ROSATOM BUSCA PARCERIAS COM A INDÚSTRIA LOCAL PARA CRESCER NO BRASIL

Por Daniel Fraiha (daniel@petronoticias.com.br) – 

Ivan Dybov A estatal russa Rosatom chegou aos poucos no Brasil, dando os primeiros passos firmes em 2014, mas vem expandindo sua presença a cada dia. A inauguração do escritório oficial no País, que já está em funcionamento na prática, deve ocorrer este mês, mas os executivos da companhia já estão estabelecidos e vêm buscando novas parcerias com empresas brasileiras. O vice-presidente da Rusatom Overseas Network, Ivan Dybov, que comanda as operações da companhia na América Latina, conta que receberam com muito interesse o anúncio da construção de novas usinas nucleares pelo Ministro Eduardo Braga, em abril, e que um dos principais objetivos para crescerem no País é a formação de parcerias estratégicas com a indústria local. Gostaríamos de envolver empresas locais para o desenvolvimento dos nossos projetos. Elas poderiam inclusive atuar conosco em outros países da América Latina onde estamos buscando novos negócios, como na Argentina e na Bolívia, por exemplo, afirmou.

Quando será inaugurado o escritório no Brasil?

Estamos finalizando esse processo, e faremos a inauguração muito em breve, talvez ainda este mês. Na verdade, nós já estamos trabalhando aqui, já estamos em contato com muitas pessoas daqui, mas a formalização do escritório está sendo concluída.

Estão criando uma equipem local?

Por enquanto somos sete pessoas, voltadas ao desenvolvimento de negócios, marketing e relações públicas. Mas isso apenas para o início das atividades.

Como receberam o anúncio feito pelo ministro Eduardo Braga, em abril, sobre a construção das novas usinas nucleares brasileiras?

É muito interessante para nós. E gostaríamos de dizer que estamos prontos para participar de qualquer modelo que seja escolhido para a construção dessas usinas. Atualmente estamos construindo 29 usinas nucleares fora da Rússia e temos diferentes formas de realização dos projetos. Pode ser a partir de um contrato de EPC ou de outras maneiras.

Que projeto do portfólio da Rosatom você acredita que seja o mais apropriado para o mercado brasileiro?

O que nós achamos o mais interessante seria uma parceria estratégica e gostaríamos de envolver empresas locais para o desenvolvimento dos nossos projetos. Já temos um memorando de entendimentos com a Camargo Corrêa e gostaríamos de estender isso para outras companhias brasileiras. Elas poderiam inclusive atuar conosco em outros países da América Latina onde estamos buscando novos negócios, como na Argentina e na Bolívia, por exemplo.

Vocês têm um plano específico para estabelecer contatos com os fornecedores locais?

Já estamos fazendo isso, até porque temos em foco múltiplos projetos aqui, além da construção de novas usinas nucleares, incluindo também atividades voltadas ao ciclo do combustível nuclear, entre outros objetivos. Uma das nossas características é sempre buscar adicionar conteúdo local aos projetos.

Vocês estão em contato com a INB para possíveis parcerias relacionadas ao ciclo do combustível?

Não. Quis dizer de uma maneira geral, em relação às áreas que envolvem o ciclo do combustível. Sabemos que a Eletronuclear pretende construir depósitos de rejeitos nucleares no futuro, por exemplo, então isso seria interessante para nós. Mas é claro que nós buscaríamos uma companhia local para ser nossa parceira.

Mas vocês têm interesse em buscar parcerias também com a INB?

Temos interesse em ter contato com a INB, mas sabemos que a exploração do urânio é uma atribuição apenas do Estado, então não poderíamos investir nisso. Mas se houver algum tipo de parceria que interesse à INB, estamos à disposição.

O novo escritório no Brasil vai atender toda a América Latina?

Sim. Teremos responsabilidade por todo o mercado latino-americano. Já temos inclusive uma parceria com a Argentina e agora estamos discutindo como poderemos construir novas usinas nucleares em conjunto. Também estamos discutindo uma possível parceria com a Bolívia, onde há um sério plano de desenvolver um programa nuclear. E eles querem começar na área de pesquisa, voltada a fins médicos. Acreditamos que podemos ser úteis para este propósito, e também gostaríamos de desenvolver esse negócio no Brasil.

Qual a estratégia no Brasil?

Nossa estratégia é ser um parceiro da indústria local brasileira, porque isso é uma questão de importância vital para nós.

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Wellington PereiraLIberato Carioni Recent comment authors
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LIberato Carioni
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Gostaria muito de fazer um contato com a Rosatom no Brasil para que possamos oferecer nossa parceria em Logística, Operações Portuárias, Transportes, Desembaraços de cargas etc.

Liberato Carioni

Wellington Pereira
Visitante

Gostaria de obter o contato da empresa no Brasil, viabilizando o nosso cadastro e nos enquadrando no perfil da empresa, para futuros negócios.