LAVA JATO PRENDE MARCELO ODEBRECHT E OTÁVIO AZEVEDO, DA ANDRADE GUTIERREZ

marceloO Juiz Sergio Moro mandou prender os presidentes da Odebrecht, Marcelo Bahia Odebrecht (foto) e o presidente da Andrade Gutierrez, Otavio Marques Azevedo. Com eles, altos executivos das duas empresas também estão na lista das prisões que estão sendo feitas na 14ª fase da Operação Lava Jato. A Polícia Federal começou a fazer as prisões ainda na madrugada desta sexta-feira (19) na fase  batizada de Erga Omnes (do latim, Contra Todos). Cerca de 220 agentes cumprem doze mandados de prisão e 38 de busca e apreensão em quatro estados (São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Rio Grande do Sul). Marcelo Odebrecht está preso preventivamente, sem data para ser liberado.

Também foram expedidos mandados de prisão preventiva contra o diretor de Relações Institucionais da Odebrecht, Alexandrino Alencar, apontado por delatores como operador de propina na empreiteira, o diretor Rogério Araújo, da Odebrecht Plantas Industriais e Participações, e o executivo Márcio Faria.

 Na nova fase da Lava Jato são cumpridos 59 mandados judiciais – além dos 38 de busca e apreensão, nove de condução coercitiva, oito de prisão preventiva e quatro de prisão temporária. No cerco contra agentes que atuaram nas fraudes a contratos com a Petrobras, os mandados estão sendo cumpridos em São Paulo, Jundiaí, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Porto Alegre. Os presos serão levados para a superintendência da Polícia Federal em Curitiba.
Odebrecht, que faz parte da terceira geração da família que dá nome à construtora, foi apontado por diversos delatores como um dos líderes do cartel de empresas que participavam do esquema da estatal.. O nome do executivo também foi citado em depoimento à Justiça do ex-diretor da Petrobrás Paulo Roberto Costa, que diz ter recebido dinheiro da empreiteira. Os procuradores, porém, não detalham no documento a participação de Faria e da Odebrecht, afirmando que o caso do cartel está sendo investigado em outra ação.

As dez da manhã, a Polícia Federal fará uma entrevista coletiva dando maiores detalhes, fazendo um balanço da operação.  Em Jundiaí, no interior de São Paulo, está sendo cumprido um mandado de busca e apreensão. No Rio de Janeiro, os policiais federais atuam para cumprir três mandados de prisão preventiva, dois de prisão temporária, três de condução coercitiva e 16 de busca e apreensão. Outra medida de prisão preventiva está em andamento em Belo Horizonte, onde também ocorrem duas diligências de busca e apreensão. Em Porto Alegre, a PF cumpre um mandado de condução coercitiva e dois de busca e apreensão.

Procuradores e delegados suspeitam também que executivos da empreiteira estariam tentando destruir provas e se desvincular de empresas que teriam sido usadas para movimentar o dinheiro da propina.

A advogada Dora Cavalcanti, responsável pela defesa do presidente da Odebrecht, reclamou da prisão dos executivos da empresa. Segunda ela, eles permaneceram no país, morando nos mesmos endereços, mesmo tendo que conviver por um ano e meio com rumores de que poderiam ser presos no curso da Lava-Jato. Disse ainda que prestaram depoimento quando foram chamados para dar explicações.

Apesar da operação, o expediente na sede da Odebrecht em São Paulo está normal. Funcionários chegam para trabalhar e entram normalmente no prédio. Em nota, a assessoria de imprensa da empresa confirmou a operação da PF e disse que, “como é de conhecimento público, a empresa entende que estes mandados são desnecessários, uma vez que a empresa e seus executivos, desde o início da operação Lava-Jato, sempre estiveram à disposição das autoridades para colaborar com as investigações”. Buscas também estão sendo realizadas na sede da empresa no Rio.

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