INVESTIMENTOS NO CONHECIMENTO DO PRÉ-SAL FAZEM A PETROBRÁS DEIXAR UM LEGADO CIENTÍFICO ÚNICO NO MUNDO

pesquisadoraO desenvolvimento do pré-sal da Bacia de Santos deixa um legado de conhecimento científico inédito para o país. O Programa de Caracterização Regional da Bacia de Santos, por exemplo, que avaliou o ecossistema e a biodiversidade da região, é considerado um dos maiores já realizados pela indústria offshore mundial pela dimensão do trabalho de campo e amplitude dos resultados, segundo um comunicado da Petrobrás. Conduzido pela empresa, em parceria com diversas instituições de pesquisa, o programa avaliou uma área de 350 mil km2 do Oceano Atlântico, entre Florianópolis (SC) e Cabo Frio (RJ). Para efeito de comparação, essa extensão territorial é equivalente à da Alemanha. O projeto catalogou mais de 3.200 espécies que habitam a região (de bactérias e plânctons, até peixes, baleias e golfinhos). Contribuiu também para caracterizar as condições meteorológicas da área, a qualidade da água do mar, a descrição das correntes e a circulação oceânica, que muitas vezes explicam a distribuição das espécies.

A iniciativa envolveu 300 pesquisadores brasileiros, gerou 68 trabalhos científicos e alavancou 30 linhas de pesquisa. Mais ainda: o material coletado foi destinado abacia de santos museus e coleções científicas, ampliando o patrimônio científico nacional disponível para pesquisadores e estudantes de todo país.  Em paralelo, o projeto deixou um legado em biodiversidade para a ciência mundial. Os estudos identificaram a ocorrência inédita de uma espécie microscópica de crustáceo de águas ultraprofundas: o chamado copépoda “Pseudochirella Obtusa” (nome científico) – e uma segunda ocorrência no país de outro mini crustáceo, denominado Megacalanus Princeps, que só tinha sido observado no Atol das Rocas até então. Ao mesmo tempo, a pesquisa descreveu um novo gênero e uma nova espécie de Loricifera da bacia de Santos, organismo raríssimo, microscópico e pouco conhecido que vive entre os grãos de sedimentos marinhos. Houve também o primeiro registro de uma ave marinha rara do legado-do-pre-salgênero Pterodroma – um Petrel nunca antes registrado em nosso litoral. A expectativa é que novos registros e descrições de organismos ocorram nos próximos anos, com base no material coletado e preservado pelo projeto.

O Programa de Caracterização Regional da Bacia de Santos extrapolou os requisitos estabelecidos pelo Ibama. Além do registro de espécies raras e de todo arcabouço de conhecimento científico, o projeto concluiu a atualização das chamadas cartas de sensibilidade ambiental, uma  atribuição até então exclusiva do Ministério do Meio Ambiente. Essas cartas são instrumentos essenciais para o planejamento e implementação de ações de resposta a emergências ambientais. Para viabilizar os estudos, a Petrobrás mobilizou uma embarcação exclusiva para o projeto, equipada com laboratórios de avaliação de amostras químicas, físicas, biológicas e geológicas, além de tecnologia específica para coleta de sedimentos, água do mar e organismos marinhos. As instituições de pesquisa envolvidas foram USP, Unesp/Rio Claro, Unifesp, UFRJ, UFF, UERJ, UFPR, FURG e PUC-RJ, além do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) e o Instituto de Pesca do Estado de São Paulo.

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