QUASE 95 % DOS MORADORES DE PORTO RICO QUEREM QUE A GERAÇÃO DE ENERGIA DA ILHA SEJA NUCLEAR

Os reatores nucleares avançados podem atender às necessidades únicas de energia de Porto Rico, complementando as fontes renováveis com eletricidade de emissão zero. Essa é a conclusão  de um estudo preliminar de viabilidade conduzido pela organização por uma organização sem fins lucrativos liderada por Porto Rico. É o Projeto Alternativo Nuclear (NAP),  financiado pelo Departamento de Energia dos Estados Unidos (DOE). Porto Rico – oficialmente, Comunidade de Porto Rico – é um território americano não incorporado no nordeste do Caribe.  Atualmente, Porto Rico gera 98% de sua eletricidade a partir de combustíveis fósseis importados e suas usinas, construídas no final da década de 1960, sofrem taxas de interrupção 12 vezes maiores que a média americana. Na próxima década, Porto Rico propõe uma transição de um sistema centralizado dependente de combustíveis fósseis para um sistema distribuído centrado em energia limpa. Sua legislatura em 2018 aprovou um projeto de lei pedindo uma investigação sobre a possibilidade de construção de usinas nucleares na ilha, que sofreu interrupções generalizadas após o furacão Maria em 2017.

O NAP, fundado em 2016 por engenheiros porto-riquenhos na indústria nuclear dos Estados Unidos,  para informar e defender pequenos reatores modulares

Pequenos reatores impressos em 3 D

(SMRs) e microrreatores.  O grupo propôs um estudo de viabilidade ao Departamento de Energia Nuclear do DOE para avaliar a economia, segurança e  impacto social da implantação de microreatores  na ilha. O estudo começou em outubro passado, tendo recebido um “aviso para prosseguir” do Laboratório Nacional de Idaho do DOE. O Plano de Recursos Integrados proposto pela Autoridade de Energia Elétrica de Porto Rico (PREPA) exige que Porto Rico tenha nova capacidade de energia solar, armazenamento e gás natural da ordem de 3000 MWe até 2025. O Padrão de Portfólio Renovável de Porto Rico exige 40% de geração de energia renovável até 2025, 60% de renováveis até 2040 e 100% de renováveis até 2050.

“Somente os reatores nucleares podem complementar a intermitência de fontes de energia renováveis com a geração de energia com carga-zero de emissão zero”, afirmou o estudo de viabilidade. Ele descobriu que pequenos reatores nucleares podem se integrar à energia renovável e à rede de transmissão e distribuição existente, bem como a um sistema descentralizado previsto para a ilha. O fornecimento de eletricidade de microrreatores pode ter um custo competitivo quando comparado à geração de gás natural a partir de unidades móveis de gás e unidades de turbinas a gás de ciclo combinado propostas pela PREPA como parte da substituição da frota da ilha, observa o estudo. O relatório propõe um conjunto de emendas legislativas para maximizar a competitividade da produção de eletricidade por SMRs  em Porto Rico. Os regulamentos de projeto e localização de reatores avançados permitem que essa tecnologia resista a eventos naturais graves, como furacões e terremotos.  Segundo o estudo constatou, há um  alto interesse público na implantação de reatores nucleares em Porto Rico. Mais de 3. 000 residentes foram pesquisados em torno da ilha, com 94% dizendo que estão interessados em continuar a explorar a opção de energia nuclear para a ilha.