EXECUTIVO DO ESTALEIRO EBR DEVE DEVOLVER R$ 10 MILHÕES POR PARTICIPAÇÃO EM ESQUEMA DA LAVA JATO

augusto-mO empresário Augusto Mendonça (foto), que assinou recentemente acordo de delação premiada com o Ministério Público Federal, deverá restituir os cofres públicos em R$ 10 milhões, após negociações com as autoridades. O valor faz parte das obrigações aceitas para que tenha redução de pena em relação à sua participação no esquema de corrupção em contratos da Petrobrás, investigado pela operação Lava Jato, da Polícia Federal.

Mendonça é membro do conselho de administração do Estaleiro EBR, dono da Setal Óleo e Gás – que se uniu à japonesa Toyo Engineering para a criação da Toyo-Setal e do EBR –, presidente da Abenav e vice-presidente do Sinaval.

Dentre as informações coletadas pela Polícia Federal, os investigadores constataram que a empresa Tipuana Participações, controlada por Mendonça, depositou R$ 7,3 milhões em contas de Alberto Youssef, mas, como as empresas do doleiro nunca tiveram atividade, os procuradores do Ministério Público dizem que as transferências eram repasse de propina, o que foi confirmado por Youssef em depoimentos.

Antes de Mendonça, outro executivo do grupo Toyo-Setal, Julio Camargo, já havia aceitado falar o que sabe sobre o esquema, além de se dispor a devolver R$ 40 milhões.

A Toyo-Setal e o EBR, que agora têm executivos dispostos a contar como eram feitos os pagamentos de propina, têm contratos avaliados em cerca de R$ 5 bilhões com a Petrobrás, incluindo a construção e a integração dos módulos para a plataforma P-74 (cerca de R$ 1,85 bilhão), que está sendo feita pelo Estaleiro EBR e será utilizada na Cessão Onerosa do pré-sal; a unidade de hidrogênio do Comperj (R$ 1,1 bilhão), sendo feita pela Toyo-Setal; e a unidade de amônia (R$ 2,09 bilhões) para a planta de fertilizantes da Petrobrás em Uberaba (MG), a UFN V, também pela Toyo-Setal.

Além disso, antes da formação da joint venture entre a Toyo e a Setal, em 2012, as duas empresas já haviam trabalhado em parceria em outros projetos para a Petrobrás, como na modernização da Refinaria Henrique Lage (REVAP) e na ampliação do Terminal de Cabiúnas (TECAB).

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