EMPRESAS BRASILEIRAS RELATAM DIFICULDADES NA RELAÇÃO COM A PETROBRÁS

Pavilhão BrasilHOUSTON – O segundo dia no Pavilhão Brasil não dividiu as opiniões dos participantes brasileiros na feira. Quem tivesse a ideia de vender lenço para enxugar as lágrimas de quem reclamava da Petrobrás, poderia ter um novo negócio. O PETRONOTÍCIAS ouviu mais de 90% das empresas que estão expondo no Pavilhão Brasil, assim como a maior parte dos empresários que estavam participando da feira, fazendo contatos com empresas internacionais ou mesmo com outras empresas brasileiras. Grande parte delas tinha muitas reclamações sobre o mercado de óleo e gás e sobre a qualidade da relação com os representantes da estatal. Reconhecem também que a companhia passa por uma fase difícil, e identificam a eleição como a razão principal para surgirem tantas denúncias.

O lema criado para dizer que o brasileiro não desiste nunca se encaixa perfeitamente com o espírito que o empresário nacional do setor de petróleo está sentindo neste momento. É quase uma unanimidade dizer que o problema recorrente de erro de projetos e as consequências desses erros proporciona todo aumento no preço de projetos, e que isso aumenta a dificuldade na relação da estatal com as empresas epecistas. Mesmo assim, há sempre uma palavra positiva e uma crença de que tudo se resolva de uma maneira ou de outra.

Um exemplo clássico do que este destempero nas relações pode causar é o que se comentava aqui em Houston, quase que secretamente. No sábado, a presidente Dilma e a presidente Graça Foster anunciaram um investimento elevado para construir a UFN V, em Uberaba (MG). Mesmo antes de começar a obra, a Toyo-Setal terá muito trabalho, pois o projeto já foi mudado em muitos aspectos. Parece um erro comum que se repete. O lançamento da pedra fundamental foi feito no sábado, e na terça-feira já se falava que o projeto original seria significativamente modificado. O resultado dessa decisão certamente será um desgaste entre as empresas.

A questão do conteúdo nacional nos próximos projetos de Tartaruga Verde e para o piloto do campo de Libra terá um conteúdo nacional bastante modificado. Isso pode ser compreendido porque apenas o Estaleiro Brasa e a Brasfels não sofrem problemas de atrasos em suas operações de integração. Exatamente por isso, com este argumento, é que a ANP pode facilitar a compreensão de que a Petrobrás poderá ter atraso na produção de óleo e não multar a estatal por ter escolhido fazer os dois próximos FPSOs no exterior prioritariamente. A petroleira quer produzir óleo, mesmo que as empresas estrangeiras tenham prioridade nestes projetos.

O dia também marcou a presença de mais pessoas da cadeia de óleo e gás na feira. Foi uma dificuldade enorme no trânsito da principal rodovia para se chegar a Houston. Apesar de todo esquema de sinalização e controle de tráfego, a dificuldade para estacionar mostrou que a feira deste ano tem uma participação ainda maior, principalmente de estrangeiros.

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