ESTUDO PREVÊ QUE PARTE DAS RESERVAS DO PRÉ-SAL SERÃO DEIXADAS PARA TRÁS DIANTE DO CENÁRIO GLOBAL ATUAL

Per-Magnus-NysveenO Brasil deixará enterrada uma parte dos recursos no pré-sal por conta dos impactos da pandemia do coronavírus. A conclusão é de um novo estudo elaborado pela empresa de pesquisa energética Rystad Energy. O relatório indica ainda que a desaceleração provocada pela Covid-19 vai antecipar o pico na demanda por óleo, o que deve limitar os esforços de exploração em áreas remotas offshore. Com isso, o Brasil pode perder até 15 bilhões de barris em reservas.

Para a Rystad, o petróleo recuperável em todo mundo vai ser reduzido em cerca de 282 bilhões de barris, totalizando 1.903 trilhões de barris. “Os países não membros da OPEP representam a maior parte dos recursos recuperáveis ‘perdidos’, com mais de 260 bilhões de barris de petróleo não descobertos, agora com maior probabilidade de serem deixados intocados, especialmente em áreas exploratórias remotas”, previu o chefe de análise da Rystad Energy, Per Magnus Nysveen.

A empresa de pesquisa energética também afirma que países da OPEP serão muito mais resilientes na crise atual, perdendo menos recursos recuperáveis do que outros grandes produtores, como os Estados Unidos (-49 bilhões de barris) e a Rússia (-31 bilhões de barris). Veja abaixo as previsões da Rystad para cada um dos continentes:

AMÉRICAS

Tabela mostra possíveis perdas de reservas em diferentes países. Clique para ampliar

Tabela mostra possíveis perdas de reservas em diferentes países. Clique para ampliar

Nos EUA, esperamos menor atividade upstrem na área de xisto, menos exploração no Golfo do México e um número reduzido de rodadas de licenciamento na costa oeste do Atlântico. No total, isso reduz os recursos recuperáveis em 49 bilhões de barris.
O Canadá provavelmente verá mais reservas de areias petrolíferas de alto custo deixadas no solo (14 bilhões de barris) devido a maiores preocupações ambientais, sociais e de governança.
O México provavelmente verá uma exploração reduzida para reservas de águas profundas e óleo de xisto.
No Brasil, mais reservas do pré-sal provavelmente serão deixadas no solo.
Sem normalização à vista, o potencial de reservas reais da Venezuela cai ainda mais em 21 bilhões de barris.

EUROPA:

A Rússia verá mais reservas de petróleo offshore no Ártico deixadas, devido ao pico de demanda de petróleo em breve, reduzindo as reservas de petróleo em 31 bilhões de barris.
Da mesma forma, a Noruega também terá que deixar mais reservas no mar de Barents, devido ao pouco sucesso exploratório e à suposição de que o Covid-19 trará o pico da demanda de petróleo mais cedo.

ÁFRICA:

Na Nigéria, após um debate de uma década sobre reformas da política de petróleo, espera-se que as reservas potenciais caiam mais 6 bilhões de barris.
Sem paz iminente à vista na Líbia, o potencial futuro de produção cai ainda mais em 4 bilhões de barris.
Apesar das notícias positivas sobre as reformas da política de petróleo na Argélia, o potencial de exploração de xisto deve cair 7 bilhões de barris de petróleo.
Em Angola, projetamos menos exploração em águas profundas, já que o pico da demanda por petróleo ocorre mais cedo devido ao Covid-19.

ORIENTE MÉDIO:

Como clara vencedora do acordo da OPEP +, a Arábia Saudita deverá adicionar 25 bilhões de barris ao potencial de produção futuro, apesar do pico do petróleo chegando mais cedo.

OCEANIA E ÁSIA:

As reservas comprovadas da China estão realmente em alta, mas os recursos prospectivos futuros são sobrecarregados para baixo pela exploração de xisto, portanto o resultado líquido é negativo.
No Irã, o risco de sanções prolongadas reduz o potencial de reservas recuperáveis em 18 bilhões de barris.
Para a Austrália, esperamos uma exploração reduzida em novas bacias.

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Luciano Seixas Chagas
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Qual a base das estimativas? Estranho!