SINDIMETAL-RIO BUSCA DIÁLOGO COM A PETROBRÁS PARA EVITAR NOVAS DEMISSÕES NO SETOR NAVAL

Por Davi de Souza (davi@petronoticias.com.br) –

???????????????????????????????O sonho de tornar a indústria naval brasileira uma das mais pujantes do mundo foi interrompido pela grave crise que assola o setor de óleo e gás, prejudicando estaleiros e provocando demissões em massa. No Rio de Janeiro, diversos estaleiros encerraram suas operações ou passam por uma situação econômica dramática em virtude do cancelamento de contratos. Uma das mais recentes vítimas da crise foi o estaleiro Enseada Inhaúma, que chegou a ter 7.500 empregados em tempos áureos. A unidade anunciou que irá encerrar suas atividades, mas para o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do Rio de Janeiro (Sindimetal-Rio), Jesus Cardoso, o ideal seria que a Petrobrás (que arrendou a área em 2010) passasse a operação do estaleiro para outra companhia. “O que o sindicato deseja é que o estaleiro não feche de vez, que a Petrobrás coloque outra empresa no lugar“, comentou. O sindicalista também afirma que estão sendo planejadas manifestações para o dia 4 de agosto, exatamente na véspera da abertura das Olimpíadas no Rio, e diz que a entidade está participando de conversas com a Petrobrás e com o governo do Rio para chamar atenção para a questão social relacionada às demissões em massa no setor naval. “O que estamos propondo é que as empresas foquem no lado social e que, principalmente, não mandem os navios para fora do País. É preciso ter sensibilidade”, afirmou.

Qual a situação dos trabalhadores do estaleiro Eisa Petro Um?

O estaleiro Eisa Petro Um está com 200 trabalhadores fazendo serviços de reparo. Eles estão em negociação com a Transpetro para poder retomar as obras dos navios Panamax que estão paradas. O retorno das obras desses navios está em negociação com a Petrobrás.

E quanto ao Eisa Ilha? Existe previsão de retomada de serviços?

O Eisa Ilha continua em negociação com a Log-In para a retomada das obras. Em setembro, tem uma reunião da recuperação judicial marcada com os credores. Hoje, apenas 100, no máximo 150 trabalhadores, estão trabalhando por lá.

Antes da crise que hoje atinge o setor, estes dois estaleiros empregavam quantas pessoas?

Juntando os dois, um número em torno de 7.000 trabalhadores. Isso no final de 2014 e início de 2015.

E em relação ao estaleiro Inhaúma? Como estão as negociações?

O Inhaúma até agora, de todos os estaleiros, foi o único que cumpriu todas as obrigações. Eles têm uma conta vinculada com a Petrobrás e ainda têm a Odebrecht por trás. Até hoje, eles pagaram os direitos de forma correta. O que o sindicato deseja é que o estaleiro não feche de vez, que a Petrobrás coloque outra empresa no lugar. Mas a empresa está numa fase de mudanças. O Pedro Parente tem uma linha diferente, vamos ver como ele vai se comportar quanto a isso.

Quantos trabalhadores foram afetados com o fechamento do Inhaúma?

O Enseada Inhaúma, no auge, chegou a ter 7.500 trabalhadores. Aí você soma com o estaleiro Rio Nave, que tinha 1.000 trabalhadores. O estaleiro Brasa tinha 2 mil. A conta final é que você tem uma tropa de pessoas desempregadas. Além disso, as empresas que giravam em torno do setor naval também foram prejudicadas.

Como o sindicato está trabalhando para dar amparo a estes trabalhadores demitidos?

O que estamos propondo é que as empresas foquem no lado social e, principalmente, não mandem os navios para fora do País. É preciso ter sensibilidade. Não pode aproveitar essa situação toda que veio com a Lava Jato e mandar todas as obras para fora. Isso pode virar uma convulsão social. O sindicato está conversando com o governo do estado do Rio e com a Petrobrás. E vamos fazer movimentos para que os governos acordem para a questão social. O próximo será no dia 4 de agosto. Dependemos também de que a Petrobrás se abra mais.

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