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EPE VÊ AMAZONAS COM POTENCIAL PARA AMPLIAR PRODUÇÃO DE GÁS EM 34%, CHEGANDO A 12 MILHÕES DE M³ POR DIA

Por Davi de Souza (davi@petronoticias.com.br) –

Heloísa-Borges-1200x675O Amazonas é um dos grandes protagonistas do noticiário da semana no setor de óleo e gás. Depois da tão aguardada inauguração da unidade de tratamento de gás do campo de Azulão, o estado recebeu uma rodada do Programa Mesa Reate. O evento discutiu os principais desafios para aproveitamento de hidrocarbonetos no estado. A diretora de petróleo e gás da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Heloísa Borges, destacou durante o encontro o potencial amazonense na produção de gás. Segundo ela, a produção líquida do energético no estado hoje está em torno de 8 milhões de metros cúbicos por dia, mas esse volume pode chegar a 12 milhões de metros cúbicos por dia até 2030 – um crescimento de cerca de 34%.

Temos um potencial que poderia ser aproveitado com a entrada de novas jazidas que já conhecemos, de blocos que foram recentemente devolvidos. O desenvolvimento desses recursos já descobertos, comprovados e ainda não desenvolvidos, sobretudo os blocos SOL-168 e SOL-191, na Bacia de Solimões, poderiam elevar bastante a expectativa de produção até o final de 2030”, destacou Heloísa.

Atualmente, o estado do Amazonas corresponde a 13% das reservas provadas de gás natural do Brasil. Lá também estão 56% das reservas provadas de gás terrestre do país. O volume de recursos potenciais de gás natural no Amazonas é bastante significativo, estimado em 106 bilhões m³ pela EPE. Até agora, o estado já teve cerca de 540 poços perfurados. Neste momento, existem oito campos em produção, três blocos em exploração e cinco áreas em avaliação. “Temos um potencial ainda possível de ser explorado [no estado]. Por isso, achamos que a importância petrolífera da área é grande. O Amazonas tem muito mais [recursos] do que conseguimos ver ou estimar com base nas informações atuais. Por isso que estamos aqui hoje [na mesa Reate]”, acrescentou a diretora da EPE.

gasApesar dos números animadores, Heloísa destacou também que existem grandes desafios para viabilizar a produção e monetização desses volumes adicionais de gás natural. Uma das barreiras a ser vencida, por exemplo, é o limite atual da capacidade do gasoduto Coari-Manaus, de 10 milhões de m³ por dia. “É claro que existem alternativas técnicas, mas precisamos viabilizá-las de forma econômica e encontrar uma forma de fazer esses modelos de negócios pararem de pé”, acrescentou. Além disso, a diretora da EPE lembrou que é preciso encontrar uma demanda firme para todo esse gás, que poderia ser uma alternativa para térmicas ou uma solução para a descarbonização da indústria da região.

Heloísa afirmou também a monetização do potencial de gás exige atenção em toda a sua cadeia de valor. A parcela correspondente à soma do transporte e distribuição é mais representativa no preço final do gás amazonense (58%) do que a média do Brasil (24%). No caso da Bacia de Solimões, temos 30% do preço final da tarifa de transporte e 28% da distribuição.

Por fim, a diretora da EPE citou algumas alternativas para a monetização do potencial de gás na Bacia de Solimões, como a criação de infraestrutura para escoar gás até o gasoduto Coari-Manaus; termelétricas a gás na boca do poço, com soluções de infraestrutura para fazer a transmissão de energia; e terminais de liquefação e distribuição em pequena escala de GNL pelos meios hidroviário e rodoviário.

jose-mauroO Reate objetiva implementar uma política de fortalecimento da atividade de exploração e produção de petróleo e gás natural em áreas terrestres. O programa busca estimular o desenvolvimento de uma indústria forte e competitiva, com produção crescente e pluralidade de operadores e fornecedores de bens e serviços.

O Reate é um dos programas estruturantes do Governo Federal. Queremos construir no Brasil uma indústria onshore cada vez mais forte, com produção robusta e que certamente levará a uma maior arrecadação para os governos federal, estaduais e municipais, e, principalmente, irá gerar emprego, renda e desenvolvimento local”, destacou o secretário de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis do MME, José Mauro Coelho, que presidiu essa rodada da Mesa Reate.

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