ARGENTINA AINDA NÃO TEM ACORDO DE FINANCIAMENTO PARA CONSTRUÇÃO DE ATUCHA 3 COM TECNOLOGIA CHINESA

alejandroO diretor da Nucleoelétrica Argentina, Alejandro Estevez,  disse que a empresa está “tomando as medidas apropriadas para poder avançar com o projeto Atucha 3”. Ele falou em resposta aos comentários do ex-subsecretário de Energia Nuclear Julián Gadano. Estevez disse que a energia nuclear dá previsibilidade ao sistema elétrico nacional e disse que desde a assinatura de um contrato técnico-comercial com os chineses em fevereiro, está trabalhando em um  acordo de financiamento: “A energia nuclear é uma fonte de benefícios extraordinários no âmbito do planejamento energético de médio e longo prazo, razão pela qual países como França, China, Emirados Árabes Unidos e Índia continuam a investir nessa tecnologia com uma expansão muito ambiciosa planos”. Ele disse que foi um “erro grave” pensar apenas no curto prazo quando se trata de custos “já que a energia mais cara é aquela que não está disponível quando é necessária” – apontando para os preços em alta na Europa até agora este ano.

Em uma entrevista a uma rádio, Gadano disse que a energia nuclear é importante para a Argentina e para enfrentar as mudanças climáticas. Ele disse que viajou paraatucha a China 11 vezes em quatro anos como parte das negociações, mas “não chegamos a um acordo”.  Disse também  que durante seu período no cargo – que durou de 2015 a 2019 – “começamos a perder o entusiasmo pelo modelo que implicava endividar a Argentina por uma quantia muito grande de dinheiro”. O acordo, que já foi assinado, foi, segundo ele, “estranho porque as autoridades nucleares assinaram um contrato comercial pelo qual se comprometem a construir uma usina nuclear de origem chinesa e não têm o contrato financeiro.” Em resposta, Estevez sugeriu que as 11 viagens realizadas por Gadano devem ter sido “turismo nuclear”, dada a falta de progresso feito.

julianSobre as críticas ao financiamento, Estevez acrescentou: “Como ele pretendia chegar a um acordo financeiro sem saber o que seria financiado?” A usina nuclear, localizada perto de Lima, a cerca de 100 quilômetros a noroeste da capital argentina, Buenos Aires, usará a tecnologia chinesa Hualong One – o reator HPR1000, que usará urânio enriquecido como combustível e água leve como refrigerante e moderador, com uma potência bruta nominal de 1200 MWe e uma vida inicial de 60 anos. Hualong One é uma usina nuclear de terceira geração desenvolvida em conjunto pela China National Nuclear Corporation e pelo grupo China General Nuclear Power. O desenvolvimento na Argentina será o segundo fora da China, depois de Karachi, no Paquistão. O projeto de construção faz parte do plano de ação nuclear da Argentina acordado em junho, que envolve um investimento de mais de US$ 8 bilhões. O setor nuclear da Argentina possui três reatores de água pesada pressurizada com capacidade total de geração de 1.641 MWe nas usinas Atucha 1, Atucha 2 e Embalse.

Deixe seu comentário

avatar
  Subscribe  
Notify of