TECNOLOGIA DA NUVEM PODE REDUZIR PONTO DE EQUILÍBRIO EM MAIS DE US$ 10 POR BARRIL, DIZ ACCENTURE

Por Davi de Souza (davi@petronoticias.com.br) –

Edson BouerA computação em nuvem já é conhecida e utilizada no setor de óleo e gás (O&G), mas seu completo potencial ainda não é totalmente aproveitado. A constatação é de um estudo feito pela irlandesa Accenture, ao qual o Petronotícias teve acesso. Segundo a pesquisa, quase 80% das empresas da indústria do petróleo fizeram experiências com a tecnologia de alguma forma ou modelo. Contudo, a maioria ficou limitada a processos funcionais de migração para nuvem, deixando de lado sistemas e processos essenciais. Ainda de acordo com o estudo, a tecnologia pode ajudar a destravar reduções de custos consideráveis nas atividades de upstream. Nas contas da Accenture, o impacto total é maior que US$ 10 por barril de óleo equivalente (boe) de redução no ponto de equilíbrio nesses empreendimentos.

Na cadeia de valor de upstream, a companhia irlandesa diz que a computação em nuvem pode conectar dados financeiros e operacionais junto com sensores, trazendo informações em tempo real para melhorar a tomada de decisão sobre gastos, produtividade de poços e ciclo ao longo de todo o ciclo do upstream. O estudo ainda afirma que as empresas de O&G reduzirão significativamente o tempo gasto em análises geológicas e geofísicas, por exemplo. 

A Accenture cita o exemplo da National Oil Company (NOC), da Líbia, que apostou em uma solução de exploração e produção baseada em nuvem. A tecnologia integra a produção do campo petrolífero e os dados de engenharia do reservatório. “Os insights obtidos a partir desse conjunto de dados unificados – e a sua previsão – permitiram que a empresa atingisse o melhor desempenho dentro de um trimestre em gerenciamento de capital e tempo para o first oil”, destacou o estudo.

O Diretor executivo da área de Energia da Accenture, Edson Bouer (foto), acredita que a indústria do petróleo tem que se mover rápido para capturar as principais vantagens da nuvem, que são conectividade, escalabilidade, análise e automação. Isso, na avaliação do executivo, vai gerar economia de custos e lucratividade. Nas análises feitas pela empresa de consultoria e tecnologia, o uso da nuvem reduziu o gasto total de TI em 25 a 30% em empresas, o que se traduz em um aumento de aproximadamente ponto percentual sobre o retorno de capital empregado.

“Para colher o máximo de benefícios da nuvem, as empresas devem transformar suas operações tradicionais enquanto exploram novos modelos de negócios: construir infraestruturas elásticas de computação hospedadas em nuvem com um modelo de pagamento conforme o uso e fazer a transição de seus sistemas legados, da empresa e de negócios essenciais, para a arquitetura nativa da nuvem”, explicou Bouer.

Já para o midstream, o estudo da Accenture afirma que a nuvem impacta no gerenciamento de rede de dutos (melhoria de operações e emissões) e na otimização comercial (melhoria de margem). Além disso, a tecnologia permite a visibilidade do projeto em tempo real e a colaboração entre engenharia, compras e construção (EPC), com uma redução de até 30% no CAPEX. Enquanto isso, no downstream, a nuvem poderia auxiliar na integração de fábricas e prazos, com impacto total de mais de US$ 2 por barril de óleo equivalente de aumento na margem.

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