POLICIA FEDERAL INDICIA MAIS UM EX-GERENTE EXECUTIVO DA PETROBRÁS POR DESVIOS NAS OBRAS DO COMPERJ

pfRoberto Gonçalves, ex-gerente executivo da diretoria de engenharia da Petrobrás na era Duque, foi indiciado nesta sexta-feira(2) pela  Polícia Federal  de Curitiba, que o acusa por corrupção, fraude à licitação e organização criminosa. A investigação apontou que Roberto Gonçalves teria recebido vantagens indevidas pagas pelo Consórcio TUC liderado pela  UTC Engenharia, relativas ao contrato da Central de Utilidades do Comperj, no Rio de Janeiro. Ate ser guindado ao posto de gerente executivo da engenharia, Gonçalves nunca havia tido destaque na companhia. Era conhecido mais como um funcionário de carreira, discreto e burocrático.

Também foram indiciados o empresário Ricardo Pessoa, dono da UTC Engenharia, e o ex-dirigente da empreiteira Walmir Pinheiro Santana, por corrupção, lavagem de dinheiro, fraude à licitação e organização criminosa. Ambos são delatores do esquema de corrupção e propinas instalado na Petrobrás entre 2004 e 2014.

A  Polícia Federal disse que as evidências demonstram que a UTC possuía uma estrutura que permitiu a realização de pagamentos em espécie a agentes públicos, e que serviu a realização dos pagamentos a Roberto Gonçalves, efetivados por Ricardo Pessoa como contrapartida pela atuação de Gonçalves no contrato do Comperj. Os pagamentos eram feitos em dinheiro diretamente a Roberto Gonçalves, o que dificultou rastrear os recursos. O relatório aponta quatro indícios de que houve pagamento; Em primeiro lugar, diz o relatório, a atuação de Roberto Gonçalves na contratação do Consórcio TUC,  não havendo dúvidas de que ele tenha  atuado no sentido de garantir a contratação direta, após avaliação técnica da estatal.  O segundo indício, diz a PF, é que Roberto Gonçalves admitiu que teria se encontrado com Ricardo Pessoa em um bar, no Rio, em 2013, muito embora não tenha dado explicação plausível para o encontro fora do ambiente profissional. Terceiro, a análise dos extratos telefônicos de Ricardo Pessoa corrobora sua afirmação de que mantinha contato constante com Roberto Gonçalves, especialmente por meio de SMS. Os contatos deram-se no período de julho de 2011 a outubro de 2013.

Segundo o despacho de indiciamento, há também declarações de colaboradores no sentido de que Roberto Gonçalves teria recebido vantagens indevidas relativas a contratos da Sete Brasil com os estaleiros Keppel Fels e Jurong por meio dos operadores Zwi Skornicki e Guilherme Esteves.

Deixe seu comentário

avatar
  Subscribe  
Notify of