BOMBARDEIOS PRÓXIMOS À PRINCIPAL USINA NUCLEAR DA UCRÂNIA ACENDEM SINAL VERMELHO PARA A AGÊNCIA ATÔMICA INTERNACIONAL

usinaA Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) pediu o estabelecimento de uma zona de segurança em torno da usina nuclear de Zaporizhzhia, na Ucrânia, que está ocupada pelas forças militares russas desde o início de março. Em seu relatório, a entidade diz que embora o bombardeio em andamento ainda não tenha desencadeado uma emergência nuclear, a situação continua a representar uma ameaça constante à segurança e proteção nuclear com impacto potencial em funções críticas de segurança que podem levar a consequências radiológicas com grande significado de segurança. “A AIEA recomenda que os bombardeios no local e em suas proximidades sejam interrompidos imediatamente para evitar mais danos à usina e instalações associadas, para a segurança da equipe operacional e para manter a integridade física para apoiar a operação segura. acordo por todas as partes relevantes para o estabelecimento de uma zona de segurança e proteção nuclear em torno da usina”, afirmou a agência.

Ele não atribui a culpa por nenhum dos bombardeios, mas diz que a situação atual é insustentável e a melhor ação para garantir a segurança das instalações nucleares da Ucrânia e seu povo seria que este conflito armado terminasse agora. Falando na reunião do Conselho de Segurança das Nações Unidas sobre o relatório, o diretor-geral da AIEA, Rafael Mariano Grossi, disse que a zona seria limitada ao perímetro e à própria usina. O relatório também estabelece em detalhes uma linha do tempo dos eventos na fábrica, bem como lista as diretrizes de segurança e proteção que foram quebradas.

O relatório diz que  a situação na Ucrânia não tem precedentes e que é a primeira vez que um conflito militar ocorre em meio às instalações de um grande programa deusina energia nuclear estabelecido: “Um acidente nuclear pode ter sérios impactos dentro do país e além de suas fronteiras, e a comunidade internacional está contando com a AIEA para realizar uma avaliação rigorosa da situação e mantê-la informada com informações precisas e oportunas”. Desde o início do conflito, a AIEA tem monitorado a segurança nuclear e a situação de segurança das instalações nucleares da Ucrânia. Os especialistas realizarão um trabalho detalhado e contínuo para avaliar danos às instalações da fábrica, determinar a funcionalidade dos sistemas de segurança e proteção principal e de backup e avaliar as condições de trabalho da equipe, além de realizar atividades de salvaguardas no local.

O relatório da AIEA também diz que a equipe ucraniana que opera a usina sob ocupação militar russa “está sob constante estresse e pressão, especialmente com a equipe limitada disponível. Isso não é sustentável e pode levar a um aumento de erros humanos com implicações para a segurança nuclear“. A recomendação é “que seja restabelecido um ambiente de trabalho adequado, incluindo apoio familiar, para o pessoal operacional”. A Ucrânia disse à AIEA que especialistas nucleares russos da Rosatom estiveram na usina e solicitaram relatórios diários da administração da usina sobre questões confidenciais sobre o funcionamento da central nuclear. A AIEA considera que a presença do pessoal técnico sênior da Rosatom pode levar a interferências nas linhas normais de comando operacional ou autoridade e criar atritos potenciais quando se trata de decisões.

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