RÚSSIA APRESENTA NOVAS TECNOLOGIAS NUCLEARES AO MERCADO BRASILEIRO

MullerA Associação Brasileira para Desenvolvimento de Atividades Nucleares (Abdan) está promovendo e apoiando seminários no Brasil para que suas associadas apresentem ao mercado brasileiro e a representantes da Eletronuclear as diferentes tecnologias nucleares que estão sendo desenvolvidas pelo mundo. O objetivo é ajudar as empresas a abrirem canais no Brasil, para mostrarem seus projetos e seus interesses em participar do programa nuclear brasileiro, que deve contar com a aprovação de novas usinas nos próximos anos. Em evento realizado no Rio de Janeiro, desta vez foi a estatal russa Rosatom quem trouxe executivos e promoveu palestras sobre suas tecnologias.

O presidente da Abdan, Antonio Müller (foto à esquerda), ressaltou que a realização de eventos como esse é importante para auxiliar a Eletronuclear a ter mais informações para fundamentar a sua decisão sobre a tecnologia que será utilizada nas novas usinas.

“A Abdan tem apoiado todas as tecnologias dos seus membros no Brasil. Uma coisa importante para as novas usinas é definir uma tecnologia que faça sentido para o país. Então temos apoiado apresentações de várias empresas, como Westinghouse, GE, Areva e Rosatom”, afirmou.

Outro executivo que esteve presente no evento, Carlos Henrique da Costa Mariz (foto à direita), assistente sênior da presidência da Eletronuclear, lembrou que hoje o país vive um momento complexo no setor energético e destacou que a estatal está se preparando para os próximos passos que serão necessários após a aprovação do governo por novas usinas no país.

“Com a gravidade da questão energética brasileira no presente e o esgotamento previsto dos recursos hidrelétricos, é urgente que se tomem decisões por várias outras tecnologias, inclusive pela nuclear. Estamos trabalhando pela nuclear exatamente para viabilizar esse cenário futuro”, afirmou.

Mariz contou ainda que estão estudando todas as tecnologias disponíveis no mundo, avaliando apresentações de todas as empresas internacionais, mas diz que ainda não têm nenhuma definição sobre o assunto.

MarinOs russos fizeram apresentações sobre seus projetos no mundo, contando que atualmente estão construindo usinas nucleares em oito países, além das que estão sendo erguidas em seu próprio território. Dentre as que estão sendo montadas, há unidades na China, na Índia, no Irã e na Bulgária, entre outros locais. Na Turquia, por exemplo, a Rosatom está construindo a primeira usina nuclear do país.

“Não estamos apenas crescendo muito em relação à quantidade de usinas sendo construídas no mundo, mas também estamos desenvolvendo muitas novas tecnologias no setor nuclear”, afirmou o diretor do departamento de negócios internacionais da Rosatom, Nickolay Drozdov, antes de complementar: “esse evento é importante para mostrar aos nossos potenciais parceiros brasileiros as inovações que temos em termos de construção de novas usinas, assim como em design e gerenciamento de projetos”.

Drozdov lembrou que a empresa já está se estruturando para ter seu primeiro escritório no Rio de Janeiro, que será a base central para todos os negócios do grupo na América Latina, e informou que a unidade deverá ser inaugurada no início do próximo ano.

Atualmente a Eletronuclear está em fase de preparação de uma licitação para a construção de uma nova piscina de armazenamento de combustível queimado na Central Nuclear de Angra dos Reis, e uma das subsidiárias da Rosatom, a Nukem, está entre as companhias interessadas.

O diretor geral da Nukem, Ulf Kutscher, apresentou as diversas soluções que a empresa possui no segmento e deu alguns exemplos de projetos parecidos que eles têm feito ao redor do planeta, como um grande centro de gerenciamento de rejeitos na Lituânia, cujo contrato soma € 179 milhões.

“Esse é o nosso maior contrato atualmente, mas temos alguns outros relevantes”, disse, citando outros projetos similares. “Somos uma empresa de engenharia, com grande expertise em EPC, e desenvolvemos soluções específicas para cada cliente”, afirmou.

A Rosatom começou a ter presença no mercado brasileiro recentemente, depois que passou a ser uma das associadas da Abdan, em 2011, e desde 2013 tem realizado alguns eventos para apresentar suas tecnologias ao mercado brasileiro.

Questionado sobre a possibilidade de haver financiamento estrangeiro para as novas usinas que vierem a ser construídas no Brasil, Müller avaliou que esse ponto ainda não foi debatido, mas acredita que, se houver interesse nacional neste sentido, alguns países poderiam se dispor a participar, como China, Rússia e França.

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