EBSE SERÁ PRIMEIRA EMPRESA BRASILEIRA A FORNECER SEPARADOR PARA MODEC

Por Daniel Fraiha / Petronotícias

As negociações passaram por Houston e pelo Brasil, mas só chegaram ao fechamento em Cingapura, quando o gerente-geral do topside da plataforma Cidade de Mangaratiba deu o sinal positivo. Era a assinatura do primeiro contrato da japonesa Modec com uma empresa brasileira para a fabricação de um separador, que será instalado no FPSO antes do afretamento à Petrobrás. Do outro lado da mesa de negociação, quem pôde comemorar o feito inédito foi a Ebse, que está formando uma joint-venture com a holandesa Frames e pretende entregar o equipamento até fevereiro de 2013.

O gerente de projetos da Ebse, Felipe Santiago (foto), contou que a empresa já atua em projetos conjuntos com a Frames há seis anos, tendo fornecido equipamentos para uma série de plataformas utilizadas pela Petrobrás, como P-55, P-57, P-58, P-62 e P-63. Mas, mesmo com a experiência prévia de produção de separadores, ele explicou que esse contrato também é inédito para a Ebse.

“Além de ser o primeiro contrato da Modec com uma empresa brasileira para esse tipo de equipamento, é a primeira vez que a Ebse faz o trem completo de separação. Já havíamos feito muitos fornecimentos de separadores trifásicos e bifásicos, mas ainda não tínhamos feito os tratadores eletrostáticos – que completam a composição do trem de separação”, disse.

A montagem de cinco dos seis equipamentos envolvidos no trem de separação será feita nas próprias instalações da Ebse, em Santíssimo (RJ), mas um deles será montado diretamente na Nuclep, em Itaguaí, devido ao seu porte. Como o módulo em que o separador será instalado está sendo feito lá, pela Ebe, a localização foi uma escolha natural, contou Santiago.

O FPSO está sendo montado pela Modec no estaleiro Brasfels, em Angra dos Reis (RJ), e será utilizado pela Petrobrás para a produção de petróleo e gás no pré-sal da Bacia de Santos, em lâmina d’água de 2.300 metros. De acordo com Felipe Santiago, em função das condições mais complexas do pré-sal, será necessária a utilização de materiais cladiados (com aço carbono e aço inox), mais resistentes à corrosão, para a fabricação dos equipamentos do separador.

“Antes era utilizado aço carbono, mas com o pré-sal há uma necessidade maior de resistência à corrosão. Para a P-55 também fizemos os equipamentos com material cladiado”, afirmou Felipe.

O início da operação do FPSO Cidade de Mangaratiba está previsto apenas para o terceiro trimestre de 2014, e a entrega do separador à Modec deve ocorrer em tempo menor do que a média do mercado. Além disso, o contrato prevê um alto índice de conteúdo local, de aproximadamente 60%.

“Geralmente o tempo de fabricação desse equipamento gira em torno de oito a dez meses, mas a gente deve fazer em sete ou oito meses”, contou Santiago.

Felipe informou que o processo de negociação foi longo, com uma forte investida da Ebse, mas o resultado é uma vitória da brasileira que deve repercutir em projetos futuros da empresa japonesa, já que ela mantém uma lista de fornecedores com certa constância.

“A negociação foi muito difícil, porque a Modec tem uma lista fechada de fornecedores e nem a Ebse, nem a Frames, haviam vendido para ela antes. Mas nós batemos na porta da frente, de trás, da esquerda e da direita para entrar. No final, conseguimos a aprovação lá em Cingapura. Agora estamos na lista de fornecedores deles, então isso abre portas para os projetos futuros”, afirmou.

O executivo contou ainda que o contrato movimenta um grande número de trabalhadores, sendo cerca de 15 nas áreas gerencial e de engenharia e outros 100 na fábrica, mas a mão de obra envolvida deve aumentar ainda mais.

“Estamos contratando mais gente para incrementar o turno noturno, para a fabricação andar mais rápido”, explicou.

Santiago demonstrou estar animado com o mercado promissor que está formado e deve se expandir nos próximos anos para os fornecedores de equipamentos do setor de óleo e gás, já que a Petrobrás está cada vez reforçando mais sua estratégia para a exploração do pré-sal.

“A Ebse vai ficar muito forte com a parceria com a Frames para os equipamentos offshore, bem em linha com os investimentos da Petrobrás que estão voltados para Exploração e Produção. Estamos focando em equipamentos com tecnologias justamente porque essa vai ser a maior demanda nos próximos anos”, completou.

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jose moreira de carvalho Recent comment authors
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jose moreira de carvalho
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eu ja trabalhei na empresa ebe mais ja estava no final do contrato cheguei a concluir os 6 ultimos modulos. espero que vcs me dê uma oportunidade de trabalhar com vcs serei muito grato se vcs contratarem.

jose moreira de carvalho
Visitante

este e o meu telefone 022-99004548 ou 022-98799016