MARCELO ODEBRECHT DEPÕE NA CPI DA PETROBRÁS APÓS EXECUTIVOS CONFIRMAREM PARTICIPAÇÃO DA EMPREITEIRA EM CARTEL

Marcelo OdebrechtO envolvimento da Odebrecht no cartel de empreiteiras da Petrobrás e em esquemas de pagamento de propinas aos poucos se torna mais claro. A Operação Lava-Jato vem fazendo um cerco à empresa e escutou de quatro delatores, nesta semana, a confirmação de que a companhia integrava o grupo de empreiteiras acusado de fraudar contratos e licitações para projetos da estatal. Segundo declarações de executivos ao juiz federal Sérgio Moro, a construtora tinha papel ativo em negociações de propina em obras como a do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj). Em meio às denúncias que crescem, o presidente da empresa, Marcelo Odebrecht (foto), presta depoimento à CPI da Petrobrás nesta terça-feira (1), em Curitiba.

A empreiteira tem com o que se preocupar, conforme sua situação se agrava nas investigações da Polícia Federal. Após detalhar reuniões sigilosas com líderes de construtoras para negociações ilícitas, o ex-presidente da Camargo Corrêa, Dalton Avancini, indicou nesta semana que irá revelar os trâmites da participação da Odebrecht em esquemas da Petrobrás e da Eletrobrás.

Além de Avancini, outros delatores vêm denunciando as irregularidades cometidas pela empreiteira, como é o caso do ex-consultor da Toyo Setal, Júlio Camargo. O executivo afirmou ter recebido propina do ex-diretor de Serviços da Petrobrás, Renato Duque, em um encontro com diretores da Odebrecht e da UTC. O funcionário do doleiro Alberto Youssef, Rafael Ângulo, já afirmou em sua delação ter ido diversas vezes aos escritórios da empreiteira em São Paulo, levando e trazendo comprovantes de depósitos em contas no exterior.

Com as dificuldades apenas crescendo, a expectativa é de que Marcelo Odebrecht se mantenha calado durante a sessão da CPI da Petrobrás que acontece hoje. Preso com a eclosão da 14ª fase da Lava-Jato, em 19 de junho, o presidente da empreiteira é acusado de envolvimento no esquema de fraudes em licitações de estatais. Além dele, serão ouvidos outros quatro executivos da companhia: César Rocha, Alexandrino de Allencar, Márcio Faria e Rogério Araújo.

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