BARUSCO AFIRMA QUE ELE E DUQUE RECEBERAM PROPINA EM MAIS DE 70 CONTRATOS

baruscoO ex-gerente de Serviços da Petrobrás, Pedro Barusco (foto), confirmou o envolvimento do ex-diretor de Serviços, Renato Duque, nos esquemas de corrupção e pagamento de propinas da estatal. Segundo Barusco, ele e Duque dividiram propinas de “mais de 70 contratos” entre os anos de 2005 e 2010. O depoente aproveitou para negar que tenha transferido dinheiro para qualquer outra pessoa ou instituição a não ser Duque. “Eu recebia somente para mim e para o Renato Duque”, afirmou. Eles chegaram a ir à Itália para abrir uma conta no exterior.

Nesse sentido, Barusco reforçou que nunca repassou qualquer quantia a agentes políticos, já que o dinheiro só chegava a ele e Duque quando já havia sido separado para cada um dos beneficiários, apontados por Barusco como usualmente ele, Renato Duque, a empresa, o tesoureiro do PT João Vaccari Neto e às vezes o próprio empresário responsável pela transação. Ele ainda revelou que chegou a discutir propinas com Vaccari Neto.

Quando questionado sobre o superfaturamento nas licitações da estatal, Barusco disse que não houve contratos acima do limite estipulado pela empresa. De acordo com o ex-gerente, o limite ia de 85% a 120% do valor estimado pela Petrobrás para os contratos, que geralmente eram fechados pela taxa maior de 20% de superfaturamento.

Barusco também falou que só encontrou uma situação institucionalizada de propina na Petrobrás a partir de 2003 e 2004. Perguntado quando começara a receber propina, confirmou que a relação dele com a corrupção na Petrobrás começou em meados de 1997 e 1998, durante o governo Fernando Henrique Cardoso. No entanto, o ex-gerente classificou a operação como uma ação individual. Por fim, Barusco voltou a especular a quantia recebida pelo PT, em nome de João Vaccari Neto, em até US$ 200 milhões, mas declarou que não sabe se e como o pagamento foi realmente efetuado.

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