GEOPARK BUSCA NOVOS ATIVOS DE PRODUÇÃO NO BRASIL E ESTUDA INVESTIR EM BLOCOS ONSHORE NA 13ª RODADA

Por Luigi Mazza (luigi@petronoticias.com.br) – 

Dimas CoelhoO momento é de crise, mas o futuro aponta boas perspectivas para o segmento de petróleo no Brasil. Essa tem sido a visão da Geopark, que, apesar de estimar investimentos menores ao longo dos próximos anos, continua buscando novas oportunidades para exploração e produção de petróleo no país. Com o interesse em adquirir participação em novos blocos terrestres, a tendência é que a companhia aumente seus ativos com a realização da 13ª Rodada, afirma o diretor da Geopark no Brasil, Dimas Coelho. A empresa, que também atua em diversos países da América Latina, detém nove ativos exploratórios no Brasil e pretende ampliar sua gama de investimentos. Após um longo processo judicial, a Geopark conseguiu, nas últimas semanas, assinar o contrato para a concessão de um bloco na Bacia do Parnaíba, no Maranhão, onde deve iniciar suas operações em 2017. Além disso, a empresa vem investindo na produção de gás em Manati, aponta Coelho, em empreendimento que deve levar a uma produção diária de 6 milhões de m³. Mesmo com a atual recessão, a empresa direciona esforços e atenção ao mercado brasileiro. “Além dos blocos que estamos executando, continuamos buscando oportunidades de participação em ativos e na compra de empresas. Nós temos um amplo espectro de investimento no país”, explica o executivo.

Como a Geopark tem lidado com o cenário ruim do setor de petróleo?

Devido ao baixo preço do petróleo, a Geopark Brasil adotou medidas de proteção de seu caixa, por isso os investimentos hoje mostram um decréscimo. Neste ano, vamos investir de US$ 6 milhões a US$ 7 milhões em exploração e produção, e para 2016 estimamos um investimento de US$ 4 milhões a US$ 8 milhões. Em 2017, o valor deve ficar em torno de US$ 1,5 milhão para exploração. Mas isso é conjuntural. Em adição a esses valores, estamos buscando ativamente acesso a ativos de produção.

A empresa vai participar da 13ª Rodada?

Sim, nós pretendemos participar, mas ainda não existe uma decisão firme a respeito. O nosso trabalho no Brasil é fazer análises de mercado, oportunidades e discutir com o corporativo, que tomará a decisão. Nós pagamos a taxa de participação para bacias terrestres, tivemos acesso aos dados e estamos fazendo análises técnicas e econômicas. Esse estudo, que vamos apresentar ao corporativo como sugestão de investimento, vai determinar o nosso nível de investimento na rodada.

Qual é a atual tendência da Geopark?

É difícil prever, porque a empresa tem a função de comparar os projetos entre os países onde temos ativos. Como diretor no Brasil, estou otimista de que vamos conseguir autorização para poder participar da 13ª Rodada.

Há perspectiva de investimento no pré-sal?

A Geopark é uma empresa que, pelo seu porte, não teria condição de trabalhar em ativos do pré-sal. São ativos de grande investimento, tanto em desenvolvimento de produção quanto em exploração. Nós somos qualificados pela ANP como B, então temos nos dedicado mais a ativos de água rasa e onshore.

A Geopark pretende expandir seus investimentos no Maranhão?

A Bacia do Parnaíba é uma que nos gera grande interesse. É uma bacia de fronteira, e por isso com baixo investimento você pode ter um prêmio expressivo. Ao mesmo tempo, claro, existe um risco elevado. Temos feito estudos nessa área, e estamos analisando ela para a 13ª Rodada. Nós já trabalhamos nessa bacia nas duas últimas rodadas de licitação. Na 11ª, tínhamos proposto um investimento muito grande, mas acabamos perdendo o bloco e não realizando. Na 12ª, conseguimos pegar o bloco PNT-597, mas logo em seguida ele foi parte de uma ação judicial acerca de reservatórios não convencionais. Após quase um ano e meio de negociações com a ANP, conseguimos assinar há três semanas o contrato de concessão desse bloco.

Qual é a previsão de operação para o bloco?

Nós temos quatro anos para executar um programa de aquisição de dados sísmicos, e isso nos dá flexibilidade para o momento de investir. Como estamos em um momento de preservar caixa, creio que é mais provável fazermos esse investimento em 2017.

Qual a expectativa a respeito da bacia de Sergipe-Alagoas na 13ª Rodada?

Essa é uma bacia madura, onde existem muitos blocos que já foram de alguma maneira reciclados em diversas rodadas. Como os blocos já passaram por vários operadores e não houve grandes descobertas, a perspectiva é de que vai continuar sendo difícil ter volumes expressivos de petróleo. Apesar disso, a Geopark tem nessa área o bloco SEAL-T-268, para o qual devemos fazer investimentos em sísmica no final do ano que vem.

Há outros projetos sendo realizados no Brasil?

A Geopark no Brasil está bem estruturada para os nove ativos exploratórios que temos, além da nossa participação no campo de Manati, o maior campo de gás seco no país. Nesse momento, inclusive, estamos conectando uma planta de compressão à estrutura produtiva de Manati, para atender melhor nossos clientes na Bahia. Com essa mudança, nós teremos condições de produzir em torno de 6 milhões de m³ por dia, e poderemos recuperar também 8 bilhões de m³ adicionais até 2027.

Como a Geopark pretende crescer no país?

O grupo Geopark gosta de expandir seus investimentos na área de recuperação de campos marginais, colocando eles de volta em produção. A estratégia no Brasil é buscar ativos de produção e, com o fluxo de caixa, investir em ativos de exploração. E além dos blocos que estamos executando, continuamos buscando oportunidades de participação em ativos e na compra de empresas. Nós temos um amplo espectro de investimento no país.

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Prezados A humanidade habita no planeta Terra mas vive no mundo da Lua, pois nunca se viu ou ouviu alguém querer saber com funciona este planeta, ou seja, a história da Terra. O máximo que se ouve é a clássica pergunta: De onde viemos, o que fazemos aqui e para onde vamos? Eis a resposta. Viemos da atmosfera por meio da sedimentação do gás carbônico nela contido, colaboramos para amenizar o aquecimento global e vamos nos transformar em petróleo, mas será um petróleo inútil, pois como a vida vai acabar, não haverá consumidores para ele. Após esta provocante introdução, vamos… Read more »