GE HITACHI APRESENTA REATORES NUCLEARES DE 3ª GERAÇÃO EM SEMINÁRIO NO BRASIL

A junção entre a gigante americana General Electric (GE) e a japonesa Hitachi, que formou a GE Hitachi (GEH), apresentou no Brasil a sua nova tecnologia para reatores nucleares BWR. A apresentação aconteceu durante o 3º Seminário Nacional de Energia Nuclear, no Rio de Janeiro. Os novos reatores, que possuem um padrão altíssimo de segurança, serão oferecidos para dar continuidade ao programa nuclear brasileiro após o fim dos contratos com a Siemens, que construiu os reatores de Angra 1 e 2, e Westinghouse, de Angra 3. Um dos representantes da GE Hitachi, o vice-presidente de vendas para as Américas da companhia, Isidro de la Fuente, conversou com o repórter André Dutra sobre os planos para o Brasil, as novas tecnologias dos reatores e sobre o acidente nuclear ocorrido em Fukushima.

Quais são os planos da GE Hitachi para o Brasil?

Nós queremos apresentar como opção às autoridades brasileiras a nossa linha de reatores de terceira geração, que podem melhorar bastante a segurança na usina nuclear. Os nossos reatores à base de água pura serão ofertados ao mercado brasileiro, e esperamos ter uma boa receptividade.

Quais são as principais vantagens dos reatores da GE Hitachi?

Ao contrário dos reatores de Angra, que são de água pressurizada (PWR), os nossos reatores de 3ª geração são de água fervente (BWR). A principal virtude dos nossos reatores é a simplicidade. Os nossos BWRs, que tem o modelo ABWR em operação desde 1996, possuem muito menos peças e apenas um recipiente, onde a maioria dos processos da geração de energia acontece. No mesmo recipiente temos a reação nuclear e a fervura da água, o que economiza em tubos e equipamentos. Outro fator é que os BWRs operam sob muito menos pressão e menor temperatura do que os PWRs, porém com virtualmente a mesma eficiência.

E no quesito segurança, quais as virtudes do ABWR?

Mais uma vez a simplicidade é que resolve os problemas. Os reatores ABWR, e futuramente os ESBWR, possuem diversos sistemas de segurança passivos, que não necessitam nem ação dos operadores da usina e em alguns casos nem energia elétrica. O sistema de redução de pressão em casos de acidente é automaticamente ativado caso a energia elétrica falhe, e se trata apenas de uma válvula que se abre e libera o vapor acumulado dentro do reator, sem contar que todo o processo de desligamento do reator é automatizado. Outro fator que conta para a durabilidade do reator é o uso de água pura, ao invés de água misturada com ácido bórico, utilizado em PWRs, que é muito mais corrosivo, e requer muito mais manutenção.

Qual a importância, em sua opinião, do 3º Seminário Nacional de Energia Nuclear?

É um evento importante, principalmente porque reúne a comunidade da energia nuclear, que é uma comunidade bastante pequena e restrita, para discutir assuntos muito importantes. Essa integração é vital para que aprendamos com os erros, como Fukushima, e também para nos mantermos atualizados, todos na mesma página. Também é uma oportunidade para que novas tecnologias, como os nossos reatores, sejam apresentadas à comunidade.

Sobre o acidente em Fukushima, qual foi o papel da GE no cenário pós-acidente?

Nós demos suporte técnico por telefone da nossa base nos Estados Unidos 24 horas por dia durante as primeiras duas semanas após o acidente. Reservamos uma sala somente dedicada ao suporte à Fukushima.

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