ROBERTO CASTELLO BRANCO DIZ QUE PETROBRÁS VIVEU UM BANHO DE SANGUE NOS PRIMEIROS MESES DO ANO

Banho de Sangue. Essa foi a expressão encontrada pelo Presidente da Petrobrás, Roberto Castello Branco para definir os primeiros meses do ano da Petrobrás. Ele falou hoje (19) durante videoconferência promovida pelo Banco Safra. Ele disse que foram reavaliados R$ 65,3 bilhões, sendo R$ 57,6 bilhões em campos produtores em águas rasas e profundas, que determinaram o maior prejuízo já registrado na história da Petrobrás para um trimestre: R$ 48,5 bilhões.   Essa reavaliação dos ativos da companhia   no primeiro trimestre deste ano foi considerado terrível por ele. Castello Branco, disse que esta  revisão de ativos, conhecida como impairment, não foi surpresa nem para ele nem para o mercado, já que muitos projetos foram contratos por preços bem maiores.

O preço do petróleo mudou de patamar no início deste ano, com o impacto da retração da demanda por conta da pandemia da Pandemia.  Há uma pequena e breve recuperação com o barril retomando parte do preço e  operando levemente acima dos US$ 30. O Presidente da Petrobrás disse que é preciso cautela: “Vemos a alta do petróleo de forma cautelosa. A  gente não pode eliminar do painel de risco a possibilidade de uma segunda onda da pandemia.”

No momento, para a Petrobrás,  a maior preocupação é proteger seu caixa, e que para isso tem buscado a redução de custos para fazer frente às mudanças que o setor de petróleo vem enfrentando. Entre as estratégias está a utilização cada vez mais de tecnologia para diminuir os custos de produção, buscando por a prova o projeto  o EXP1000, que visa achar óleo com 100% de sucesso em cada perfuração, e o Prod1000, que reduz de 3 mil dias (8 anos) entre a descoberta e o primeiro óleo, para 1 mil dias. Segundo ele,  é necessário que a Petrobrás reduza o máximo possível os seus custos para enfrentar a nova realidade de redução do uso dos combustíveis fósseis pela energia renovável. Confirmou que um dos principais problemas da empresa é o alto endividamento, já reduzido em relação a anos anteriores, mas que se torna desafiadora diante da crise trazida pela pandemia. “Nós pretendemos continuar a manter uma colcha de liquidez e evitar a queima de caixa, para chegar no final do ano com dívida de US$ 87 bilhões. Manter a dívida constante vai ser uma vitória.”