AINDA FALTAM MUITOS DETALHES PARA QUE CHINA E ARGENTINA BATAM O MARTELO DEFINITIVAMENTE POR NOVA USINA NUCLEAR

ALBERTOMesmo sendo anunciado como certo a construção de uma quarta usina nuclear com financiamento e tecnologia chinesas, ainda há muita água para passar por baixo dessa ponte. Até agora, o parlamento argentino ainda não se manifestou aprovando nem o empréstimo de US$ 8 bilhões, equivalente a R$ 42 bilhões, tão pouco a própria construção da usina Atucha III.  O presidente argentino, Alberto Fernandez, visita a China na sexta-feira (4) até o domingo (6), quando assinaria o contrato com seu colega Xi Jinping. Na verdade, a costura desse acordo se deu durante o encontro do G-20, no Japão, em 2019. Para lembrar, no dia 21 de junho daquele ano, o então presidente da Argentina, Mauricio Macri, assinou um memorando de entendimento com a China para a construção da quarta usina nuclear na Argentina, marcando um  empréstimo de US$ 7,9 bilhões concedidos pela administração de Xi Jinping. A energia nuclear representa atualmente 7,5% da matriz energética argentina.

O anúncio da construção da usina de Atucha III, que ficará localizada em Lima, 100 km ao norte de Buenos Aires, foi feito de propósito nas vésperas da viagem oficial dousina-nuclear-argentina-01022022192346510 presidente Alberto Fernández a Pequim. Segundo o acordo firmado entre a estatal Nucleoeléctrica Argentina e a Corporação Nuclear Nacional da China, a construção da usina tipo HPR-100, com 1.200 megawatts de energia elétrica (MWe) de potência bruta e vida útil de 60 anos, criará 7.000 empregos e 40% de fornecedores argentinos. A China, segundo parceiro comercial da Argentina  ficará responsável pela engenharia, construção, aquisição, início e entrega do Atucha III, cujo reator utilizará urânio enriquecido como combustível e água clara como refrigerante e moderador. A Argentina possui outras três usinas nucleares (Atucha I e II, também em Lima, e Embalse, em Córdoba, no centro do país), que fornecem até 7,5% da energia elétrica do país, segundo estimativas privadas. O presidente da Nucleoeléctrica Argentina, José Luis Antúnez, disse que a nova usina ajudará o país a “suprir a demanda de eletricidade com energia básica, limpa, segura e sustentável, e combater os efeitos das mudanças climáticas que afetam o planeta”.

O acordo entre Macri e a administração chinesa foi formalizado em 2019 da seguinte maneira:

1 – A empresa China National Nuclear Corporation (CNNC) e o governo de Xi Jinping concederão um empréstimo de US$ 7,9 Bilhões por 20 anos.

2 – O empréstimo chinês será 85% do total da obra e a contribuição local será de 15%. A taxa de juros que a Argentina pagará à China será de aproximadamente 5,5%.

3-  Nas negociações finais, houve uma redução no valor de cerca de US$ 1 Bilhão, que a  Argentina conseguiu para o financiamento da base de investimentos da planta originalmente, que seria de US$ 9 Bilhões.

macriMas, o preço de US$ 8 bilhões está fazendo a oposição argentina se mexer em direção ao que seria uma espécie de Lava Jato Portenha. Isso porque, se comparado ao custo de Angra 3, por exemplo, esta usina sairia por este valor, mas gerando 1.200 MW. Ao passo que Angra 3, com seus 1.400 MW, tem um custo de 2/3 desse valor. Para oposição argentina, tem caroço nesse angu. Faltam o contrato financeiro e o contrato de combustíveis. E a autorização do Congresso para receber o crédito.

Em contrapartida, a Argentina fornecerá à China soluções tecnológicas na área da medicina nuclear, que se somarão aos acordos existentes com a indústria do país sul-americano dedicada à construção de componentes nucleares. As duas nações estão também em negociações para que duas empresas argentinas de manutenção nuclear fiquem encarregadas de centrais nucleares em território Chinês do tipo Candu (Canadá), que utilizam urânio natural não enriquecido e são resfriadas água pesada.

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