POR FALTA DO GÁS, A ALEMANHA JÁ ESTUDA ESTENDER A VIDA ÚTIL DE PELO MENOS TRÊS USINAS NUCLEARES

SCOLZAs dificuldades estão tão grandes para se ter energia na Alemanha que fizeram o primeiro ministro alemão, Olaf Scholz, defender a extensão da vida útil das três últimas centrais nucleares ativas no país – que está a ser parcialmente privado de gás russo e teme uma crise energética. Estas centrais “só são relevantes para a produção de eletricidade e apenas para uma pequena parte, mas “ainda podem fazer sentido”, disse. A Alemanha tinha decidido eliminar gradualmente a energia nuclear até ao final deste ano, mas a escassez de entregas de gás russo ao país europeu trouxe de volta a questão de manter as últimas centrais a operar por mais tempo. Berlim deve decidir nas próximas semanas sobre uma possível extensão da operação dessas centrais nucleares.

Uma vez conhecidos os resultados do “teste de stress” será “possível tirar conclusões”, afirmou Olaf Scholz. A questão de prolongar o uso das centrais nucleares divide a coligação de Governo, com os Verdes a mostrarem ceticismo, o Partido Social Democrata, de Scholz, posiciona de uma forma mais reservada, e os liberais aUSINA defendem a manutenção da geração nuclear. A continuidade da operação das usinas também é defendida pela conservadora União CDU-CSU, na oposição. A abertura da porta à manutenção da operação nuclear na Alemanha foi explicada por Scholz com o fato de o desenvolvimento de energias renováveis, que deveriam substituir a energia nuclear e o carvão, está mais lento do que o esperado.

As três centrais nucleares ainda ativas – na Baviera, Baixa Saxónia e Baden-Württemberg — fornecem atualmente 6% da eletricidade consumida na Alemanha. A Rússia reduziu o volume das exportações de gás à Europa em junho e julho, argumentando que o gasoduto não poderia funcionar normalmente sem que uma turbina fosse reparada no Canadá e garantindo que a turbina não tinha voltado ainda a Moscou por causa das sanções impostas pelo Ocidente após o ataque russo à Ucrânia. Para Berlim, a Rússia está apenas a usar um pretexto para justificar aquilo que é “uma decisão política”, com o objetivo de pressionar os ocidentais no contexto da guerra na Ucrânia.

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