EMPRESAS PETROLÍFERAS ESTATAIS DA AMÉRICA DO SUL SE REÚNEM EM CARTAGENA PARA FALAR SOBRE OPORTUNIDADES

arpel“A estratégia da Ecopetrol é de diversificação, não de substituição de hidrocarbonetos”. A frase resume os sentimentos das empresas petrolíferas estatais da América do Sul, que estão  reunidas  na  Arpel-Naturgas Week 2024,  que acontece em Cartagena, na Colômbia, com a participação da Petrobrás, YPF, Ecopetrol e CAF, além da ANP. Os participantes refletiram que a indústria na América Latina enfrenta desafios adicionais aos apresentados no resto do mundo: como acelerar os investimentos em novas energias de baixo carbono sem negligenciar os grandes geradores de recursos, como o petróleo e o gás. Neste sentido, o desafio é decidir a correta alocação de capital para ambos os fins no quadro de um processo de transição energética. “A Petrobrás é uma petrolífera especializada no mar”, afirmou Carlos Rechelo, Gerente Executivo Financeiro da Petrobrás, ao destacar que o Brasil é líder em biocombustíveis e onde 90% de sua eletricidade é gerada com energias renováveis, segundo afirmou. Ele assegurou que a empresa vai investir 102 bilhões de dólares na área petrolífera nos próximos 5 anos, sendo 75% dedicados à exploração. No entanto, a empresa dará ênfase ao “investimento na extração responsável e de baixo carbono de petróleo e gás”.

Federico Barroetaveña, CFO da YPF, afirmou que o grande desafio das petrolíferas “é reinventar-se. Estamos concentrando os investimentos na partearp pess mais importante da YPF, que é Vaca Muerta e, nesse sentido, temos a maior eficiência produtiva e os melhores retornos”, afirmou. O plano consiste em aumentar a produção de óleo de xisto em 65%, num ativo que representa a segunda maior reserva de gás de xisto do mundo e a quarta maior reserva de óleo de xisto. “A magnitude e a eficiência de Vaca Muerta oferecem uma oportunidade única para a Argentina se posicionar como um grande exportador de gás e petróleo”, disse.

Ana Milena López Rocha, diretor financeiro da Ecopetrol, expressou que a empresa tem a visão estratégica de manter o negócio de hidrocarbonetos e, ao mesmo tempo, diversificar a empresa. “Isto implica que a empresa dedique 75% dos seus investimentos à área de hidrocarbonetos para manter a dimensão do negócio, que por sua vez financia um processo de transição energética na Colômbia. “No futuro, veremos investimentos em hidrogénio, captura de carbono e um aumento ainda maior nas energias renováveis. Ao percorrermos esse caminho, vemos que esses negócios representarão 20% do Capex do Grupo Ecopetrol”, afirmou.

As empresas manifestaram o seu compromisso em avançar no caminho de uma transição energética, mas consideram que esta deve caminhar de mãos dadas com a realidade, de forma responsável e passo a passo. “É importante separar as aspirações das realidades”, afirmou a executiva da Ecopetrol, ao mesmo tempo que SAN_imagen comunicado de prensaenfatizou a capacidade técnica e financeira do sector petrolífero para gerar inovações. “Devemos gerar capital em grande escala, realizar projetos, finalizá-los e obter retorno”, Por sua vez, o executivo da YPF garantiu que a empresa fundou a YPF Luz, dedicada à criação de projetos de energia eólica e solar, que já produz 10% da eletricidade da Argentina. “Lá temos muitas oportunidades de crescimento”, disse Barroetaveña. A Petrobrás afirmou que a transição energética “deve respeitar as peculiaridades de cada país” e que a empresa propôs investir “11 bilhões de dólares” em cinco anos para o desenvolvimento de energias renováveis.

Para serem realizados, os projetos energéticos necessitam de mecanismos de financiamento. A transição passa por um teste decisivo no que diz respeito à rentabilidade, que é vista pelos bancos ao apoiarem este processo. Neste contexto, Sandra Srulevich, Diretora Executiva de Projetos e Infraestrutura da CAF, afirmou que “entendemos que o gás é um combustível da transição. Na CAF temos a obrigação de ajudar nossos países a obter este financiamento”, afirmou. “Apoiamos as energias renováveis, países que têm muitas possibilidades de crescer em termos de hidrogénio verde, como o Chile e o Uruguai, o que lhes permite crescer e gerar empregos de qualidade”, acrescentou.

Num outro painel referente à competitividade dos recursos de hidrocarbonetos da região, os reguladores estatais da Colômbia, Brasil, Peru e Suriname delinearam asecop oportunidades para os seus países em termos de oportunidades e das tarefas que têm desempenhado. Orlando Velandia, presidente da ANH, disse que a Colômbia está focada na otimização dos campos que possuem contratos, ao mesmo tempo em que promove o desenvolvimento de gás natural em campos offshore. Por sua vez, Rodolfo Henrique de Saboia, Diretor Geral da ANP, declarou que o Brasil mudou sua política energética, tornando-a mais competitiva em um ambiente estável, previsível e com grande quantidade de recursos. “No Brasil, os investidores estão em busca de oportunidades”, disse ele.

No caso do Peru, Asaid Bandach Gallegos, Gerente Técnico de Recursos de Informação da PERUPETRO, disse que o país possui 12 trilhões de pés cúbicos com grande potencial para novas descobertas, para as quais estão sendo realizadas tarefas de incentivo aos investimentos, oferecendo informações transparentes, estabilidade fiscal e contratual. Vandana Gangaram, Diretora do Instituto Staatsolie de Hidrocarbonetos do Suriname, garantiu que seu país oferece um ambiente aberto e colaborativo para investimentos petrolíferos focados em offshore, com contratos estáveis e aspectos fiscais. “Há muito potencial de exploração e a política de portas abertas vai continuar”, assegurou.

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