ELETROBRÁS É ALVO DE AÇÃO COLETIVA NOS ESTADOS UNIDOS

Dalton AvanciniA história se repete, com novos personagens. A Eletrobrás é mais uma estatal brasileira a ser alvo de uma ação coletiva nos Estados Unidos. Assim como com a Petrobrás, investidores afirmar ter tido perdas devido às suspeitas de corrupção dentro da companhia.

Representando os investidores está o escritório de advocacia Rosen Law, que vem convocando todos os que compraram papéis emitidos pela Eletrobrás entre 10 de fevereiro e 29 de abril e se sentiram lesados. A ação foi impetrada, em Nova York, na última quarta-feira (22).

No documento entregue à Justiça, o escritório afirma que a companhia deu declarações falsas aos seus investidores e os enganou. Ainda declararam que executivos sênior da estatal estavam em “não conformidade com as diretrizes de governança corporativa da companhia” e, por isso, a Eletrobrás acabou sendo alvo de investigação.

O roteiro é o mesmo seguido no ano passado pelo escritório de advocacia. O Rosen Law representou investidores da Petrobrás em uma ação coletiva que alegava os mesmo pontos. O processo, no entanto, acabou ficando a cargo do Pomerantz, outro grande escritório de advocacia nova-iorquino.

A delação premiada do ex-presidente da Camargo Corrêa, Dalton Avancini (foto), é apresentada na ação contra a Eletrobrás. O executivo afirmou que foram feitos pagamentos ao presidente da Eletronuclear, o almirante Othon Luiz Pereira da Silva, por parte do consórcio contratado para construir a usina Angra 3. O almirante nega as acusações, mas se afastou do cargo e pediu licença “para que os fatos que estão sendo citados nas delações sejam apurados com bastante transparência, sem a sua presença na presidência da empresa.”

No último dia 30 de abril, a Eletrobrás disse aos investidores que, devido às notícias envolvendo pagamento de propina à Eletronuclear, Formulário 20 F não seria enviado a tempo e que precisaria de um tempo adicional para as investigações. “Com essa notícia, a ADs caíram 8% , fechando a US$ 2,45 no dia 30 de abril de 2015,” cita a ação.

O formulário 20-F não foi arquivado no prazo previsto por saber que a Securities and Exchange Commission (SEC) não o aprovaria por conta das denúncias envolvendo caso de corrupção nas obras da usina de Angra 3 em na Eletronuclear. A companhia decidiu então avaliar eventuais irregularidades na subsidiária e, para isso, contratou o escritório de advocacia internacional Hogan Lovells, especializado em investigação corporativa. O nome foi sugerido pela própria SEC.

A entrega dos documentos foi postergado para maio, e, na sequência, a companhia solicitou nova prorrogação, dessa vez para outubro deste ano. Segundo a Eletrobrás, a prorrogação é necessária para que a companhia possa “adotar providências adicionais para atendimento das normas de auditoria aplicáveis em relação à jurisdição norte-americana.”

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