PRESIDENTE DA ENBPAR PREVÊ QUARTA USINA NUCLEAR BRASILEIRA EM ANGRA DOS REIS ATÉ 2032
Por Bruno Viggiano (Enviado Especial*) –
SOCHI – Uma novidade importante para o mercado nuclear brasileiro durante a XII Atomexpo, que começou nesta segunda-feira (21) aqui em Sochi, na Rússia. O diretor-presidente da ENBPar, Ney Zanella, participou hoje do painel “‘Primavera nuclear’: criando um futuro sustentável“, ao lado do diretor-geral da Rosatom, Alexey Likhachev e representantes dos governos de Belarus, Turquia, Bangladesh e Filipinas. Durante sua fala, o chefe da ENBPar afirmou que o governo projeta uma quarta usina nuclear em Angra dos Reis (RJ), onde já existem Angra 1 e Angra 2 (que atualmente estão em operação), além de Angra 3, cujas obras foram retomadas recentemente.
Questionado pelo mediador Sergey Brilyov, presidente da The Global Energy Association, sobre o futuro nuclear brasileiro, Zanella falou que a expectativa é colocar Angra 3 em operação até o final de 2027 e adiantou que “gostaria de ter mais uma usina, possivelmente Angra 4, até 2032”.
A quarta usina nuclear no país está prevista no Plano Decenal de Energia (PDE) 2031, que confirmou uma nova planta de 1 GW na região Sudeste. A indicação de que a unidade ficará em Angra dos Reis é uma novidade, já que o PDE 2031 apenas indicava que a usina deveria ser localizada no submercado Sudeste/Centro-Oeste.
“O Brasil tem hoje uma matriz de 160 GW e a expectativa de crescer para 2030 de mais 70 GW. No setor nuclear está prevista a expansão entre 8 a 10 GW, mantendo assim o percentual de geração da nossa matriz em torno de 5%”, disse Zanella a uma plateia formada, em sua grande maioria, por russos e estrangeiros.
Angra 3, que teve sua construção iniciada em 1984, voltou a ter o canteiro de obras em atividade há pouco mais de uma semana, com o reinício do processo de concretagem. Uma quarta usina no mesmo local pode passar por um processo bem diferente de construção.
“Podemos aproveitar as novas tecnologias, que estão para chegar, que facilitam muito isso, por exemplo, os SMRs, que não existem ainda. São pouco mais de 80 projetos na Agência (Internacional de Energia Atômica). É uma tecnologia promissora, pois requer pouco investimento, tem um licenciamento mais rápido e mais simples e traz um retorno de investimento a curto prazo muito melhor”, destacou o executivo ao final do painel.
* O repórter viajou a convite da Rosatom.
Nos deveríamos ter ambas prontas, mais o desgoverno anteriores investiu em outros países ficamos a ver navios de energia das usinas nucleares do Brasil…