AUTOMIND RENOVA CONTRATO DE MEDIÇÃO PARA SEIS PLATAFORMAS DA PETROBRÁS E PLANEJA ABRIR ESCRITÓRIO NO PERU

Por Daniel Fraiha (daniel@petronoticias.com.br) – 

Antonio Manuel Carneiro AutomindFundada em 1987, a Automind vem diversificando suas atividades atualmente, ao mesmo tempo em que lança um novo produto para treinamento de operadores de FPSOs, financiado pela Finep, com a possibilidade de ser aplicado a diversas plantas industrias, como refinarias e plataformas, por exemplo. Além disso, o segmento de terminais de combustíveis continua firme e forte, com um contrato em andamento para a automação de 12 unidades da BR Distribuidora, espalhadas por 12 estados brasileiros, e um novo negócio na área marca o início da internacionalização da empresa, a partir de uma encomenda para a automação de nove terminais no Peru. O diretor executivo da Automind, Antonio Manuel Carneiro, conta que este contrato vai demandar a instalação de um escritório no Peru nos próximos meses e já avalia a prospecção de novos negócios em países próximos na América Latina, como Equador e Colômbia.

O mercado de gestão de medição é outro que ainda está em destaque entre as atividades da empresa. Além de possuir um laboratório para este fim no Rio de Janeiro, com a acreditação NBR ISO 17025 (obrigatória desde dezembro de 2015 por exigência da ANP), concedida pelo Inmetro, a companhia de origem baiana acaba de renovar um contrato para a gestão da medição da produção de seis plataformas da Petrobrás. O acordo, que vigorou pelos últimos dois anos e agora será estendido por mais dois, engloba as unidades P-50, P-52, P-53, P-54, P-55 e P-62.

Quais são os principais contratos da Automind em andamento atualmente na área de óleo e gás?

Hoje a Automind está muito focada em automação de terminais. Este é o nosso carro chefe. Acabamos de assinar um contrato deste tipo no Peru. Outra área que estamos trabalhando bastante é a gestão de medição, cujo nosso principal cliente é a Petrobrás. Ela paga royalties pela produção, então precisa de sistemas de alto nível de confiabilidade para a medição. Nós trabalhamos fazendo a gestão disso, controlando todos os eventos, calibrações etc, para que as auditorias da ANP não encontrem problemas.

Quanto representa a área de óleo e gás para a Automind?

Nós temos diminuído essa participação, porque já estava mais ou menos claro o que aconteceria no mercado, mas ainda é alta, em torno de 60% a 70%. Além dessas duas áreas, também acabamos de desenvolver um produto voltado a treinamento de operadores de processo, para qualquer planta, como refinarias, plataformas etc. O projeto inicial, que ganhou financiamento do Finep, era voltado inclusive à operação de FPSOs.

Já o viabilizaram comercialmente?

Ainda não vendemos. Porque o momento não foi muito oportuno. Mas é muito viável hoje, porque não vamos ficar parados há de eterno nessa crise. Vamos voltar a crescer, e essas novas plantas, plataformas, vão precisar de operadores, até porque os da ativa também vão acabar se aposentando. Já apresentamos para a Petrobrás, para empresas petroquímicas, e estamos trabalhando neste sentido.

Pode detalhar o contrato fechado no Peru?

Foi com a empresa Terminales del Peru. Quando começamos a visualizar a crise, começamos a avaliar o mercado latino-americano, com destaque para os países que ainda estavam crescendo. Pensamos o seguinte: temos um produto muito bem aceito aqui no Brasil, o maior cliente é a BR Distribuidora e o segundo maior é a Ultracargo; por que não levá-lo ao mercado latino americano? Começamos então pelo Peru, identificamos uma necessidade lá, porque já tínhamos feito um trabalho para a Oiltanking aqui no Brasil e eles tinham se associado com outra empresa lá para ganhar concessão de terminais. Através do contato daqui, apresentamos nosso trabalho a eles, concorremos e vencemos. São 9 terminais.

O que vão fazer exatamente?

São terminais com baixo nível de automação. Então vamos automatizá-los, criando uma espécie de self-service de combustível. O caminhoneiro vai buscar, se identifica, o sistema vê que ele tem um pedido, coloca ele numa fila, ele vai para as ilhas de carregamento e se serve – claro, com toda segurança –, pega a nota fiscal e vai embora. Então não precisa de operadores.

Qual o valor do contrato?

O valor é de cerca de US$ 1,3 milhão. Primeiro vamos fazer o terminal maior, na zona urbana de Lima. Depois, vamos para os do Norte do País, e por fim para os do Sul. Também estamos criando uma plataforma online para integrar as operações, os clientes e os contatos com a agência reguladora.

Como está sendo esse processo de internacionalização?

Não esperamos parar no Peru. Pretendemos ter uma sucursal lá. Vamos abrir um escritório em Lima nos próximos meses, até para conhecer todo o mercado local, e para buscar outras oportunidades. Vamos depois continuar buscando negócios em outros países próximos, já que temos condição de brigar de igual para igual com grandes players americanos, como já ocorreu nesse contrato peruano.

Quais países estão no escopo dessa busca?

Vamos estudar. Já estive no Equador e devemos ir em breve à Colômbia também, porque os indicadores econômicos mostram que o país vai bem. Mas precisamos estudar mais detalhadamente os outros países.

Quais as perspectivas na área de medição e controle?

Nossos principais contratos hoje na área são para gestão da medição de seis plataformas da UO-Rio (P-50, P-52, P-53, P-54, P-55 e P-62), para garantir o cumprimento de todos os requisitos da ANP. Temos um laboratório para este fim no Rio de Janeiro e, além deste fixo, temos outros iguais nas plataformas em que atuamos.

Essa parte de gestão de medição é muito regulamentada pela ANP, com diversos requisitos, como a exigência de certificação do laboratório pelo Inmetro. Nós temos essa certificação, e isso dá respaldo para atuar em todas as plataformas, onde há um laboratório embarcado.

Essa certificação foi obtida ao longo da execução do contrato que temos, que vai ser concluído agora no final de julho e já foi renovado por mais dois anos. O contrato inicial já previa essa possibilidade de renovação. Então imaginamos que o cliente tenha ficado satisfeito.

Além desse, quais outros contratos estão entre os principais atualmente na empresa?

Outro contrato grande que está em andamento é para a automação de 12 terminais da BR Distribuidora. Esse já estamos em cerca de 60% a 70% de conclusão. O escopo desse contrato inclui os terminais de Manaus, Belém, São Luís, Fortaleza, Guamaré, Vitória, Brasília, Betim, Rio, Cubatão, Porto Alegre e Porto Velho. E ganhamos agora para fazer também o terminal de Santos, da Ultracargo.

Além disso, a gente já vinha visualizando que a área de óleo e gás não estava indo bem e começamos a buscar outras áreas. Agora estamos fazendo a automação do metrô de Salvador. Tentamos buscar os outros mercados de infraestrutura também, porque o Brasil precisa, mas essa crise atingiu muito fortemente os grandes players desse mercado.

Quais são os maiores desafios de automação no setor atualmente?

Hoje, o que vemos é a parada dos investimentos e o grave momento que o principal player, a Petrobrás, no caso, está passando. Em termos tecnológicos, não vejo muitos desafios. Tanto a Automind quanto as outras empresas do mercado têm domínio do assunto. O maior problema é o econômico mesmo.

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