RÚSSIA VÊ AGRAVAMENTO NA CRISE SE PAÍSES DA UNIÃO EUROPEIA INSISTIREM EM TETO MÁXIMO NOS PREÇOS DE SEU PETRÓLEO E GÁS
A Rússia fez um novo alerta ao mundo Ocidental nesta sexta-feira (9), dizendo que os planos para tentar limitar o preço das exportações de petróleo e gás da Rússia, em retaliação à guerra na Ucrânia, fracassariam e levariam à instabilidade para os Estados Unidos e para Europa. Antes da União Europeia anunciar um teto para o preço do gás russo, o presidente Vladimir Putin ameaçou cortar o fornecimento se fossem impostos limites, afirmando que o Ocidente congelaria. O confronto com a Ucrânia levou os clientes da União Europeia a reduzir suas compras de energia russa, enquanto tanto o G7 quanto a UE estão tentando impor um teto de preço ao petróleo e gás russos. O Grupo dos Sete principais países industrializados quer impor um teto de preço do petróleo que negaria seguro, financiamento e corretagem para cargas de petróleo com preço acima de um teto de preço ainda a ser definido para petróleo bruto e dois derivados de petróleo.
A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, disse que o Ocidente não entende como essas medidas afetariam seus próprios países, o que acabaria por falhar: “O Ocidente coletivo não entende. A introdução de um teto nos preços dos recursos energéticos russos levará a um piso escorregadio sob seus próprios pés. Vyacheslav Volodin, presidente da câmara baixa do parlamento russo, a Duma, em seu canal Telegram, postou que o que as autoridades do G7 chamam de ‘teto’ de preço se tornará um preço mínimo. “O mercado global não se limita a sete países”, escreveu. As observações de Moscou indicam que Putin diz ser uma coalizão em declínio dominada pelos Estados Unidos que visa algemar, ou mesmo destruir, a Rússia.
Os ministros de energia da UE se reuniram hoje (9) para tentar encontrar uma maneira de proteger os cidadãos dos preços altíssimos da energia e evitar que as concessionárias de energia entrem em colapso. “Estamos em uma guerra de energia com a Rússia”, disse o ministro da Indústria da República Tcheca, Jozef Sikela, ao chegar à uma reunião de emergência em Bruxelas. As tentativas ocidentais de punir o maior produtor mundial de recursos naturais, desde petróleo e gás até ouro, metais, carvão e madeira, não é uma tarefa fácil, especialmente quando China, Índia e outros consumidores ainda estão felizes em continuar comprando. Ainda assim, a ameaça de Putin de reorientar os fluxos de petróleo e gás russos para o leste representaria a maior virada na política energética russa desde que os soviéticos construíram gasodutos para o oeste da Sibéria para a Europa no início dos anos 1970.
A Rússia é o segundo maior exportador de petróleo do mundo, atrás apenas da Arábia Saudita. É também o maior exportador mundial de gás natural. A Europa importa cerca de 40% de seu gás e 30% de seu petróleo da Rússia. Desde o início da guerra, os países europeus se comprometeram a reduzir sua dependência da energia russa. A Gazprom estuda há anos a possibilidade de um novo grande gasoduto – o Power of Siberia 2 – viajar pela Mongólia levando gás russo para a China. O gasoduto proposto poderia transportar 50 bilhões de metros cúbicos (bcm) de gás natural por ano, diz a Gazprom. Isso é um pouco menos do que o Nord Stream 1, o gasoduto atualmente fechado que liga a Rússia à Alemanha sob o Mar Báltico. O oleoduto Power of Siberia existente, que vai da Rússia à China, foi lançado no final de 2019 com uma capacidade anual de 61 bcm por ano.
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