de monitoramento ambiental para blocos nas bacias da Foz do Amazonas e de Barreirinhas, na região Norte do país. A estatal lançou nesta semana uma licitação para buscar a execução de projetos de monitoramento integrado dedicado (PMID) das duas bacias para acompanhar e mitigar os eventuais impactos ambientais das atividades de perfuração. A concorrência abrange também o serviço de levantamento de aves aquáticas residentes e migratórias na região costeira da bacia de Barreirinhas. A licitação terá abrangência nacional, com início de entrega de propostas a partir da próxima segunda-feira (4). A abertura das ofertas está prevista inicialmente para o próximo dia 27.
No caso da bacia da Foz do Amazonas, o projeto de monitoramento integrado está sendo contratado para o bloco FZA-M-59. Essa concessão, como é de conhecimento do mercado, pertencia anteriormente à petroleira britânica BP. O PMID na área envolverá atividades como campanhas oceanográficas dedicadas de monitoramento integrado antes e durante as atividades de perfuração de poços e o acompanhamento do comportamento da fauna. A exploração na Bacia da Foz do Amazonas é um desafio que até agora esbarrou na questão ambiental. Como se sabe, a petroleira Total desistiu de cinco blocos exploratórios na região e repassou essas concessões para a Petrobrás. A empresa francesa tentou diversas conseguir a licença ambiental, mas não obteve o sim do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama).
Já na Bacia de Barreirinhas, localizada na costa do estado do Maranhão, o PMID abrangerá o bloco BM-BAR-5, adquirido pela petroleira na 6ª Rodada de Concessão da Agência Nacional do Petróleo (ANP). O projeto prevê duas áreas de atuação: oceânica e costeira. No oceano, uma das embarcações usadas no monitoramento poderá fazer a comparação da região entre os períodos com e sem atividade exploratória. Já nos trabalhos da costa, a ideia será ampliar o conhecimento da fauna marinha em área vulnerável em caso de vazamento de óleo. O edital da licitação (nº 7003654354) está disponível no site da Petronect.
Conforme o Petronotícias publicou em agosto, a Petrobrás pretende perfurar até dois novos poços na chamada Margem Equatorial, que compreende as bacias de Potiguar, Barreirinhas, Pará-Maranhão e Foz do Amazonas. A atividade nessa área, contudo, ainda depende da emissão de licenças ambientais. Por isso a petroleira se lançou ao mercado para a contratação do PMID, etapa determinada pelo Ibama dentro dos processos de licenciamento ambiental.
“Vemos a Guiana e o Suriname com um tremendo sucesso na exploração de óleo. E nós temos blocos a 30 km da divisa com a Guiana e a 160 km da costa, entre 2 mil e 3 mil metros de lâmina d’água. Mas ainda estamos esperando a licença ambiental para buscar [petróleo] nessa que é a última fronteira exploratória da Petrobrás”, afirmou recentemente o diretor de exploração e produção da estatal, Fernando Borges.
O plano de negócios da Petrobrás prevê um investimento de US$ 1 bilhão para a Margem Equatorial, contemplando até oito poços. Trabalhos acadêmicos da Universidade Estadual do Norte Fluminense (UENF) apontaram para o potencial das bacias da Margem Equatorial. Os estudos concluíram que as bacias de Pará-Maranhão/Barreirinhas, Potiguar e da Foz do Amazonas reúnem indícios que apontaram para potenciais sistemas petrolíferos ativos.
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