VITA DIGITAL EXPANDE PRESENÇA NO BRASIL PARA AUXILIAR EMPRESAS DE ÓLEO E GÁS NA BUSCA POR INOVAÇÃO | Petronotícias




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VITA DIGITAL EXPANDE PRESENÇA NO BRASIL PARA AUXILIAR EMPRESAS DE ÓLEO E GÁS NA BUSCA POR INOVAÇÃO

Por Davi de Souza (davi@petronoticias.com.br) –

WhatsApp Image 2020-10-16 at 16.31.32De olho no processo de transformação digital, que cada dia mais ganha impulso dentro da indústria de óleo e gás, a empresa Vita Digital está expandindo sua presença no país para atender ao mercado. O diretor da companhia, Antonio Batista, explicou que a empresa já está atuando no Sudeste e no Nordeste. Agora, amplia sua presença também para o Norte. A Vita Digital trabalha fazendo a ligação entre as companhias que demandam por inovações tecnológicas e aquelas que desenvolvem esse tipo de solução. “Estamos abertos para esse nicho de mercado, fazendo parcerias com empresas que querem fazer a transformação digital, mas não têm estrutura própria para isso”, detalhou o executivo. Batista afirma ainda que o processo de inovação aberta – quando uma companhia se relaciona com agentes externos em busca de soluções – se tornará “o novo pilar que vai gerar vantagem competitiva para empresas na área de petróleo e gás”.

O senhor poderia explicar como surgiu a ideia de fundar a Vita Digital?

Em 2017, a Cisco lançou um livro chamado Vortex Digital, que apresentava dois pontos que nos chamaram a atenção. Primeiro, o livro indicava como as tecnologias digitais estavam ficando cada vez mais disponíveis, com o custo reduzido e qualidade adequada. Em segundo, o livro também destacava que a indústria de petróleo e gás estava ainda, naquela altura, em um patamar bem lento na aquisição dessas tecnologias. Há quatro anos, não se falava tão enfaticamente de tecnologia digital na indústria de óleo e gás como se fala hoje.

Então, ali tivemos o insight de perceber que a indústria de óleo e gás iria, em algum momento, demandar e acelerar o uso dessas tecnologias. Isso foi o embrião para o nascimento da Vita Digital. Nossa empresa tem um posicionamento de mercado que visa facilitar a relação entre quem demanda por tecnologia digital e quem é provedor dessas tecnologias. Temos feito essa aproximação entre demandantes e ofertantes.

Eu gostaria que detalhasse um pouco mais como se dá essa aproximação que o senhor mencionou.

De um lado, existe a empresa que demanda pela tecnologia digital. Quem tem o problema e demanda por uma solução não tem muita clareza e nem se importa como isso vai ser resolvido. Essa é a lógica dos contratantes.

Por outro lado, quem oferta essas tecnologias digitais, geralmente, são empresas pequenas, startups. Possuem um nível de tecnologia altíssimo, mas também têm um pouco mais de dificuldade de entender de negócios – principalmente o da indústria de petróleo e gás, que possui um conjunto de idiossincrasias. Muitas vezes, essas empresas de tecnologia não têm essa visão daquilo que é necessário para se conectar junto a essa indústria. Foi aí que a Vita Digital identificou o seu posicionamento.

Hoje, o nosso carro-chefe é aproximar as empresas que demandam por soluções tecnológicas àquelas que têm uma competência para desenvolver essas tecnologias. Temos muitas empresas de tecnologia em nosso portfólio e identificamos quem tem a solução mais adequada. Nosso princípio é entender bem qual é o desafio técnico que o cliente possui e, a partir desse problema, identificamos qual é a melhor solução.

E como vocês têm percebido a busca da indústria de óleo e gás por soluções digitais?

Plataforma P-51A indústria de óleo e gás foi tida por muito tempo como sendo conservadora para adotar certas tecnologias. Ela sempre foi uma indústria precavida em tecnologias novas, que precisam seguir testes, homologação e certificação para que possam entrar no mercado de forma séria. Mas o que temos observado é que com as tecnologias digitais isso tem sido diferente.

A tecnologia digital pode ser experimentada no mundo virtual antes de ir para o mundo físico. Por exemplo, no passado, quando você tinha que instalar uma válvula tecnologicamente avançada, o teste era feito no ambiente físico. Quando a tecnologia era desenvolvida fisicamente e tinha a necessidade de ser testada fisicamente, isso gerava um protocolo que demandava muito tempo. Era necessário ter muito capital para fazer todos os testes. Assim, a própria inovação era bem limitada no setor de óleo e gás.

Com as tecnologias digitais, é possível testá-las antes no ambiente virtual para fazer um conjunto de ajustes e melhorias. E aí, na hora de partir para o mundo real, teremos o mínimo possível de falhas e de erros. Fora que o ambiente digital lhe permite fazer ajustes em tempo real. Então, esse conjunto de atributos inerentes às tecnologias digitais caíram como uma luva na indústria de óleo e gás. E não é à toa que hoje qualquer empresa de petróleo e gás tem algum tipo de programa visando fomentar inovações. Esse movimento começou muito forte nas operadoras, mas agora chegou às outras camadas da cadeia. Em geral, as tecnologias digitais estão presentes em toda a cadeia de petróleo, seja no upstream, no midstream e no downstream.

A Petrobrás anunciou recentemente a criação de um centro de excelência em inteligência artificial. Como avaliam esse movimento e qual a expectativa a partir dessa decisão?

A expectativa é muito grande. Quando a Petrobrás toma a iniciativa de criar um centro de inteligência artificial, é um sinal que esse processo não irá mais retroceder. Isso é muito bom, porque a Petrobrás é uma empresa que dita os padrões na indústria brasileira. Por exemplo: há 20 anos, não existia o hábito de fazer transações, cotação, contratação e seleção de fornecedores de forma virtual. A Petrobrás criou esse padrão com a Petronect e isso se espalhou para a indústria em geral.

No ano passado, a Petrobrás já havia tomado a decisão de criar uma diretoria de transformação digital. Ao criar essa estrutura, ela já deu um sinal de que a tecnologia digital seria muito estratégica, a ponto de deixar de ser gerência e virar uma diretoria. O que está acontecendo agora é uma consolidação da estratégia da empresa. Eu acho isso super relevante, porque vai ditar o padrão. A tendência é que outras empresas tomem a mesma direção, que se tornará padrão na indústria de óleo e gás.

Com as empresas seguindo essa tendência, isso impacta diretamente os negócios da Vita Digital, correto?

FPSO_Cidade_de_Campos_dos_Goytacazes_MV29A Vita Digital aplaude esse movimento. Para uma empresa como a Petrobrás, é necessário ter a própria estrutura para essa questão da transformação digital. Mas isso não será realidade em outras companhias, que têm estratégias distintas. Fica muito caro ter uma própria estrutura. Então, é melhor que elas se associem a outras empresas.

É neste nicho que a Vita Digital tem se qualificado e ampliado suas bases. Nós estamos atuando não só no Rio de Janeiro, mas também em Vitória, Nordeste e agora estamos chegando ao Norte do Brasil também, com uma base em Belém. O nosso objetivo é ser a parceria das empresas que não terão seus próprios centros e que buscarão, por meio de terceiros, padrão de eficiência e menor custo.

Estamos abertos para esse nicho de mercado, fazendo parcerias com empresas que querem fazer a transformação digital, mas não têm estrutura própria para isso. Estamos nos encaixando para fazer essa ponte, prestando apoio para promover a inovação aberta. A Vita Digital estrutura todo esse ambiente para que a inovação aberta ocorra.

E qual será a importância, ao seu ver, da inovação aberta para as empresas do setor de óleo e gás?

A inovação aberta é o novo pilar que vai gerar vantagem competitiva para empresas na área de petróleo e gás. A empresa que se fechar em torno de si e não acompanhar o que está acontecendo aqui fora, será surpreendida. Fazendo uma analogia, viverá o mesmo que aconteceu com o táxi, que se viu surpreendido pelo Uber.

Esse movimento Uber/táxi se acelerou agora com a Covid-19 na área de petróleo e gás. Se você tem um produto ou um serviço, é preciso que rapidamente comece um processo de inovação aberta para identificar que rupturas podem estar acontecendo dentro do setor. Se você não começou esse processo, já está se tornando anacrônico no mercado. Inovação aberta passou a ser o novo meio de se buscar vantagem competitiva para se sustentar no setor de óleo e gás ou em qualquer outro mercado.

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