COMO ERA ESPERADO, SERGIO MACHADO NÃO APARECE E ESTENDE LICENÇA DA TRANSPETRO

Sergio Machado, presidente licenciado da TranspetroA novidade é apenas a confirmação do que todos já achavam que iria acontecer. Sergio Machado não apareceu para reassumir a presidência da Transpetro. O prazo de 31 dias da licença terminou na quinta (4), mas ele continuará afastado do cargo, depois de deixá-lo por ver seu nome envolvido entre as acusações feitas pelo ex-diretor de abastecimento da Petrobrás Paulo Roberto Costa, que o acusou de pagar R$ 500 mil para ele, em função de contratos superfaturados assinados com empresas fornecedoras da estatal.

A denúncia foi feita por Costa em depoimento à Justiça Federal do Paraná e Machado negou veementemente as acusações na época, mas não foi o suficiente para mantê-lo seguro no comando da Transpetro, já que a auditoria PwC não concordou em assinar o balanço da Petrobrás se nele constasse a firma de Machado.

No mercado, já era dado como certo o adiamento da licença, por conta do mesmo motivo que o levou a anunciá-la. Como a Petrobrás não fechou o balanço final do trimestre até agora, a auditoria continuaria não assinado se ele voltasse.

Ainda assim, na própria Transpetro a volta dele era um mistério até hoje. Apesar de já imaginarem que ele não reassumiria o cargo nesta sexta (5), os funcionários da empresa não tinham muitas informações sobre a sua volta.

No início da noite, no entanto, a assessoria de imprensa da Petrobrás emitiu um comunicado, dando a entender que a própria Transpetro decidira mantê-lo longe, já que atribui a prorrogação da licença ao seu conselho de administração. Veja na nota abaixo:

“O Conselho de Administração da Transpetro aprovou hoje a prorrogação da licença não remunerada do presidente da Transpetro, José Sergio de Oliveira Machado, pelos próximos 30 dias. O presidente licenciado continuará sendo substituído pelo diretor Cláudio Ribeiro Teixeira Campos”.

Apesar disso, menos de 15 minutos depois a assessoria de imprensa da Transpetro emitiu uma outra nota, atribuindo a decisão ao próprio Sergio Machado. Veja a seguir:

“O presidente licenciado da Transpetro, Sergio Machado, decidiu renovar sua licença por 30 dias. De modo espontâneo, ele havia optado por se afastar do cargo, sem vencimentos, para facilitar a ampla apuração dos procedimentos da Transpetro durante sua gestão. Como até agora a auditoria na empresa ainda não foi concluída, Machado prefere manter-se licenciado. Nesse período, Claudio Campos, diretor de Gás Natural, permanece no exercício da Presidência da Companhia”.

Independente de a decisão ter sido dele mesmo ou do conselho, o fato é que sua volta vai se tornando uma realidade cada vez mais distante. As negociações políticas continuam acontecendo nos bastidores, mas já começaram a aparecer novas menções à Transpetro durante as investigações da Operação Lava Jato, desta vez envolvendo contratos no Terminal de Angra dos Reis, incluídos em uma longa lista de citações a contratos apreendida com o doleiro Alberto Youssef.

A Transpetro diz que não contratou nenhuma das empresas mencionadas nos documentos apreendidos e afirma que apenas opera o terminal, cabendo à Petrobrás fazer as contratações. Ainda assim, as informações vindo à tona, mesmo que nada tenham a ver com Machado, também em nada ajudam para que ele venha a retomar o posto na empresa.

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