COSTA DIZ QUE MÁ GESTÃO GEROU PREJUÍZO 10 VEZES MAIOR DO QUE CORRUPÇÃO NA PETROBRÁS

Paulo Roberto CostaO ex-diretor de Abastecimento da Petrobrás Paulo Roberto Costa, que há pouco tempo teve confirmada a pena de dois anos de prisão domiciliar, exatamente como previsto no acordo de delação premiada, voltou ao Congresso para depor na CPI, nesta terça-feira (5), e trouxe um novo discurso, partindo para o ataque. Desta vez, além de reiterar todas as acusações que já tinha feito, criticou o Governo e disse que o maior rombo na Petrobrás não foi causado pela corrupção, mas pela má gestão. Nas contas dele, o principal causador de prejuízo para a companhia foi a política de preços de derivados, que teria gerado perdas de R$ 60 bilhões a R$ 80 bilhões.

“Nos últimos anos, a Petrobrás se tornou a empresa mais devedora do mundo, com uma dívida gigante. E por quê? Porque para fazer esses grandes investimentos que a Petrobrás tenta fazer é preciso gerar caixa ou buscar nos bancos. Mas nos últimos anos ela não gerou caixa”, afirmou.

Costa disse que a falta de caixa se deveu principalmente ao controle de preços de combustíveis, que ficaram longos períodos sem reajuste, apesar dos preços altos no mercado internacional e do volume de derivados importado pela estatal.

“A Lava jato é um grande problema, com certeza, muita coisa estava errada, eu estava errado, assim como muita gente, mas o maior problema foi a defasagem do preço dos combustíveis, que o governo segurou. Isso possivelmente gerou um rombo de R$ 60 bilhões a R$ 80 bilhões na Petrobrás. Se for R$ 60 bilhões, a perda com corrupção, segundo o balanço que saiu agora, é apenas 10% disso. Então o maior problema da Petrobrás é a gestão política dela. E vossas excelências têm um poder em cima disso, de modificar isso”, disse, dirigindo-se aos parlamentares.

O ex-diretor afirmou que levou propostas ao Conselho diversas vezes, nos anos de 2010, 2011 e 2012, para que os preços dos combustíveis fossem reajustados, ressaltando que em alguns momentos a defasagem chegou a 20% em relação ao mercado internacional. Costa citou diretamente o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega, então presidente do Conselho, como responsável por negar os pedidos de aumento. No entanto, o ex-diretor defendeu o ex-presidente José Sergio Gabrielli, dizendo que ele sempre o apoiou nestes pedidos.

O tema da compra da refinaria de Pasadena também voltou ao foco dos questionamentos, com perguntas sobre a participação da presidente Dilma Rousseff, que presidia o Conselho na data da aquisição. Costa evitou falar diretamente sobre Dilma, mas disse que a responsabilidade pela compra era exclusivamente do conselho: “dele todo”.

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