SGP SOLAR DESENVOLVE PROJETO DE ENERGIA SOLAR PARA O SHOPPING LEBLON

Por Daniel Fraiha (daniel@petronoticias.com.br) – 

Bernardo Scudiere

Com a evolução dos sistemas de geração solar e as dificuldades do país em relação ao abastecimento energético, cada vez mais grupos têm se interessado pelos projetos de autogeração, sejam indústrias, estádios ou centros comerciais. A SGP Solar, que desenvolve estudos e projetos na área, além de fazer a instalação e até entrar com investimentos em alguns casos, acaba de fechar um novo contrato no setor, agora com o Shopping Leblon (RJ), para um sistema com capacidade de 1 MW, que ficará sobre o estacionamento do centro comercial. O modelo de negócios escolhido para o projeto (Power Purchase Agreement – PPA ), comum na Europa e nos Estados Unidos, ainda é pouco utilizado no Brasil. No PPA, quem arca com os custos dos equipamentos e da instalação são investidores, enquanto o cliente final se compromete apenas a comprar a energia gerada, que tem um custo de 10% a 15% menor que o da rede. O diretor da SGP, Bernardo Scudiere, contou que já estão negociando projetos parecidos com outros interessados e que o sistema deve começar a gerar no primeiro semestre de 2015. Além disso, a SGP, que também forneceu um projeto de geração solar para o Hospital Pró-Caríaco, passou a contar com novos investidores recentemente, incluindo o empresário Werner Batista, que chegou com a missão de captar investimentos internacionais para os projetos.

Como será o projeto?

Serão painéis fotovoltaicos instalados sobre o estacionamento do Shopping Leblon, no último andar. Estamos estruturando a captação do financiamento para começar o desenvolvimento.

Qual será a capacidade?

De 1 MW. O shopping como um todo tem uma demanda de 3 MW, então vamos atender a cerca de 30%. Vamos atender principalmente à área comum.

Quando deve começar a gerar?

Estamos estruturando a captação, e o financiamento deve sair em três meses. Depois vamos estruturar a área financeira e devemos construir este ano, em um período de seis a nove meses, para iniciar a geração. Então, antes do meio do ano que vem já deve estar gerando.

Como é o modelo do contrato?

É um contrato de 15 anos, chamado PPA (Power Purchase Agreement), em que nós levamos investidores, instalamos os painéis, e o shopping só compra a energia gerada ali. Além disso, por um preço mais barato do que ele paga para a rede. Então não tem risco de instalação, não tem risco de gerenciamento e não tem risco de performance. Esse risco é todo nosso e dos investidores.

É um modelo novo por aqui?

O Brasil ainda não tem muita cultura de financiar a longo prazo, porque são contratos de 15 anos, 20 anos. Lá fora, isso é muito comum. Nos Estados Unidos e na Europa, de 85% a 90% dos projetos solares são feitos a partir de PPAs. Então estamos trabalhando com o IFC, braço do Banco Mundial, para que ele entre com a parte de dívida, com uma boa taxa.

Qual o investimento previsto?

São cerca de R$ 8 milhões investidos nesse projeto. Os grupos comerciais e industriais grandes vão priorizar um volume de investimentos como esse para o core business (áreas essenciais) deles. Por isso o PPA é uma opção bem interessante.

Qual a diferença de preço em relação à energia vendida pela rede?

A gente vende sempre a cerca de 10%, 15% a menos do que o preço que os clientes pagam para a concessionária, dependendo do que está incluído no projeto.

Esse tipo de projeto pode ser uma solução complementar aos problemas de abastecimento do país?

A partir do momento em que o comércio e a indústria passam a ser um autogerador de uma parte, gerando de 20% a 30%, eles minimizam os riscos de racionamento. Se houver racionamento, eles não são afetados, porque geralmente o que acontece nessas situações é uma redução de 20% a 30% no fornecimento de energia por parte da rede.

Tem outras negociações em curso no Rio?

Temos com um hospital na Barra, com quem também estamos na fase de captação. Será um sistema de 500 kW.

Existem estudos para ampliar o foco também para o setor residencial?

Nosso foco por enquanto é nos segmentos comercial e industrial, mas pensamos em estruturar um atendimento ao setor residencial no futuro.

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Pertencemos a uma comunidade chamada Associação Rural Natureza http://www.arnatureza.org.br e estamos querendo desenvolver um projeto em parceria para a instalação de usina geradora de energia eletrica a partir de captação foto-voltáica, e tambem atender as comunidades vizinhas mediante mediante a venda da energia excedente para a CPFL. Dispomos de espaço em terra com bastante insolação e temos 3 lagos onde tambem poderiam ser instaladas segmentos da USINA GERADORA.

Aguardo o envio de informação e me disponibilizo para me reunir sobre este projeto o mais breve possivel.

Forte abraço, Marcos