STATOIL CONCENTRA GRANDE PARTE DAS OPERAÇÕES INTERNACIONAIS NO BRASIL

Por Daniel Fraiha (daniel@petronoticias.com.br) – 

Pal Eitrheim - foto 1O Brasil já era um dos mercados em destaque no portfólio da Statoil nos últimos anos, por conta da alta produtividade no campo de Peregrino, que em agosto de 2015 atingiu a marca de 100 milhões de barris produzidos desde o início da operação da norueguesa na área, em 2011, mas com a compra de Carcará, por US$ 2,5 bilhões, a estatal nórdica deu um passo mais firme no território brasileiro e agora vê um futuro de presença significativa por aqui para os próximos anos. O presidente da Statoil no Brasil, Päl Eitrheim, que abre uma série de entrevistas do Petronotícias com líderes de petroleiras atuantes no País, elogia as mudanças que estão sendo feitas no mercado nacional, como o fim da operação única no pré-sal – sancionado na última semana –, a previsão de extensão do Repetro e a realização de novos leilões em 2017, ressaltando que acredita nas medidas como uma forma de tornar o ambiente de negócios mais flexível e competitivo no Brasil, considerado uma região estratégica para a empresa. “O Brasil concentrará grande parte das operações internacionais da Statoil nos próximos anos: em Exploração (Bacia do Espírito Santo e Carcará), na Fase de Avaliação (BM-C-33), em Desenvolvimento de Projetos (Fase II – que iniciará a produção em 2020 – e BM-C-33) e Produção (Peregrino – está em andamento projeto para ampliar a eficiência operacional)”, revela.

Como avalia o momento do setor de petróleo brasileiro e as mudanças que estão sendo realizadas no País?

Uma das províncias de petróleo mais atraentes do mundo, o Brasil é estratégico para a Statoil. Tem uma grande base de recursos já descobertos e grandes volumes ainda desconhecidos. Vemos o país como uma região estratégica para um crescimento rentável em longo prazo.  O Brasil enquadra-se perfeitamente nas prioridades e capacidades da Statoil.

A Statoil vê com bons olhos as recentes iniciativas para tornar o ambiente de negócios no Brasil mais flexível e competitivo, tanto em custo como em qualidade, com a finalidade maior de trazer mais desenvolvimento para a indústria nacional.

Como avalia o fim da obrigatoriedade de operação única no pré-sal?

A aprovação do fim do monopólio da Petrobras no pré-sal é um sinal positivo para o mercado; uma decisão que irá impactar diretamente nas novas rodadas de licitação e na coleta de bônus de assinatura. Poder atuar como operador no pré-sal é um fator de atração para todos os operadores estrangeiros – no caso da Statoil, será uma oportunidade de utilizar seu conhecimento tecnológico que permite elevar o percentual de recuperação de óleo e aplicar sua experiência em águas profundas.

E quanto às regras de unitização?

É importante que haja maior clareza sobre como isso funcionará em diferentes regimes; muitas áreas se estendem para áreas abertas (isto é, Carcará), fato que aumenta as incertezas sobre as regras; a rodada de licitação de áreas abertas é fundamental para que os recursos destas sejam desenvolvidos em breve.

Qual a expectativa em relação à extensão do Repetro?

A medida irá eliminar quaisquer incertezas que existam em torno de nosso portfólio no Brasil e trará impactos em projetos atuais e futuros. O atual regime vai expirar em 2020 e precisamos de uma maior previsibilidade. Sem o Repetro, o país poderia perder US$ 100 bi em despesas de capital, US$ 176 bi em receitas governamentais e 1,9MM de barris de óleo equivalente em produção até 2030, segundo um estudo da WoodMac.

Como vê a política de conteúdo local? Quais os erros e os acertos dela, a seu ver?

O governo e as empresas precisam recalibrar a política de conteúdo local para promover a indústria nacional em vez de criar uma política protecionista. Apoiamos esse conceito de desenvolver uma indústria nacional forte, mas que deve ser competitiva em termos de custo e qualidade.

Todas essas questões estão em discussão agora, o que mostra que o Brasil está levando isso a sério. Isto é positivo e esperamos que sejam anunciadas medidas concretas nesse sentido.

Como essas mudanças impactam o planejamento da empresa no Brasil?

Essas mudanças tornarão o atual ambiente de negócios no Brasil mais flexível e competitivo em custo e qualidade. Acreditamos que trarão mais desenvolvimento para a indústria nacional.

A companhia tem interesse em participar dos leilões de novas áreas previstos para 2017? Quais serão os focos da Statoil?

A Statoil está sempre avaliando oportunidades e não comenta sobre ativos específicos.

Como avalia as mudanças no setor de gás natural? Há novos planos sendo fomentados internamente na companhia em função deste processo?

No que diz respeito ao segmento de gás natural, somos totalmente favoráveis ao acesso de terceiros e ao intercâmbio operacional de gás natural (swaps). Ambos são cruciais para o desenvolvimento do mercado de gás natural no Brasil. Como a Statoil é o segundo maior fornecedor de gás para a Europa, este assunto também é importante para a empresa aqui no Brasil.

Quais os maiores interesses da empresa no mercado de óleo e gás brasileiro? Quais são os fatores mais atraentes do mercado de óleo e gás brasileiro e quais os maiores desafios dele para a empresa?

O país ocupa uma posição importante no portfólio de projetos da empresa: aqui temos atividades em toda a cadeia de valores, desde a exploração até a produção; aqui operamos o maior campo de petróleo fora da Noruega (Peregrino), onde alcançamos, em agosto de 2015, o marco de 100 milhões de barris produzidos desde 2011, quando iniciamos a produção.

Vemos com bons olhos as mudanças que estão sendo discutidas para o setor de petróleo e gás no Brasil.

Qual o planejamento da empresa no Brasil para os próximos anos?

O Brasil concentrará grande parte das operações internacionais da Statoil nos próximos anos: em Exploração (Bacia do Espírito Santo e Carcará), na Fase de Avaliação (BM-C-33), em Desenvolvimento de Projetos (Fase II – que iniciará a produção em 2020 – e BM-C-33) e Produção (Peregrino – está em andamento projeto para ampliar a eficiência operacional).

O que Carcará representa para a Statoil?

A aquisição de 66% da participação da Petrobrás em Carcará demonstra nossa confiança e nosso compromisso com o Brasil, um país estratégico para a Statoil e uma área onde temos linha de visão de crescimento rentável em longo prazo. 

Deixe seu comentário

avatar
  Subscribe  
Notify of