GOVERNO DE MICHIGAN REALIZA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA CONSTRUIR OLEODUTO DA LINHA 5 COM A PRESENÇA DA EMPRESA BRASILEIRA LIDERROLL

paulo capaO governo de Michigan, nos Estados Unidos, ainda discute com a operadora canadense Enbridge o polêmico projeto do novo oleoduto da Linha 5, que atualmente ainda está submerso no leito do Lago de Michigan. Essa ainda é uma preocupação até que o projeto seja definido pela empresa canadense, dona da linha. Nesta semana, foi realizada uma nova rodada de debates envolvendo a comunidade local, o governo de Michigan e a companhia canadense dona do oleoduto. A grande surpresa do encontro foi a presença do presidente da brasileira Liderroll, Paulo Fernandes, que viajou até Michigan onde, além de participar da audiência pública, manteve reuniões e encontros estratégicos com o Gerente de Inovações do governo de Michigan, Ryan Mitchell, e ainda um representante da Enbridge, Peter Holran, responsável da empresa para relações com as autoridades do governo. Todos participaram da audiência pública.

Neste ponto o novo oleoduto que vira dentro do tunel ira sair do Lago

Neste ponto, o novo oleoduto que virá dentro do túnel irá sair do Lago

Para lembrar, há pouco mais de dois anos, a âncora de um navio bateu no oleoduto existente, construído há cerca de 70 anos, quase causando um desastre ambiental sem precedentes na região. A Enbridge decidiu construir um túnel sob o lago e lançar um novo oleoduto substituto, evitando que haja um acidente, mas ainda não definiu qual a empresa fará essa construção. O túnel terá quase sete quilômetros sob o lago e abrigará o novo oleoduto de 30 polegadas, que vai substituir a tubulação  atual. Há ainda o desejo de implantar outras duas linhas no mesmo túnel. Nos debates realizados durante as audiências públicas, a Enbridge apresentou a tecnologia brasileira da empresa Liderroll, já consagrada internacionalmente, como a melhor forma de lançar oleodutos e gasodutos em ambientes confinados, como túneis, o que foi aprovado pelo governo local e pela sociedade de Michigan durante as discussões.

maacA Liderroll, que tem uma grande experiência nesse tema, já projetou, fabricou, construiu e lançou quatro linhas diferentes em dois túneis no Brasil. Uma de 38 polegadas, no Túnel GASDUC III, no Rio de Janeiro, e três oleodutos de diferentes diâmetros dentro do Túnel GASTAU, sob a serra do mar, em São Paulo. Até o final deste ano ou no início do próximo, a escolha da tecnologia a ser usada para o lançamento do oleoduto dentro do túnel sob o lago será conhecida. Neste momento, a Enbridge está estudando as propostas. Mas pelo que se sabe das dificuldades da construção do túnel – que ficará a 170 metros da superfície do lago, além de se ter um declive acentuado e um aclive ainda mais acentuado -, a opção pela tecnologia brasileira parece consagrada. Já foi testada, aprovada e premiada internacionalmente.

A Liderroll é proprietária das patentes tanto nos Estados Unidos quanto no Canadá, mas a presença do CEO da companhia na audiência publica mostrou o envolvimento da empresa brasileira no projeto, além do interesse comercial. Paulo Fernandes se disse surpreso agradavelmente com a recepção das autoridades americanas e do representante da Enbridge: “Para mim, realmente foi uma surpresa muito agradável a forma como fomos recebidos. Isso porque a recepção e o conhecimento da nossa capacidade foi amplamente reconhecida. Isso certamente vai se reverberar de outras formas. Viemos para participar e mostrar a nossa experiência”.

– Como foi o contato com o representante do governo de Michigan, da governadora Gretchen Whitmer?

Sala da Audiencia Publica

Sala da Audiência Pública

– Interessante. Conversamos sobre muitas coisas do projeto e da nossa experiência. Muito simpático, o Sr. Ryan Mitchell chegou a arriscar algumas palavras em português. Ficou admirado de estar ali, presentes, interessados no problema deles, tendo se colocado à disposição para nos ajudar no que precisássemos futuramente.

– A Enbridge também esteve presente na audiência. Qual sua avaliação a respeito das conversas com o representante da companhia?

Paulo Fernandes conhece o entoro de onde o projeto de construcao do tunel sera realizado

Paulo Fernandes conhece o entorno de onde o projeto de construção do túnel será realizado

– Este contato também foi realmente importante, porque ele se mostrou profissional. Também ficou bem impressionado pela nossa dedicação e importância dada ao projeto. Disse que gostou de nos ver tão interessados. Deixamos uma pasta com o projeto básico que a Liderroll já fez para este túnel e também uma consultoria bem detalhada com todas as nossas avaliações dos pontos muito desfavoráveis do projeto original, os quais devem ser descartados.

Esta consultoria comprova que a tecnologia da Liderroll é a única aplicável, especialmente para um perfil muito acidentado, como é o caso deste túnel, com aclives e declives bem acentuados, além de ter quase 7 quilômetros. Ele entendeu e até comentou que duas dessas nossas observações técnicas já foram corrigidas e adotadas, inclusive o que havíamos sugerido. Isso nos deixou felizes, por saber que estão nos ouvindo e nos dando razão.

– O senhor acredita em evolução mais rápida a partir de agora?

– Certamente. Viemos até aqui, inclusive, para ver de perto o local e conhecer in loco o tamanho do problema, que não é fácil, mas temos condições plenas de auxiliar e resolver.

– O senhor estaria disposto a ir até o Canadá, onde o projeto está andamento?

– Estamos aqui trazendo essa mensagem. Contem conosco, com a nossa experiência, porque ela será bem útil. Todos sabemos as escalas da aprendizagem. Nos já passamos por isso. Já realizamos. A novidade é que agora a Enbridge também percebeu a importância de  executar o projeto da obra civil do túnel em conjunto com o projeto de construção, instalação e estabilidade dinâmica do duto, considerando a envoltória de todos os esforços em bloco e não só os esforços da parte estrutural do túnel.

O centro da Ponte podera marcar o inicio do aclive do tunel com o oleoduto

O centro da Ponte poderá marcar o inicio do aclive do túnel com o oleoduto

– A Liderroll já havia alertado para esse aspecto?

– Sem dúvidas. Enviamos o nosso projeto para eles e uma carta de quase 100 páginas, apresentando tecnicamente estes aspectos e abordando as soluções que poderiam ser tomadas. Esse era o ponto que nossa consultoria mais chamou a atenção. Ao que foi observado nessa audiência é que a Enbridge e as projetistas começaram a ver o que falamos lá trás. Isso é muito bom.

– O senhor teve contato com outras pessoas de Michigan?

– Sim. Após a audiência, eu conversei pessoalmente também com o Sr. Michael Nystrom, Chairman of the Board da Mackinac Straits Corridor Authority (MSCA). Como todas as pessoas, ele foi muito simpático e receptivo.  Também ficou surpreso por termos vindo do Brasil para a reunião e revelou que já conhecia a nossa experiência nessa área.

Tunel do Gastau-SP

Túnel do Gastau-SP

Em sua participação, o Presidente da Liderroll reafirmou que para ele, a Enbridge e o governo de Michigan acertaram na decisão de construir um túnel embaixo do lago para conter e conduzir um oleoduto nesta região, ambientalmente sensível para a população americana e do entorno. Paulo Fernandes mostrou a experiência da Liderroll, que já tinha construído quatro dutos que estão operando no Brasil em dois túneis com comprimentos parecidos. Um com 3,9 quilômetros por nove metros de diâmetro e outro com 5,1 quilômetros, por cinco metros de diâmetro, semelhante ao que será construído sob o lago. Eles transportam gás com pressões altíssimas e já estão há mais de 13 anos em operação sem nenhuma manutenção, qualquer inspeção e sem dar nenhuma indicação de problemas.

– Qual foi a sua sensação final, depois da audiência pública?

ponmte cpa– Pude perceber que a Enbridge está muito bem intencionada e querendo fazer o certo. E ela pode e vai conseguir, pois está dando passos bem pensados e seguros. Claro, pela sensibilidade e a envergadura do projeto, o governo de Michigan também está empenhado e quer que tudo de flua da forma mais segura, tanto na execução como por todo período de operação, que será licenciado para 99 anos. Agora, temos que esperar a definição de quem será o empreiteiro que ficará responsável por toda a obra do duto, inclusive este trecho de “travessia especial” com o túnel, e aí sim, darmos andamento ao que nos propomos. Estamos mais confiantes pois transparece que poderemos ter o apoio das duas partes mais interessadas, ou seja, da própria Enbridge e do Governo de Michigan.

TUNEL MAPAPaulo Fernandes também cumpriu uma agenda de visitas em Sant Ignace, Michigan, onde foi visitar os dois locais onde será a entrada e a saída do túnel. O objetivo foi saber como seria a logística futura de instalação:

– Gostamos muito do que vimos. Será um desafio do tipo dos que gostamos e que já superamos para ajudar a nossa querida Petrobras aí no Brasil. Nesta mesma ação de reconhecimento e estabelecimento de um plano logístico futuro, participamos de um jantar com o Sr. Dean Reid, President Mackinac Economic Alliance, e o Sr. Chris Byrnes, Vice President, Mackinac Economic Alliance, os responsáveis da autoridade do Condado de Mackinac, exatamente a entidade local que atua como as nossas prefeituras no Brasil e já foram traçadas algumas diretrizes básicas para subsidiar a Liderroll em todas as fases de subcontratação, aluguéis, burocracia legal, suporte local etc.

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Parabéns Paulo Fernandes ! Te desejo todo o sucesso como tem sido usual em sua jornada!!!

Jorge Scurato
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Jorge Scurato

Acredito que a tecnologia da LIDERROLL liderada pela competência de Paulo Fernandes terá sucesso total nessa fantástica empreitada, mostrando a nós Brasileiros o orgulho por essa representatividade!