WESTWOOD PREVÊ QUE UTILIZAÇÃO DE NAVIOS DE APOIO PELO SETOR DO PETRÓLEO TENDE A CRESCER NOS PRÓXIMOS DOIS ANOS
Os preços mais altos do barril de petróleo no primeiro semestre do ano já trazem impactos significativos no mercado, de maneira geral. Com um aumento expressivo no investimento em exploração e produção offshore (E&P), haverá também um impulso na demanda por embarcações de apoio offshore (OSVs) nos próximos dois anos. É o que indica um novo relatório produzido pela Westwood Energy. Até 2024, a empresa de pesquisa energética prevê que a taxa de utilização mundial desses navios pode chegar a 75%, em um cenário mais modesto, ou até mesmo a 88%, em uma estimativa mais otimista. Apenas a título de comparação, a utilização total da frota global de OSV atualmente está em torno de 63%, o que representa um aumento de 7% em relação a 2021.
O preço do petróleo Brent atingiu US$ 100 no início de 2022, patamar alcançado pela primeira vez desde 2014, e a commodity segue valorizada pelo aperto na oferta/demanda por petróleo, na esteira das incertezas em torno da crise na Ucrânia. De acordo com a Westwood, os preços mais altos do petróleo estão impulsionando um ano abundante para o investimento offshore, com gastos de engenharia, aquisição e construção (EPC) projetados para atingir US$ 75 bilhões em 2022, representando um aumento maciço de 80% ano a ano.
“Com os preços do petróleo se estabelecendo acima de US$ 100/barril, os proprietários de navios estão se esforçando para reativar sua frota para aproveitar os níveis crescentes de atividade offshore, especialmente após o aumento do empilhamento que ocorreu durante a pandemia. Ao final do primeiro trimestre, a frota total de lay-ups caiu 32%, a menor desde 2016, com 321 navios reativados, sucateados ou descartados (ou seja, considerados comercialmente inativos)”, escreveu a Westwood Energy.
O relatório indicou ainda que apenas 33% da atual frota instalada global é composta por navios “premium”, ou seja, aqueles com menos de 15 anos. A maioria (67%) dos OSVs instalados tem mais de 15 anos e representam essencialmente uma frota envelhecida. Enquanto isso, a carteira de pedidos total de novas construções registradas na Organização Marítima Internacional (IMO) agora é de 215. No entanto, apenas 67 são consideradas embarcações “Tier 1” e provavelmente serão entregues nos próximos 12 a 24 meses.
A Westwood ressalta que, em uma análise mais aprofundada, nos próximos dois anos, 430 embarcações ultrapassarão a marca de 15 anos e serão consideradas “não premium”. Com apenas 67 navios na carteira de pedidos Tier 1, isso sugere que a frota premium diminuirá significativamente nos próximos anos sem pedidos substanciais de novas construções.
“Não faz muito tempo que havia um grande problema de excesso de oferta no mercado de OSVs, no entanto, o problema que os proprietários enfrentam hoje não é o grande número de OSVs, mas a idade e a qualidade da tonelagem disponível e se os proprietários podem levantar capital para investir em embarcações mais novas e mais limpas para futuras operações offshore, pois as petroleiras continuam a se concentrar nas restrições de idade e na redução de suas emissões gerais”, concluiu a Westwood.
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