SHELL PLANEJA VENDA DE ATIVOS NO MAR DO NORTE E APOSTA EM PROJETOS DA BG NA REGIÃO

ben van beurdenCom foco na obtenção de recursos para enfrentar a crise, a Shell segue abrindo mão de projetos e novos desinvestimentos já se encaminham no mercado. A petroleira anglo-holandesa anunciou nesta terça-feira (12) que deve vender alguns de seus ativos mais antigos no Mar do Norte, em medida que busca aprimorar seu portfólio e acelerar a meta de arrecadar US$ 30 bilhões até 2018, conforme estimado pelo plano de negócios da empresa. O programa de ofertas na região, que deverá se estender por dois anos, também tem como objetivo arcar com a aquisição da BG, fechada por US$ 50 bilhões no final do ano passado.

O portfólio da companhia britânica também pesa sobre a decisão da nova venda de ativos. De acordo com o CEO da Shell, Ben van Beurden (foto), os ativos da BG no Mar do Norte são mais novos e de maior qualidade, o que deve renovar o portfólio da Shell e impulsiona agora a empresa a ofertar projetos de menor retorno financeiro que detém na área. Segundo o executivo, a companhia irá analisar “onde estão as reais fontes concentradas de valor” para traçar os caminhos do novo programa.

Desde as últimas semanas, a especulação sobre desinvestimentos no Mar do Norte vem levantando possíveis interessados nos ativos. Entre eles estaria a Neptune Oil & Gas, empresa fundada pelo ex-CEO da Centrica, Sam Laidlaw, que foca hoje em projetos que já se encontram em produção.

O encolhimento do portfólio da Shell vem se manifestando em diversas frentes, e na semana passada fez com que a empresa retirasse sua inscrição do processo de licitação de novas áreas exploratórias na Noruega. Embora a região ártica da costa norueguesa venha sendo avaliada como importante ativo da companhia, a saída do leilão foi anunciada como consequência da otimização de investimentos em meio à crise. Em comunicado, a petroleira diz que “a decisão é parte de uma otimização do portfólio global da Shell, na sequência da aquisição da BG e persistente baixa no preço do petróleo”.

Apesar dos cortes, a empresa reafirmou seu interesse em expandir suas operações no mercado brasileiro, com foco no aproveitamento a longo prazo dos projetos de produção no pré-sal. Segundo Beurden, “estes ainda são fundamentalmente os melhores recursos em águas profundas disponíveis no planeta. E isso não vai mudar”.

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