PROBLEMAS EM MAIS UM OLEODUTO EM DAKOTA DO NORTE CAUSA INSEGURANÇA EM INVESTIDORES NOS ESTADOS UNIDOS

Espera-se que uma decisão judicial recente contra um oleoduto crítico em Dakota do Norte, nos Estados Unidos,  cause grandes transformações no setor de petróleo, mudando a maneira como o petróleo é transportado para fora da bacia de Bakken Shale. Os produtores de petróleo de lá podem ser prejudicados pela mudança, porque ficará mais caro e mais perigoso enviar  o petróleo que produzem,  mas algumas refinarias que podem ter acesso ao petróleo mais barato,  podem se beneficiar, como  a Par Pacific Holdings uma refinaria que já transporta  o petróleo do Bakken por via férrea.

O Dakota Access Pipeline pode transportar 570.000 barris de petróleo por dia, uma parte substancial dos 1,5 milhão de barris por dia que foram produzidos lá no auge da produção no ano passado. O Bakken não é o maior campo petrolífero dos Estados Unidos, mas compôs mais de 10% da produção americana quando estava  no auge. Ultimamente, os oleodutos estão sob pressão política e legal. Os donos de outro projeto importante, o Atlantic Coast Pipeline, decidiram não avançar porque esperavam mais desafios legais, apesar de terem vencido uma decisão na Suprema Corte.

A tribo Standing Rock Sioux e outras tribos nativas americanas abriram um processo na justiça em 2016 para interromper o oleoduto de Dakota do Norte, que corre sob um lago que a tribo usa para beber água. O presidente Obama, então,  o interrompeu temporariamente. Mas o governo Trump deu o aval para continuarem operando. Agora,  o Tribunal Distrital de Columbia decidiu que o oleoduto deve ser fechado enquanto o Corpo de Engenheiros do Exército passa por uma revisão ambiental mais completa. Essa revisão pode levar meses ou, potencialmente, mais de um ano.

O oleoduto é de propriedade majoritária da Energy Transfer (ET), com sede em Dallas. A Phillips 66 Partners (PSXP) e uma joint venture entre a Marathon Petroleum (MPC) e a Enbridge (ENB) também possuem participações. Porém, eles não são os únicos vulneráveis a uma mudança na maneira como o petróleo é retirado dos Bakken. Os produtores da região provavelmente serão afetados, mesmo que não usem o Dakota Access Pipeline, porque terão que descontar seu petróleo com base no custo de transporte.