CONSTRUÇÃO DE AMBIENTE FAVORÁVEL À INDÚSTRIA NACIONAL DE FORNECEDORES É DESAFIO PARA O BRASIL EM 2017

Por Daniel Fraiha (daniel@petronoticias.com.br) – 

eduardo-eugenio-firjanA indústria de óleo e gás passou por muitas mudanças em 2016 e deve passar por mais algumas no próximo ano, mas uma questão continua pairando sobre todo o País. Como criar um ambiente favorável para os negócios no setor, atendendo tanto a operadores quanto à cadeia de bens e serviços? A resposta que a maior parte do mercado tenta dar é que o conteúdo local precisa ser mantido, mesmo que passando por algum aperfeiçoamento. O presidente da Firjan, Eduardo Eugenio Gouvêa Vieira, destaca este ponto e ressalta que é fundamental garantir a participação sustentável da indústria de transformação e das empresas prestadoras de serviços nos negócios atuais e futuros.

Muitas empresas investiram em qualificação e tecnologia à espera do aumento de encomendas e agora se assustam com a possibilidade de não verem o horizonte melhorar. O presidente da IMC Saste, Sérgio Salomão, reconhece que foi um ano difícil, como todos os empresários, mas ressalta que entrará em 2017 levando novas lições.

Os dois executivos foram ouvidos pelo Petronotícias para mais uma edição da série Perspectivas 2017. Veja seguir as opiniões deles.

Eduardo Eugenio Gouvêa Vieira, presidente do Sistema FIRJAN

1- Como analisa os acontecimentos de 2016 em seu setor?

Em todos os sentidos, 2016 foi um ano de superação de desafios em um ambiente externo muito severo, o que também se refletiu no mercado de petróleo e gás. Não podemos deixar de registrar algumas conquistas importantes, como a flexibilização da participação obrigatória da Petrobrás em todas as áreas do pré-sal, o anúncio de próximos leilões em 2017 – o que traz previsibilidade e escala para nossa indústria –, além do cenário mundial com leve sinalização de retomada dos preços do barril a partir da decisão de cortes na produção de petróleo pela OPEP e outros países. Estas foram medidas fundamentais para trazer alento para o mercado. No entanto, ainda há muito a ser feito. Não podemos deixar de trabalhar a bandeira do conteúdo local, de forma a garantir a participação sustentável da indústria de transformação e das empresas prestadoras de serviços, instaladas aqui no Brasil, evitando, assim, desinvestimento e recrudescimento dos níveis de desemprego no país.

2- Quais seriam as soluções para os problemas que o país atravessa?

Não existe receita pronta, mas o governo tem que estar disposto a ouvir todos os agentes do mercado. Os mais interessados na recuperação da economia somos nós, os brasileiros. A partir das contribuições e de decisões acertadas, poderemos trabalhar na retomada da atividade da indústria e do país. No mercado de petróleo e gás, precisamos favorecer o estímulo ao investimento privado, garantindo o melhor equilíbrio entre o investidor e o consumidor, sem esquecer da indústria nacional aqui já instalada. Temos que estabelecer uma verdadeira política industrial para este mercado, contemplando todos os elos da cadeia produtiva. A construção de um novo ambiente para nossa indústria local deve ser capaz de viabilizar o potencial da indústria nacional e, assim, transformar a riqueza do petróleo em oportunidades no Brasil.

3- Quais as perspectivas para 2017? Pessimistas ou otimistas?

As perspectivas são de um ano de muito trabalho. Precisamos acertar questões estruturais do país. Temos que estar preparados para retomar a produção nacional, seja ela de petróleo ou de bens e serviços. O mercado de petróleo e gás é, e continuará sendo, um alavancador da economia. São três leilões de petróleo já anunciados para 2017. As empresas produtoras de petróleo e gás necessitam adquirir novas áreas exploratórias para manter o seu estoque de reservas e, para atrair estas empresas, necessitamos de um ambiente competitivo. E só teremos esse ambiente ao fortalecer todos os elos da cadeia produtiva de petróleo e gás.

Sergio Salomao-IMC-SasteSérgio Salomão, presidente da IMC Saste

1- Como analisa os acontecimentos neste ano em seu setor?

Atuamos no segmento de óleo e gás e a maior empresa do País, que é PetrobrÁs, é quem dita os rumos de nossos negócios. Realmente, 2016 foi, e está sendo, um ano bastante difícil para todos e não poderia ser diferente conosco. Dificuldades aparecem e devem ser superadas – e é isso estamos fazendo, embora com esforço bastante intenso. Nosso faturamento diminuirá ao final do exercício, nossa força de trabalho também, porém entraremos em 2017 mais unidos e mais fortalecidos, levando lições importantes para os próximos anos.

2- Quais seriam as soluções para os problemas que o País atravessa?

Soluções para os problemas podem ser diversas em todos os campos: social, econômico e político. Creio que cada indivíduo terá a sua visão particular sobre as soluções para nosso Brasil sobre a ótica do seu campo de atuação, necessidades e expectativas. Eu, particularmente, penso que uma solução macro e comum à sociedade da nossa nação é Educação. Uma base adequada educacional forma pessoas, profissionais e políticos com as competências necessárias para uma atuação ética e de resultados para todos.

3- Quais as perspectivas para 2017? Pessimistas ou otimistas?

Acredito que as perspectivas para o próximo ano serão um pouco mais otimistas em relação a 2016. Claro que exigindo esforço, mudanças e flexibilidade para novos tempos e novas ações. É preciso estar sempre atento às tendências, bem como fazer uso das experiências adquiridas no decorrer do tempo. O objetivo é sempre evoluir, atendendo as demandas com transparência e eficácia.

 

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