CARTA DO IRÃ AO CONSELHO DE SEGURANÇA DA ONU DEFENDE O SEU PROGRAMA NUCLEAR E FAZ UM ALERTA A ISRAEL PARA NÃO INTERFERIR

onuUma carta ao Conselho de Segurança da ONU escrita oficialmente pelo Irã faz um alerta à Israel: “qualquer aventura e erro de cálculo” em reação a ameaças que teriam sido feitas pelos israelenses durante uma reunião com autoridades norte-americanas. A representante permanente adjunta do Irã na ONU, Zahra Ershadí, alertou Israel para não cumprir as suas ameaças de atacar o Irã devido ao seu programa nuclear pacífico. Ershadí também destacou que  “a firme determinação do seu país em exercer o seu direito inalienável de usar a energia nuclear para fins pacíficos em todos os seus aspectos”. Na carta, a representante do Irã afirma que “Como indicamos nas nossas cartas anteriores ao Conselho de Segurança, a República Islâmica do Irã preserva o direito inerente ao direito internacional de tomar todas as medidas necessárias para proteger e defender os seus cidadãos, os interesses, as instalações e a soberania contra qualquer ato terrorista ou perturbador.”

Referindo-se a uma entrevista recente com o primeiro-ministro Israelense Naftali Benet, a representante iraniana acrescentou que “reconheceu implicitamente osirã ataques encobertos ao programa nuclear pacífico do Irã e que este descaradamente declarou que Israel continuaria com tais ataques”. A respeito do ataque contra a central nuclear iraniana de Natanz, em abril passado, Ershadí disse que ele interrompeu “as operações desta sensível instalação nuclear, que tem estado sob as salvaguardas da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) e sob vigilância exaustiva”.

A sabotagem em Natanz causou danos a um número desconhecido de centrífugas. O Irã alegou que o ataque foi realizado por Israel e, em resposta, aumentou o enriquecimento de urânio de 20% para 60%. O atual presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, propõe reintegrar os Estados Unidos ao acordo nuclear alcançado em 2015 entre o Irã e o G5+1 (Alemanha, Estados Unidos, China, França, Reino Unido e Rússia), do qual o Governo do seu antecessor Donald Trump havia se retirado em 2018. Benet e Biden encontraram-se na sexta-feira (27) na Casa Branca e discutiram principalmente as negociações para reativar o acordo nuclear com a República Islâmica, ao qual Israel se opõe.

O primeiro ministro de Israel disse que “O Irã é o maior exportador mundial de terror, instabilidade e violações dos direitos humanos e, enquanto estamos sentados aqui, os iranianos estão  usando as centrífugas de Natanz e Fordow. Temos que pará-lo.” Biden afirmou que deseja priorizar os canais diplomáticos antes de considerar outras alternativas, ao mesmo tempo em que sublinhou o compromisso comum com Israel de que o Irã “nunca desenvolverá uma arma nuclear”.

“Vamos colocar a diplomacia em primeiro lugar e ver onde nos leva, se a diplomacia falhar, estamos prontos para voltar a outras opções”, disse o presidente dos Estados Unidos.

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