SETOR NUCLEAR BRASILEIRO PERDE O PRESIDENTE DA ABEN, ROGÉRIO ARCURI
Uma grande perda para o setor nuclear brasileiro. O engenheiro Rogério Arcuri (foto), que atualmente ocupava a presidência da Associação Brasileira de Energia Nuclear (ABEN), morreu nesta terça-feira (11), em virtude de complicações da Covid-19. Arcuri era uma figura muito querida da indústria nuclear e esteve presente em momentos importantes da evolução do segmento no Brasil. Além disso, em sua trajetória de mais de 40 anos no mercado, colecionou amigos e recebeu o reconhecimento e respeito de figuras importantes do setor.
“Antes de tudo, era um grande amigo. Uma pessoa de uma grande simpatia e por quem eu nutria uma amizade grande”, lamentou Carlos Mariz, diretor regional no Nordeste da Associação Brasileira para Desenvolvimento das Atividades Nucleares (ABDAN). “Era um profissional legítimo da área nuclear. Ingressou em FURNAS para construção e operação de Angra 1. Fez toda sua carreira na Eletronuclear, atuando como um grande técnico”, relembrou. Ainda emocionado, Mariz disse que Arcuri participou muito ativamente e sempre foi um dos grandes idealizadores da INAC (International Nuclear Atlantic Conference), um dos principais eventos do setor nuclear da América Latina.
O executivo Carlos Leipner, atualmente diretor nuclear da organização não governamental Clean Air Task Force (CATF), trabalhou diretamente com Arcuri na realização de edições passadas da INAC e destacou as contribuições do presidente da Aben para o segmento: “Ele sempre foi muito ativo no setor nuclear, sempre buscando o avanço e progresso do nosso setor com muita paixão. Realmente perdemos uma voz, um profissional e amigo”, declarou.
O presidente da Abdan, Celso Cunha, também expressou seu pesar pela notícia do falecimento de Arcuri. “Gostaria de deixar meus sentimentos, em nome de toda a Abdan, aos familiares, amigos e companheiros profissionais do presidente da Aben. Lamentamos muito sua perda”.
A morte do engenheiro também repercutiu em Brasília. O Diretor do Departamento de Informações e Estudos Energéticos (DIEE) do Ministério de Minas e Energia, André Osório, disse que o setor nuclear, amigos e familiares lamentam profundamente a perda de Arcuri. “Ele contribuiu de forma significativa nas atividades de licenciamento quando trabalhava na Eletronuclear e ainda prestou grande contribuição na ABRAMAN e recentemente na ABEN”.
Arcuri chegou à presidência da Aben em dezembro de 2020 para um mandato de dois anos. A associação é uma instituição tradicional da indústria nuclear brasileira, que irá completar 40 anos de vida em 2022. A entidade reúne técnicos e pesquisadores do setor nuclear brasileiro e ajuda a difundir informações sobre as aplicações pacíficas da energia nuclear em diferentes campos da vida humana.
No início da noite de terça-feira, a Aben divulgou a seguinte nota:
“É com extremo pesar que informamos o falecimento, no Rio de Janeiro, do presidente desta Associação, nosso querido amigo Sr. Rogério Arcuri Filho, em 11 de maio de 2021, por complicações decorrentes de COVID-19. A Diretoria da Associação Brasileira de Energia Nuclear (Aben) encabeçada por Arcuri, eleita para o biênio 2020-2022, tomou posse no dia 10 de dezembro de 2020, tendo um amplo Programa de Trabalho pela frente em defesa do desenvolvimento da tecnologia nuclear no Brasil e do Programa Nuclear Brasileiro (PNB) como um todo, em seus mais diversos segmentos.
Grande entusiasta da área nuclear, Rogério Arcuri Filho também compôs diversas diretorias da Aben ocupando o cargo de 1º e 2º secretário, foi coordenador-geral da International Nuclear Atlantic Conference (INAC) de 2015, realizada em São Paulo, e colaborador da Eletronuclear e de Furnas, duas das empresas públicas mais importantes do setor energético do País.
Também deu aulas em cursos de MBA e foi diretor da Associação Brasileira de Manutenção e Gestão de Ativos (Abraman) e grande amante do samba, tendo ajudado a criar letras do bloco carnavalesco carioca Batuke Nuclear, e do Flamengo. Toda nossa solidariedade, orações e pensamentos voltados a familiares e amigos (as)”.
Foi um engenheiro incrível! Sábio nas palavras e um grande articulador. Perda irreparável para a engenharia brasileira. Merecedor de todas as homenagens.