DÍVIDA BILIONÁRIA DA PETROBRÁS FAZ ALUMINI PEDIR RECUPERAÇÃO JUDICIAL

AluminiO caos está se instalando entre as grandes empresas de engenharia do país. Depois da TOMÉ, tradicional  companhia ligada ao setor de óleo&gás, decidir fechar as portas, agora é a Alumini, antiga Alusa, que entrou com o pedido de recuperação judicial. Fala-se no mercado que a OAS e a UTC entrarão com os mesmos pedidos já na próxima semana, mas a UTC nega que fará o pedido. Tudo tem uma causa: os não pagamentos da Petrobrás por obras contratadas. É uma espécie de calote-branco que a Petrobrás vem fazendo desde que a presidente Graça Foster assumiu a direção da empresa. A gestão mais correta que encontrou para administrar foi o represamento dos pagamentos dos aditivos e dos claims. A estatal diz que não deve simplesmente porque eles não foram “aprovados” pela diretoria de engenharia, que engaveta os processos. Se não estão aprovados, não há dívida.

Este sofisma é responsável pela quebra de dezenas de empresas – entre grandes, médias e pequenas – e o desemprego de milhares de trabalhadores, como o Petronotícias abordou na quinta (15) numa reportagem detalhada sobre o problema. Mas esta situação está longe de terminar. Há inúmeras empresas prestadoras de serviço na RNEST em vias de greve e outras empresas a ponto de ampliar as demissões. Na manhã de quinta, a Andrade Gutierrez, que assumiu o contrato de construção da Tubovia do Comperj, demitiu 600 trabalhadores e, ao que parece, vai entregar o contrato de volta para a Petrobrás. A situação no Comperj tem levado a paralisações sucessivas e nesta sexta (16) uma nova manifestação foi realizada por funcionários e ex-funcionários da Alumini que estão sem receber salários e direitos trabalhistas. No sul, a Ecovix ampliou o número de demissões em seu estaleiro.

Enquanto isso, a direção da Petrobrás prefere transferir para o exterior a construção de 24 módulos para os navios plataformas. Uma “sensibilidade à flor da pele”. Com milhares de demissões no Brasil, a Petrobrás cria milhares de empregos na China ou em Cingapura. Há quatro empresas favoritas para construir os módulos: a Exterran, de Cingapura – que só foi convidada porque a Dynamac, do mesmo país, recusou o convite em função de já estar cheia de obras –, a Cosco Dalian, a Cosco Quidong e a Wuchuan, as três da China, onde o diretor de engenharia José Figueiredo fez uma visita de cortesia no ano passado para conhecer a eficiência de empresas daquele país.

Este deve ser um legado e tanto para a atual diretoria da Petrobrás, que, desde quando assumiu, há quase três anos, só fez a empresa despencar em seu valor e produzir desemprego no segmento. Na semana passada, a estatal ligou uma espécie de “máquina de boas notícias” para distribuir diariamente para mídia, mas internamente seus funcionários vivem um “barata voa” dentro da companhia. Muitos se sentem desrespeitados em seus direitos e outros acuados pelo clima de investigação que envolve tudo e todos. Alguns chegam a procurar a mídia para fazer denúncias em off, muitas delas difíceis de confirmar e trazer à tona.

O pedido de recuperação judicial da Alumini foi feito na 2 ª Vara de Falências em São Paulo, no bairro da Vila Olímpia, e a empresa explicou mais uma vez que a situação é um resultado das discussões com a Petrobrás, de quem ela cobra R$ 1,2 bilhão em aditivos. Veja o comunicado oficial da Alumini:

“Em razão de, até o momento, não terem sido liberados pela Petrobras os créditos em favor da Alumini Engenharia, que somam mais de R$ 1,2 bilhão, conforme amplamente noticiado, e diante das acusações infundadas e notícias inverídicas que vêm afetando seu crédito, não restou à empresa outra alternativa a não ser pedir recuperação judicial para assegurar os empregos de seus mais de 6 mil funcionários (sendo cerca de três mil apenas no Comperj) e a manutenção de suas atividades. O pedido foi protocolado nesta quinta-feira (15/1).

A decisão foi tomada após várias tentativas infrutíferas da empresa de receber seus créditos referentes a serviços prestados à Petrobras.

Tão logo o pedido seja deferido pela Justiça, a Alumini Engenharia iniciará a elaboração de seu plano de recuperação, que será apresentado aos credores para aprovação.

A Alumini Engenharia, que atua no mercado há 55 anos e sempre foi reconhecida por sua competência e eficiência, reafirma seu compromisso de continuar desenvolvendo um trabalho extremamente profissional e de qualidade.

Todas as atividades da Alumini Engenharia serão mantidas nos setores de Óleo e Gás, Energia Elétrica e Construção Civil”.

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arnold
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arnold

Já estava demorando muito, estes fatos já estava pronto para acontecer, a empresa esta desmontando aos poucos com a gestão atual da sra Graça foster.
estamos dando passo para traz a forma de conduzir as obras vira uma canteiro de Falcatruas, e desvios, aditivos, projetos mau feitos e cheios de vícios, que são continuados dentro do SISTEMA.
TERCEIRIZAÇÃO DE 220.000 EMPREGADOS COMO MAO DE OBRA INDIRETA FISCALIZANDO NADA.
É MOMENTO DE REVER TUDO E RECOMEÇAR DO ZERO.

HELIUM PEREIRA
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HELIUM PEREIRA

Muita cautela e precaução. Hora de manter as equipes e sobreviver.

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Petroleiro
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Petroleiro

tem q quebrar tudo essas gatas safadas…

OJJ Sincera
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OJJ Sincera

A Petrobras, desde os tempos da assunção da Presidência pela Graça Foster tem adotado posturas inadequadas no que concerne ao pagamento, negociação de aditivos/TEJs. As justificativas “corporativas” para não-aceitação das reivindicações são genéricos, sem fundamento fático-jurídico adequado e prestam-se a negar genericamente os pedidos formulados por seus fornecedores. A grande variação de quantitativos nos projetos, os atrasos na liberação de áreas, dificuldade logística e elevada improdutividade conduz a Petrobras a ter posicionamentos descabidos perante seus fornecedores. A justificativa, sempre a mesa: “Se o TCU questionar, eu me ferro”. Esconndem-se atrás do TCU assim como uma criança justifica seu medo do… Read more »

Alberto
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Alberto

A primeira medida seria prender o chefe da quadrilha pois foi quem deu o pontapé inicial em 2003, não esquecendo de confiscar todos seus bens adquiridos durante seus mandatos, para depois arrumar a casa.

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