POLÍCIA FEDERAL CUMPRE 10 MANDADOS DE PRISÃO VOLTADOS AO SETOR ELÉTRICO, COM FOCO NA ELETRONUCLEAR
O ritmo de operações da Polícia Federal em desdobramento da Lava Jato ganha intensidade e na manhã desta quarta-feira (6) os focos de uma nova ação são as obras de Angra 3, a Eletronuclear e alguns de seus funcionários. A operação, batizada de Pripyat, em referência à cidade ucraniana que virou uma área “fantasma” após o acidente nuclear de Chernobyl, cumpre seis mandados de prisão preventiva, três de prisão temporária, nove de condução coercitiva e 26 mandados de busca e apreensão, espalhados por Rio de Janeiro e Porto Alegre, todos expedidos pela 7º Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro, com autorização do juiz Marcelo Bretas.
Um dos principais alvos da operação é o ex-presidente da Eletronuclear Othon Luiz Pinheiro da Silva (foto), que já cumpria prisão domiciliar e agora será levado para a sede da PF, na Zona Portuária do Rio, e, depois, para o Complexo Penitenciário de Bangu. O atual presidente da Eletronuclear, Pedro Figueiredo, também foi alvo de mandado de condução coercitiva na ação, assim como o diretor licenciado da estatal Valter Cardeal, que é apontado como uma das pessoas na empresa ligadas à presidente afastada Dilma Rousseff.
A primeira prisão de Othon havia ocorrido em julho de 2015, durante a 16ª fase da Lava Jato, acusado de receber R$ 4,5 milhões de propina das obras da Usina Nuclear de Angra 3. Inicialmente, o ex-presidente da companhia ficou detido em um quartel do Exército em Curitiba, mas foi transferido em novembro para o 1º Distrito Naval, no Rio de Janeiro, antes de receber autorização para cumprir prisão domiciliar.
De acordo com a Polícia Federal, a nova operação mira também outros cinco funcionários da Eletronuclear, que integravam o núcleo operacional das fraudes. São eles: Luiz Antonio de Amorim Soares, Edno Negrini, Persio José Gomes Jordani, Luiz Manuel Amaral Messias e José Eduardo Brayner Costa Mattos. Além disso, as investigações anteriores, relacionadas ao momento da prisão de Othon, já envolviam outras 13 pessoas acusadas de participar do esquema de desvios nas obras da usina de Angra 3.
A operação iniciada nesta quarta envolve 130 policiais federais, em conjunto com o Ministério Público Federal, e apura os crimes de corrupção, peculato, organização criminosa e lavagem de dinheiro.
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