ATIVIDADE DE PESQUISA SÍSMICA SE RECUPERA, VOLTA AOS NÍVEIS DE PRÉ-PANDEMIA E APONTA PARA RETOMADA DO SETOR
O Petronotícias tem publicado ao longo das últimas semanas uma série de reportagens com indicadores positivos da retomada gradual em vários segmentos da economia. Hoje (27), vamos abrir o noticiário da semana com um novo número positivo, que é especialmente animador para o setor de óleo e gás. A atividade sísmica, castigada pela pandemia de covid-19, está retomando os níveis vistos antes da crise econômica desencadeada pela doença. Atualmente, cerca de 68% das embarcações sísmicas estão em atividade em todo o mundo, o que corresponde ao patamar registrado pela última vez no primeiro trimestre de 2020. Pelo fato de a pesquisa sísmica ser uma das primeiras etapas realizadas em novos projetos de óleo e gás, o reaquecimento dessa atividade indica um interesse das petroleiras em perfurar novos poços e, eventualmente, desenvolver novos campos.
Com a pandemia, a taxa de inatividade da frota de embarcações sísmicas chegou a 46% entre o terceiro trimestre de 2020 até março deste ano. Passado o pior momento da covid-19, o cenário começou a mudar. Em agosto, foi registrado o menor percentual mensal de embarcações inativas em quase dois anos, com apenas 29%. A última vez que a frota sísmica esteve tão ativa foi em outubro de 2019. Esses e outros dados foram compilados e publicados em um relatório pela Rystad Energy.
“O atual aumento na utilização de embarcações sísmicas é parcialmente impulsionado pela exploração, com foco em bacias comprovadas. Também vemos que muitas empresas sísmicas se reposicionaram para a transição energética e estão firmando contratos em outros serviços de energia, como captura e armazenamento de carbono, geotérmica, eólica offshore e mineração em alto mar”, analisou a vice-presidente de pesquisa de serviços de energia da Rystad Energy, Binny Bagga.
A atividade atual do mercado é muito promissora para a indústria sísmica e é uma boa indicação de que os participantes da sísmica deverão permanecer relativamente ocupados no próximo ano – dando ao segmento um impulso muito necessário após vários trimestres de redução nas operações e receitas, conclui Bagga.
No Brasil, por exemplo, a Shearwater GeoServices ganhou um contrato da Petrobrás para adquirir dados sísmicos 3D e 4D nos campos de Marlim, Albacora e Voador, na Bacia de Campos. A empresa também iniciou a aquisição sísmica de nó de fundo do oceano em águas profundas para a Petrobrás nos campos de Tupi e Iracema, na Bacia de Santos. A estatal também começou, em junho, a primeira aquisição sísmica do projeto de monitoramento do campo de Sapinhoá, na Bacia de Santos. Para esse projeto, a petroleira fechou um contrato de US$ 118 milhões com a Seabed Geosolutions do Brasil, que conduzirá a pesquisa.
Segundo a Rystad, a carteira de contratos de muitas empresas sísmicas cresceu em níveis decentes até meados de 2021, dando-lhes atividade suficiente para apoiar as operações durante o resto do ano. A consultoria acredita que o desempenho dos participantes sísmicos como um todo melhore, já que os gastos com exploração global devem aumentar em 2022.
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